DIA 113: Ando a viver para quem? Telenovela da mente

domingo, setembro 30, 2012 0 Comments A+ a-



Onde está a minha direção em honestidade própria?
Quem são os outros que eu vejo para além dos meus próprios pensamentos?
Para quem tenho eu vivido afinal, se para mim não tem sido?

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que estou a viver para alguém, como se tivesse a ser observada por um Deus ou pelos outros, quando na realidade cada um está entretido com a sua própria mente e, ao participar nesta separação de mim própria estou a perder a desperdiçar a oportunidade de realmente ESTAR e SER Aqui e de realmente conhecer os outros como eu.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver e realizar que o entretenimento da mente estilo telenovela é uma distração da minha responsabilidade e capacidade de mudar a minha participação aqui e na minha dedicação a tornar-me o melhor de mim. Apercebo-me que todas as ideias da mente são como uma força que puxa para trás e, ao participar nelas, eu estou a limitar a minha expansão.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar estar limitada pelos julgamentos  e pensamentos que foram criados por mim com base nas minhas experiências e assim limitar-me a estar constantemente a reviver o passado, como se fosse um destino superior a mim própria. Eu apercebo-me que esta sensação de estar fora de mim é um indicador de estar na mente - ao estar ciente disto, eu tomo a decisão de me abraçar, respirar fundo e estar fisicamente aqui - este é o meu ponto de partida para viver quem eu sou, em plena direção própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que estou a viver a vida dos outros, quando na realidade este pensamento é o que me mantém a evitar viver a minha vida. 

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir-me de acordo com os outros, quando afinal me apercebo que os outros são a projeção de personalidades que eu acreditei serem "os outros" e por isso nunca saí da minha própria mente! Apercebo que as projeção de personalidades são um mecanismo da mente para me manter presa a estas definições, em vez de me permitir ver que tenho sido eu a criar estas definições e portanto posso também parar estas ideias. 


É incrível ver que a minha existência tem sido baseada em imagens do que deve ser/não deve ser, o que posso/não posso fazer, de acordo com as definições que eu alimentei para mim própria em relação aos outros; e os papéis/personalidades que eu defini para cada um de nós, sem realmente viVER a Vida que somos. Ou seja, o mundo à minha volta tem sido um reflexo daquilo que eu permito em mim - que são todos os padrões da mente que eu enfrento e resolvo em mim ao longo do meu processo.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que qualquer projeção que eu tenha para o futuro, tem a ver com as minhas aceitações e permissões - Em senso comum eu vejo que sou a única responsável pelos pensamentos que crio em mim própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido sentir-me culpada pelas experiências benéficas durante a minha vida, baseada na ideia que não mereço. Apercebo-me que o sentimento de culpa e a ideia que outros queriam ter as minhas experiências é de facto uma auto-sabotagem, porque não me estou a permitir viver/expressar/estar completa na minha experiência e tomar responsabilidade e dedicação em criar aquilo que é benéfico para mim, nem a permitir estar estável a criar-me como o meu próprio exemplo de senso comum e estabilidade.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que qualquer pensamento que eu tenho relativamente a outra pessoa, é vindo de mim e começou em mim! Apercebo-me que a projeção da minha vida nos outros e projectar a vida dos outros na minha vida é um jogo da mente, como se visse a minha vida de fora (tal e qual um filme). Apercebo-me que é impossível estar a ver o filme ao mesmo tempo que se está a fazer o filme e que qualquer separação que eu tenha em relação a mim própria, quer seja a imaginar outra pessoa a faze-lo ou a desejar fazer algo que outra pessoa está a fazer, é um ponto a parar porque eu não existo separada de mim. 

Por isso, quando e assim que eu vejo o padrão de sentir-me culpada por viver para mim, eu páro e respiro. Eu páro em mim esta luta da mente que eu permito ser puxada para trás  - através destes padrões eu procuro ver e parar a percepção que criei de mim própria, para finalmente tomar direção e tomar decisões  em honestidade própria.

Quando e assim que eu me vejo a pensar que aquilo que eu faço tem mais a ver com a pessoa X, eu páro e respiro. Neste momento apercebo-me que esta é uma projeção, ao pensar que pessoa X tem a ver com aquilo que eu faço, quando na realidade sou eu que estou a fazê-la e, portanto, sou eu e tem a ver comigo.

Em honestidade própria, eu dedico-me a estar ciente destas projeções da mente sobre os outros e das comparações relativamente aos outros, e assim a permitir-me viver plenamente cada decisão que eu tomo por mim, sem dúvida que estou a fazê-lo por mim. Apercebo-me que através dos outros eu estou a ver pontos em mim que até então eu havia ignorado, e tenho a oportunidade de resolver todas as minhas personalidade, desta vez em desonestidade própria.

Quando e assim que eu me vejo a "observar-me de fora" ou a imaginar que um Deus ou alguém me observa, eu páro e respiro. Nesse momento, eu foco-me nos julgamentos que surjam, páro e começo a perdoar cada um em detalhe e assim a desmistificar a mente e a viver a minha decisão de mudar a maneira como tenho existido comigo e na minha relação com os outros. Eu apercebo-me que estas personalidades não são o melhor para mim nem para os outros porque as relações da mente são baseadas na polaridade superior/inferior que não é quem nós realmente somos, em unidade e igualdade. 

Quando e assim que eu me vejo a acreditar estar limitada pelo meu passado, presa às personalidade que eu defini para mim e às pessoas à minha volta, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que a noção de passado é enganadora, porque os padrões manifestam-se em ciclos de tempo até eu parar de participar no padrão e assim mudar o meu presente/futuro.

Logo, eu comprometo-me a parar o stand by mode da minha vida e a recomeçar a cada momento a minha criação a recriar-me em estabilidade própria e auto-aperfeiçoamento. Se eu criei a personalidade, eu dedico-me a desconstruir a personalidade, a parar a reação, a permitir-me ver a origem, a perdoar o medo associado, a parar de culpar o outro e a viver a decisão de começar a existir a cada respiração como criadora da minha expressão de vida. Ao viver para mim em honestidade própria, eu estou a recriar as condições para conhecer so outros/o Mundo também em honestidade própria.


Ilustração Andrew Gable.

DIA 112: A teimosia é cega até ver em honestidade própria

sexta-feira, setembro 28, 2012 0 Comments A+ a-


A única coisa que eu via era a minha realização pessoal de acordo com a imagem associada à 'realização pessoal' - ou seja, se tal imagem de mim a finalizar aquilo que eu estava a fazer não se recriasse, seria uma desilusão, tal e qual uma aposta perdida. No entanto, o ponto de partida do "desejo de acabar o que estava a fazer" consumiu-me de tal maneira que desleixei a minha estabilidade física - era já de madrugada e o meu corpo estava cansado. A explosão da mente deu-se quando o João esclareceu que aquilo que eu estava a fazer não ia ter qualquer diferença - nem em mim nem nos outros e que fazer coisas à pressa não funciona. Nesse momento, a energia acumulada foi lançada como um escudo para me proteger deste estado de vítima. Mais cedo ou mais tarde iria ter de enfrentar este ponto: uma manifestação do ego escondido no desejo de ser reconhecida por agradar os outros independentemente da minha honestidade própria. Neste caso, estava a  considerar a imagem do produto final como uma justificação para o cansaço físico REAL, como se a dor valesse a pena quando a recompensa é grande - isto também tem o nome de ganância cega!

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido descuidar o meu corpo e descanso físicos ao seguir as exigências da mente que eu imponho para mim própria.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido alimentar a reação contra o João em vez de viver a minha decisão de me ajudar a auto-corrigir, um e igual ao João
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido aplicar a respiração e estabilidade pessoal no momento em que o padrão da reação se manifesta, o que é um indicador que eu ainda não me estou a permitir viver/aplicar a minha auto-correção e estabilidade incondicionalmente.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na energia da sensação de ofensa quando o João me disse que eu me estava a prejudicar por não dar descanso ao meu corpo. Eu apercebo-me que esta repulsa em relação ao João é um indicador "positivo" que estou a tocar num ponto/resistência que ainda não estou plenamente ciente e por tanto tenho a oportunidade de, através do João, trazer o ponto para mim e me dedicar à auto-correção.

Apercebo-me que ao entrar no modo de reação com o João, estamos ambos a participar na energia da mente de conflito e fecharmo-nos nas nossas mentes, e que no lugar de nos expandirmos enquanto expressão de Vida, estamos a limitarmo-nos à sobrevivência da mente e a matarmos o nosso potencial de nos tornarmos Vida aqui.

Quando e assim que eu me vejo a recusar ouvir o que o João me está a dizer , eu páro esta resistência da mente e respiro. Eu permito-me ficar aqui, ciente do meu processo e autocorreção, e ser eficaz em tomar responsabilidade por mim em parar a resistência de ouvir o João e ver para além da cegueira da teimosia! Eu realizo que estou perante um ponto que merece a minha atenção porque se trata de mim e que tenho a oportunidade de auto-investigar para mudar no momento em que vejo a reação a crescer em mim.
Quando e assim que eu me vejo a participar na acumulação da reação, eu páro e respiro. Em senso comum eu sei que as reações nunca trouxeram nada de benéfico para mim nem para os outros. Por isso comprometo-me a dar espaço à comunicação estável e a tomar o conselho dos outros como uma auto-ajuda daquilo que eu não me estou a permitir ver. Eu apercebo-me que estamos juntos exactamente para nos auto-ajudarmos nos nossos processos individuais - caminhamos lado a lado, na direção do auto-aperfeiçoamento em unidade e igualdade. Da mesma maneira, quando e assim que eu vejo que o João está a evitar ouvir-me, eu páro, respiro e comunico o padrão que eu vejo de modo aplicarmos a correção a partir de agora.

Quando e assim que eu me vejo fixada numa imagem da mente de como as coisas têm de ser, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta auto-limitação não é benéfica porque despreza o meu corpo físico e os passos envolvidos em toda a ação. 

Eu comprometo-me a tomar responsabilidade pelos passos das minhas ações para garantir que estou a considerar o tempo real da minha ação e a não querer fazer mais do que aquilo que eu consigo fazer neste momento.

Eu comprometo-me a estar ciente da minha respiração quando os outros falam comigo e assim não me permitir participar na personalidade de "sentir-me ofendida" como se tivesse de provar que estou em controlo - na realidade, a teimosia é uma forma de controlo e superioridade em relação aos outros.

Eu comprometo-me a ultrapassar a resistência de ouvir o outro em total estabilidade.

Eu comprometo-me a parar o controlo da mente (imagens) sobre o meu corpo físico (ação) e, através da minha presença, ver em senso comum a possibilidade de concluir determinada ação.  Dedico-me a ser responsável pela minha presença e a garantir que o meu ponto de partida da minha ação é a direção própria em vez dos estímulos externos (elogios, reconhecimento).  Eu apercebo-me que é limitador e enganador acreditar nas imagens da mente. Dou-me então a oportunidade de auto-corrigir a cada ação e assim garantir que a minha ação está em concordância com a aplicação do mEU processo de auto-desenvolvimento e auto-aperfeiçoamento.

DIA 111: O Medo da mudança

quinta-feira, setembro 27, 2012 0 Comments A+ a-




O que é o medo da mudança e porque é que resistimos à mudança?
Sem nos apercebermos, ao resistirmos à mudança, estamos a criar e a alimentar o nosso próprio beco sem saída, porque nos limitamos áquilo que já conhecemos. Metaforicamente, usamos sempre os mesmos ingredientes da mesma maneira e por isso a sopa é sempre a mesma. No entanto, em senso comum todos entendemos que com os mesmos ingredientes é possível fazer pratos melhores, mais saborosos e combinações mais nutritivas.
Há uma espécie de ideia que "vamos sempre acabar por fazer o mesmo", porque estamos sempre a seguir a nossa mente, os mesmos padrões de pensamento, os mesmos medos e portanto as experiências repetem-se.
Como a entrevista Fear of Change explica, a nossa mente é composta por caixas que se enchem com conversas e experiências que temos. Não sabemos o que vamos encontrar fora dessas caixas; o que existe fora dos nossos pensamentos, porque estão aparentemente fora do nosso alcance. Não vos acontece ver uma pessoa com uma certa expressão e pensar: "Isto comigo era impossível, eu não sou nada assim" e, desta forma colocamos etiquetas na nossa própria definição que é deliberadamente aceite como uma auto-limitação.
As nossas mentes não conseguem ver para além dos nossos próprios pensamentos. Logo, o medo da mudança surge no medo de andar fora das nossas caixas/ das nossas experiências / do nosso passado. A partir de certa altura, as nossas vidas serão repetições de padrões porque andamos sempre em direção ao beco sem saída, quando podemos de facto desbloquear a saída por nós próprios.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido reagir quando há uma mudança de planos. Eu apercebo-me que esta reação é um mecanismo de defesa da mente face ao desafio de recriar o meu presente diferente do passado. Eu dedico-me a confiar em mim a cada momento para garantir que o meu presente é vivido como uma oportunidade de auto-correção e auto-aperfeiçoamento a cada novo momento.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido saltar para comparações quando vejo alguém a agir ou a falar de modo diferente e com isto começar a julgar-me como inferior ou superior em relação à outra pessoa. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido projectar nos outros a minha resistência à mudança e acreditar que sou diferente e que, apesar deles conseguirem mudar eu não consigo. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido focar-me nos outros e direcionar-me para os pensamentos de "será que eles gostam de mim?" O que é que eles pensam de mim" sem ver que estou simplesmente a manter-me na zona aparentemente de conforto porque, ao julgar-me, mantenho-me presa à ideia que tenho de mim própria e que manter-me presa nos julgamentos próprios é uma resistência à mudança (puro entretenimento)!

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido aprender com os outros e aproveitar para mim certas características que vejo nos outros e que eu posso aplicar em mim para praticar a minha auto-confiança.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir-me de acordo com os outros e com a relação que criei com os outros.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver e realizar que, ao fazer o meu "papel", eu não estou a mudar e, consequentemente, a outra pessoa não muda, porque ambos nos habituámos a existir nesta relação e a interpretar os "nossos" papéis.
Apercebo-me que ambos teremos muito mais a ganhar se ambos nos ajudarmos a sairmos dos nossos papéis/personalidades, para de facto expandirmos o nosso ser e a nossa expressão connosco próprios e com os outros.

Eu comprometo-me a conhecer-me e a estar ciente das diferentes personalidades para me ajudar a sair "das caixas". Quando e assim que eu me vejo a ter resistência para dizer algo ou fazer algo que eu julgo não ter " a ver comigo" eu páro o julgamento e respiro. Em honestidade própria eu investigo a origem da resistência - eu apercebo-me que a resistência é baseada no medo da resposta dos outros, o que é um ponto de partida desonesto porque eu estou de facto a separar-me de mim, dos outros e a alimentar os "papéis" que acreditei ser eu e que acreditei serem os outros. Ou seja, ao parar de participar nos papéis, eu estou de facto a sair das caixas e assim libertar-me dos rótulos que apenas bloqueiam a minha visão!

Quando e assim que eu me vejo a participar na energia de conforto que por vezes sinto quando estou a falar com alguém ou quando estou num lugar que me é familiar, eu páro e respiro. Apercebo-me que esta energia é a mente em modo automático e que este conforto é o conforto da caixa. Nesse momento, eu tomo a oportunidade para expandir a minha presença e expandir quem eu tenho sido até agora naquela experiência/naquele lugar/naquela conversa.

Ao mudar as minhas aceitações e permissões, eu estou a mudar aquilo que aceite e aquilo que permito em mim e nos outros; ou seja, a minha ação muda e alinha-se com os princípios de senso comum e de ser/fazer aquilo que é o melhor para mim e para os outros.
Apercebo-me que o medo de mudar é uma limitação própria e uma limitação dos outros. Porque se eu nao mudo, a outra pessoa não muda, porque se habituoou a existir em relação a mim e eu habituei-me a existir em relação a ela. Ao parar as definições eu estou aberta à mudança. Ao mudar, eu páro de me limitar.

Quando e assim que eu me vejo numa nova situação que exige que eu esteja preparada para a mudança, eu páro e respiro. Eu páro de ver a mudança separada de mim e tomo esta oportunidade para me conhecer fora dos padrões a que eu estava habituada. Eu abraço a mudança como sendo eu, porque sou Eu - eu estou a ser ou a fazer algo novo; eu estou a parar a reação; e desta vez eu estou ciente da minha respiração. Eu direciono-me em completa estabilidade e confiança própria, um e igual à mudança, em vez de ser a mudança exterior a determinar quem eu sou.
Eu comprometo-me a usar a mudança para o melhor do meu Ser para expandir quem eu Sou, o ambiente à minha volta, as minhas relações, o meu emprego, a sociedade, a humanidade.

Perdão-próprio baseado na entrevista da loja EQAFE "Fear of Change" http://eqafe.com/i/jferreira-life-review-fear-of-change


DIA 110: Como é que Deus sabe mais do que eu sobre A MINHA PRÓPRIA VIDA?!

quarta-feira, setembro 26, 2012 0 Comments A+ a-




Em honestidade própria apercebo-me que reagi enquanto escrevia o título deste blog. A reação vem de uma espécie de revolta em mim mesma por me ter permitido limitar durante tantos anos (desde sempre?) com base em toda a fantasia, apatia e cegueira próprias de quem olhou demasiado para o céu à procura de respostas e o que viu foi uma luz fortíssima que é nada mais nada menos do que o Sol, uma estrela que não deve ser observada fixamente a olho nu. Isto para dizer que a apatia social que se verifica em mim e nos outros não apareceu ontem e não vai sair de um dia para o outro - esta forma de controlo foi tão bem planeada que a humanidade já anda nisto há centenas de anos. Revoluções, peregrinações, renascimentos e perseguições - havendo sempre algo superior a nós que nos observa como se um jogo de pinipons se tratásse, enquanto abraça uns e se esquece dos outros. A própria história de Jesus, aquele-amigo-que-nos-ama andou pelas bocas do mundo até ser manipulada  de tal maneira surreal que nos faz acreditar que Jesus, esse tal amigo que de facto vivia pela igualdade, seja superior a todos os outros e, de um dia para o outro, passámos a ser seus servos! Haja paciência para tanta doença mental.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar na existência de uma lei INVISÍVEL a que se deu o nome de Deus, sem ver e perceber que em nome desta, eu e o resto da humanidade nos temos esquecido de nós próprios e da nossa responsabilidade em recriar a nossa existência aqui, no mundo físico, e fazer com que este mundo seja um lugar de verdadeira co-existência.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar nas conclusões transmitidas pelos adultos sobre a vida de Jesus e sobre a nossa relação de servidão e escravidão, sem ver que toda a sua história foi manipulada em nome do controlo, pois contradiz as palavras de Igualdade e de "amar o próximo como a sim mesmo".

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ter a coragem de questionar o poder inquestionável de Deus, da Igreja, do Governo e do dinheiro no mundo. Vejo então que todo este controlo e, por outro lado, a passividade são as duas faces da mente, em que uma existe porque a outra existe. Logo, cabe a mim e a cada um de nós deixar de ser escravo de tais forças invísiveis (controlo e medo) e tomar responsabilidade por si e por recriar relações em igualdade. Eu apercebo-me que a aceitação destas relações inconscientes tem servido de justificação para as minhas desonestidades próprias de "deixar andar" e "ter esperança", sem ver que é da minha responsabilidade parar de existir na mente e em todas as relações de polaridade inferior/superior.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver e perceber que o medo de mudar e o medo de expor os problemas é baseado no medo de ser punida pela mente dos outros (Deus; moralidade; julgamentos), o que na realidade é uma forma de projectar a culpa nos outros/Deus e manter as coisas como elas estão. Eu apercebo-me que este medo de mudar só existe porque eu o tenho permitido e alimentado em mim e porque tenho permitido a personalidade de "deixar as coisas como elas estão porque há coisas piores", em vez de tomar a Responsabilidade de viver a mudança PARA O MELHOR DE TUDO E TODOS, a começar por mim e pela minha participação daqui para a frente.

Quando e assim que eu me vejo a culpar o passado e, com isso a religião, por todos os problemas que existem no mundo, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que direta ou indiretamente , os problemas do mundo são responsabilidade de cada um de nós que partilha a experiência na Terra. É a minha responsabilidade parar cada padrão/personalidade/julgamento/desonestidade própria/desigualdade que há em mim para me recriar como o meu exemplo, tal como Jesus que vivia as suas palavras.

Quando e assim que eu me vejo a acreditar na sensação de arrependimento por ter acreditado em Deus e numa força superior a mim, eu páro e respiro. Apercebo-me que, tal como a relação com Deus, também esta relação de arrependimento é baseada na mente que me dá a ilusão de impotência, quando na realidade eu estou aqui e posso recomeçar a confiar em mim própria e a garantir que eu me torno na solução para mim própria.

Apercebo-me que a crença em Deus funciona como um alçapão onde se acumularam todos os padrões, medos, confusões, questões que eu deliberadamente quis ignorar em mim própria, com esperança que alguém os resolvesse por mim. Neste processo, eu devolvo-me a confiança de abrir o alçapão sozinha, sem medo, sem julgamentos e simplesmente investigar cada ponto em mim, perceber a origem dos pensamento e realizar que sou capaz de limpar o alçapão/a mente para finalmente estar disponível para ser/ver a Vida que está aqui.

Eu comprometo-me a parar de acreditar num ser superior aos seres nem em um super-jesus para me dedicar a ver soluções práticas para aquilo que está fisicamente manifestado no mundo - ou seja, a viver as palavras de Jesus de "amar o próximo como a mim mesmo", ciente que primeiro tenho de recriar a relação que tenho comigo própria e, para isso, cuidar de mim e perdoar cada ressentimento, arrependimento, culpa, imagens, ideias e personalidades. Eu comprometo-me a parar de querer parecer as personalidades, para finalmente Ser honesta comigo própria, um e igual com o meu corpo, a expressar-me como Vida.

Quando e assim que eu me vejo a justificar a desigualdade, a pobreza ou a injustiça com base na ideia de pecado de uns e bonança dos outros, eu páro e respiro. Eu páro de justificar a cegueira do interesse-próprio e, tendo  em conta que existimos todos ao mesmo tempo na Terra, esta igualdade é um facto e por isso todos têm de ser considerados.

Quando e assim que eu me vejo a participar na ideia que há um ser a observar os seres na Terra, eu páro e respiro. Vejo agora que esta é um projeção da distância que eu permiti ter em relação a mim própria, como se estivesse longe de mim própria, quando na realidade eu sou a única que me posso mudar e dar direção de dentro para fora. Ao respirar eu apercebo-me estou em mim, no meu corpo físico, em honestidade própria e é da minha responsabilidade garantir que aplico a minha auto-correção, para assim recriar o meu exemplo de Vida, onde quer que eu vá e com quem quer que eu esteja.

Eu dedico-me a restabelecer a minha confiança para sair da passividade da mente/crença e me permitir estar estável incondicionalmente, sem me agarrar a memórias ou a crenças de conforto baseadas em esperança que alguém resolva os meus pontos da mente/memórias/julgamentos/medos por mim.

Apercebo-me que este processo vai demorar tanto ou mais o tempo que eu levei a distanciar-me de mim, com orações e palavras ocas que não tiveram qualquer efeito prático. Por isso dedico-me a resolver cada ponto que surge em mim, a escrever, a cuidar do meu corpo, a mudar fisicamente a minha relação comigo e com os outros, a criar o paraíso na Terra, a ser a solução da unidade e igualdade, passo a passo, a cada respiração, a cada perdão-próprio.


Ilustração de Andrew Gable



DIA 109: Levar a peito sufoca-me

domingo, setembro 23, 2012 0 Comments A+ a-



É exactamente isso que acontece: acumular no peito aquilo que os outros me dizem como se as palavras tivessem cola. Não todas as palavras, mas só aquelas que ecoam com a minha experiência através da qual eu me permiti definir. Ou seja, tomar algo pessoalmente ou o chamado "levar a peito" é feito deliberada-mente por mim, como uma forma de suprimir os padrões por trás das memórias/experiências, culpando os outros daquilo que me fizeram sentir, sem eles saberem disso! Porque a única coisa comum entre todas estas experiências foi a minha mente. Por isso o padrão se repete - porque eu permiti criar esta realidade para mim própria e participei nesta personalidade de "levar a peito", afastando-me cada vez mais de mim própria e passando a viver o entretenimento da mente, separada de mim e dos outros. Ufff quanto da Vida nós perdemos assim...

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido tomar como pessoais as reações que as outras pessoas têm na minha presença ou que projectam em mim, em vez de realizar que tal como ao contrário, qualquer reação que eu tenha tem sempre a ver do meu ponto de partida/da minha instabilidade.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na personalidade de levar o que me dizem pessoalmente e, desta maneira, não tomar responsabilidade por mim naquele momento porque acredito ser inferior. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir-me como inferior em relação a alguém reage, sempre a participar no papel de "irmã mais nova" submissa e assim ignorar a minha capacidade de lidar com a reação dos outros em completa estabilidade e auto-ajuda.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido forcar-me na minha respiração e na minha presença enquanto alguém reage comigo, e assim viver a minha estabilidade incondicionalmente, a mudar de atitude no momento.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido justificar a razão do outro com base na tonalidade da voz, em vez de ver que eu estou a justificar a desigualdade que eu permiti existir ao não estar um e igual com o outro que reage. Ao ver a desigualdade que eu própria estou a permitir existir, eu páro e respiro.

Eu recrio a minha estabilidade a cada respiração. Eu comprometo-me a viver em igualdade em relação ao outro, quem quer que seja, sou eu. Eu apercebo-me que a separação da mente e as justificações da mente não suportam a Vida em unidade e igualdade que é quem e como nós existimos - em coexistência. A minha presença é igual à presença do outro. Qualquer pensamento que justifique a mínima desigualdade à nossa presença aqui é desonesto com a Vida que somos.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desejar ser a vítima somente para acabar a discussão, sem ver que nesta discussão eu tenho a oportunidade de ver os meus padrões de desonestidade própria e auto-corrigir-me. Ou seja, não tem a ver com o outro, pois naquele momento estamos ambos vestidos de personalidades tal e qual um jogo de xadrês. Não há qualquer sinal de vida durante uma reação. Logo, quando e assim que eu me vejo a participar e apoiar a reação do outro por também reagir, eu páro e respiro. Eu comprometo-me a parar a contra-reação quando vejo que o outro está a reagir e assim tomo responsabilidade por mim, pela minha participação, pela minha auto-ajuda e ao mesmo tempo ajudar o outro a ver que não temos necessariamente de reagir. Apercebo-me que qualquer reação que nós tenhamos em relação a algo que é dito ou feito pelos outros tem a ver connosco próprios e com algum ponto ou resistência que foi  foi aberto e que cada um de nós  tem a oportunidade de resolver em si mesmo.

Ou seja, quando e assim que eu vejo que estou a acumular uma energia que eu sei que é uma reação àquilo que me dizem ou como me dizem, eu páro e respiro. Só quando esta energia em mim se desvanecer eu serei capaz de ver a situação em senso comum e dar direção a mim própria e parar de levar como uma ofensa aquilo que me dizem.

Quando e assim que eu me vejo a participar na emoção do medo quando recordo frases que eu tomei como pessoais, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que me habituei de tal maneira a "viver" as memórias que a minha mente salta para o passado automaticamente. Logo tenho de ser eu, de vontade e própria a dar direção e decidir quem eu sou a cada momento e, quando vejo que o passado "rompe", eu abrando a mente e procuro ver o padrão, sem fugir de mim - como se parásse para ver o ponto que tenho andado a evitar olhar, para realmente me conhecer, perceber o abuso próprio e, em honestidade própria, finalmente tomar responsabilidade por libertar o padrão/peso que eu adoptei como sendo eu. 

DIA 108: "À minha maneira" não resulta

sábado, setembro 22, 2012 0 Comments A+ a-



Apercebi-me que uma das razões pela qual eu me tenho andando a "enganar" é com base na teimosia que "eu é que sei". É claro que esta é mais uma personalidade/programa da mente consciente. Uma das formas comuns em que esta personalidade surge é quando alguém nos diz qualquer coisa, por exemplo, uma solução para um problema, e acabamos por não aplicar essa solução, por vezes por esquecimento (conveniente) ou simplesmente por pensarmos que não vai fazer a diferença. O que é que falhou? Não nos tornarmos um e igual com a solução - para de pensar que aquela solução "não é minha", faltou abraçar a solução como uma potencial ajuda para mim.

Tive esta experiência hoje.  Enquanto falava com uma amiga, ela explicava-me um exercício que eu podia fazer em relação à minha indecisão relativa à minha carreira profissional. Na minha mente, apesar de estar aberta a ouvir o exercício, a minha conversa era - já sei que vou acabar por não ter tempo para fazer isto. Desta vez "apanhei" este pensamento em flagrante e decidi escrever sobre ele, tal como se apanhasse uma pulga e visse o que me estava a incomodar. Neste caso, o padrão de julgar um método  de trabalho/uma alternativa/uma solução como "não sendo  para mim" (porque não tenho o hábito de o fazer) é a primeira limitação à mudança. Ou seja, estou a limitar a possibilidade de mudar os meus hábitos e recriar-me. Obviamente, a maneira como tenho existido até agora ou trabalhado o ponto da carreira ainda não resultou porque continuo com dúvidas e indecisões. Por isso, não me vou permitir perder esta oportunidade de começar a mudar. Trata-se de um processo e o facto de resistir a aplicar o tal exercício é sinal que estou a ir para além daquilo que eu tenho ido! Por isso, quando e assim que eu me vejo a pensar que não vou fazer as coisas de maneira diferente porque pela minha experiencia acabo sempre por fazer "à minha maneira", eu páro e respiro.

Eu apercebo-me que esta teimosia é uma prisão que eu estou a criar para mim própria mas que não tem de existir porque não sou EU! Pela minha experiência, esta teimosia não resulta porque o que acontece muitas vezes é arrepender-me de não ter ouvido os outros com atenção e não ter mudado a minha maneira de SER para eu própria me tornar no meu próprio exemplo e confiar em mim a cada momento. Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido mudar a chamada "minha maneira" de fazer as coisas e lidar com os meus problemas, quando em honestidade própria me apercebo que a "minha maneira" não resulta pois volto a reviver as mesmas experiências sem realmente encontrar uma solução. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar que as soluções dos outros só funcionam para eles, em vez de estar um e igual com a solução e tornar-me a solução - por exemplo, se os outros conseguem arranjar tempo para escrever e fazer os exercícios, como é que eu não tenho? Ou seja, qual tem sido a minha resistência para escrever? Qual é a minha resistência para mudar os meus hábitos? Porque é que rejeito técnicas de escrita e soluções práticas sugeridas por outra pessoas, sem primeiro testar e ver por mim? Desejar inventar a roda é o ego - aproveito então esta oportunidade para fazer os tais exercícios de escrita que até agora não tinha considerado.

Eu comprometo-me a mudar os meus hábitos de escrita e a aprender com aqueles que eu vejo estarem a trabalhar os seus pontos e claramente a tornarem-se num exemplo de direção própria e senso comum. Eu  comprometo-me a ser um e igual com os conselhos que me são dados e aplica-los por mim e em mim, para eu própria dar resposta aos problemas/dúvidas que eu permiti e aceitei serem "parte de mim".

Quando e assim que eu me vejo definir como "quem nunca acabar por fazer as coisas que eu sei me vão ser benéficas", eu páro e respiro. Em honestidade própria eu vejo que é a mim que eu estou a prejudicar de cada vez que eu adio resolver um ponto em mim. Portanto, ao ver que neste momento tenho a oportunidade e as condições para explorar determinado ponto, eu páro a ideia que "não vou fazer" para realmente me direcionar para viver essa mudança, começando por escrever sobre a resistência e depois a viver a correção. Neste caso, eu determino-me a dedicar tempo esta noite para me sentar e escrever o exercício novo para me ajudar a encontrar soluções práticas.

DIA 107: A rejeição não tem a ver com os outros...

quinta-feira, setembro 20, 2012 0 Comments A+ a-


Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido sentir-me rejeitada quando os outros são diretos comigo, como se uma grande conversa fosse sinónimo de diálogo honesto.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir-me pelas reações ou atitudes que as outras pessoas têm em relação a mim e assim experienciar a atitude e reação dos outros, em vez de me dar direção e garantir que eu sou estável em mim, de dentro para fora.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que fiz algo de errado para a pessoa X não falar comigo, sem me aperceber que esta sensação de rejeição não tem a ver com a pessoa em questão mas com o meu próprio julgamento como estando errada e me ter tornado dependente da resposta externa para eu estar estável comigo mesma.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido realizar que ao participar nestes pensamentos sou eu quem está a criar separação em relação aos outros, em vez de dar direção física e falar com o outro, sem medo de ser rejeitada porque de facto não há nunca qualquer rejeição a não ser a minha separação e julgamentos em relação a mim própria.

Logo, eu páro, respiro e sou Aqui completa, um e igual com a outra pessoa, ciente que sou eu a única responsável pela minha estabilidade, pelo meu bem-estar e por me tratar bem. Eu apercebo-me que ao acreditar que pessoa X me está a rejeitar é estar a criar uma relação de rejeição comigo própria. Eu apercebo-me que tenho de parar a mente quando começo a justificar a rejeição dos outros porque a mente vai num ciclo de auto-destruição, desvalorização e de inferioridade que não corresponde à Vida que eu me proponho criar em mim e à minha volta - No Mundo!

Quando e assim que eu me vejo a julgar as frases diretas como sendo arrogância ou desprezo, eu páro e respiro. Qualquer experiência que eu tenho em relação às palavras ou até mesmo à entoação da frase é a minha reação. Eu dedico-me a investigar porque é que eu reajo às frases diretas - apercebo-me que me habituei a associar as frases diretas a repreensões ou a quando estou chateada. Na realidade eu apercebo-me que ser-se direta é simplesmente falar-se sem rodeios e dizer-se somente o essencial. Vejo agora que eu própria criei resistência a ser direta por não querer que os outros me julguem com arrogante ou que pensem que eu estou chateada com eles. Ora, estes são julgamentos que eu tenho de resolver em mim! Eu dedico-me a parar estes julgamentos próprios e assim parar de projecta-los na minha relação/comunicação com os outros. Ao ser direta, eu estou a dar direção a mim  própria,  a falar em honestidade própria comigo e com os outros, sem rodeios nem medos nem a alimentar as percepções ou associações da mente.

Quando e assim que eu me vejo a pensar que não vou falar com pessoa X porque essa pessoa não tomou a iniciativa de falar comigo, eu páro e respiro. Eu aproveito esta ocasião para ver o julgamento que tenho de mim própria e perdoo-me. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar-me como irrelevante porque a outra pessoa não quer estar ou estar comigo, sem me aperceber que esta ideia que o outro não quer estar comigo ou falar comigo fui eu que criei para mim própria e assumi ser a verdade.

Ao trazer o ponto para mim própria, eu apercebo-me que sou eu que não quero estar sozinha porque eu própria não me estou a suportar. Quando e assim que eu me vejo a desejar estar com pessoa X porque não quero estar sozinha, eu páro e respiro. Eu realizo que mesmo com os outros, eu existo em mim, sozinha, embora um e igual com todos. Eu comprometo-me a recriar a relação que tenho comigo própria com base nos princípios da honestidade própria, direção própria, respeito próprio,  divertimento próprio e auto'perfeição. Este é de facto o meu processo de renascimento e, tal como há 25 anos, eu renasço sozinha e ando pelo meu pé, ciente da unidade e igualdade em que existimos.

Ilustração de Andrew Gable


Dia 106: Vontade de desistir como se isso fosse mais fácil

quarta-feira, setembro 19, 2012 0 Comments A+ a-


Este perdão-próprio vem no seguimento do vlog que fiz hoje sobre uma experiência vivida no emprego esta tarde. Tratou-se do padrão da desistência, como se aquilo que eu tinha à minha frente para fazer fosse maior do que eu própria. Por uns breves instantes, tive a sensação de estar perdida e, com o medo de falhar, tive vontade de ser eu a desistir, antes que alguém fizesse isso por mim. Esta antecipação é típica da mente, num conflito que só eu vejo porque só existe dentro de mim. No momento em que me apercebi que estava deliberadamente a sabotar a minha existência em Londres e a minha dedicação no meu trabalho, eu parei e questionei-me sobre o que eu estava aqui a fazer e porquê... Apercebi-me que o desejo de me sentir confortável na nova tarefa que eu estava a desempenhar era baseado na ideia do que eu gostaria de estar a fazer. Ou seja, estava em completa separação, a desejar estar onde que não estava e a fazer algo que só existe na mente como uma imagem de aparente felicidade. De tudo isto, apercebi-me que o mais real era a minha respiração naquele momento e a minha presença física. Levantei-me, respirei, afastei os olhos do ecrã e nesse momento questionei-me sobre o que eu queria da minha ação em relação à tarefa que tinha em mãos. Foi simples a resposta: dar o melhor de mim aos outros e garantir que faço tudo aquilo que é possível para aperfeiçoar o meu trabalho.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido imaginar o pior cenário que podia acontecer naquele momento em que me sentia frustrada com o meu trabalho, em vez de parar de participar na mente para garantir que não criaria esse cenário na minha vida, deliberadamento a sabotar a minha realidade com base nas imagens da mente.


Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a energia associada com a vontade de estar noutro lugar e a fazer algo diferente do que estou a fazer, quando na realidade esta "necessidade de escapar" é um hábito da mente de se distrair com a percepção que aquilo que está longe é mais fácil de resolver, em vez de me dar a oportunidade de transcender esta limitação que estava mesmo ali em mim.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a sensação de conforto é real porque está associada a uma rotina do passado ou a ideia que antes estava mais estável, em vez de ver que este padrão não sou Eu como Vida e que é de facto uma RESISTÊNCIA a ser/estar aqui estável como Vida, como Direção-própria e como/para o Melhor para mim.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido  participar no desejo e imagem de desistir e assim de largar tudo num instante, tal e qual uma reação, em vez de parar e respirar e me alinhar com o meu corpo, com a minha ação e tomar responsabilidade pela minha decisão. Apercebo-me que esta vontade de largar tudo é um ultimato que faço a mim própria sem qualquer decisão e sem de facto tomar uma decisão consistente e me dedicar a viver essa decisão.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido culpar as pessoas à minha volta pela frustração que eu estava a criar para mim própria ao alimentar as ideias da mente que limitam a minha expressão e criatividade.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar na ideia que desistir como sendo um acto de ruptura, em vez de parar, ajudar-me a ver este ponto e assim simplesmente ajudar-me a re-nascer aqui.

Quando e assim que eu me vejo a imaginar a possibilidade de desistir da minha ação e projectar a minha frustração na forma de uma reação com os outros, eu páro e respiro. Eu comprometo-me a tomar responsabilidade por me corrigir a cada momento naquilo que eu faço durante o dia e a parar de me distrair com as aparentes vontades da mente que são baseadas em insatisfações passadas ou comparadas com o passado.

Quando e assim que eu me vejo a desejar estar noutro lugar e a fazer algo diferente daquilo e de onde que me encontro neste momento, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que a minha mente me está a mostrar a separação que eu permito e aceito em mim própria.

Eu comprometo-me a auto-estabilizar-me com a minha respiração e a tomar a minha direção em senso comum e criatividade para sair da mente e estar aqui a agir no físico, a dar o meu melhor e a ultrapassar medos ou ideias que eu acumulei e que acreditei serem eu. Eu apercebo-me que o acto de desistir é apenas uma farsa para não ver as origens dos padrões e finalmente me questionar como é que eu estou a participar neles.

Quando e assim que eu me vejo a comparar aquilo que eu faço agora com memórias de coisas que eu fiz e que na minha memória aparentemente eu estava mais satisfeita, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que as memórias são usadas como auto-manipulação, baseadas na polaridade melhor VS pior em comparação ao presente. Eu dedico-me a parar de acreditar nas imagens manipuladas na mente e começar a recriar-me a cada momento, sem participar nos vícios da mente até estar clara em mim.

Logo, eu comprometo-me a dar direção a mim própria quando me vejo a estar "perdida" e "absorvida" na mente e assim me aplicar na minha auto-correção, em garantir que estou ciente de mim e dos padrões que mais cedo ou mais tarde tenho de resolver em mim. Eu comprometo-me a parar de participar nas imagens da mente do passado e a sensação de falta - as chamadas saudades - pois com isso é a mim que me estou a perder porque estou a ignorar a minha presença aqui. 

Eu respiro, eu torno-me ciente da minha presença Aqui, neste momento e vivo a cada momento a decisão de me auto-aperfeiçoar de dentro para fora e que as minhas ações sejam o reflexo da minha estabilidade e auto-aperfeiçoamento.


Ilustração de Andrew Gable


DIA 105: A mania que somos uns sacrificados e vítimas

terça-feira, setembro 11, 2012 0 Comments A+ a-


Estas são duas permissões e aceitações provenientes das "lições" da História que até agora tem sido educada com base em medo: o medo de se mudar para pior visto que "antes é que era bom". Mas será que houve alguma época realmente boa, ou estaremos a falar da ideia de "bom para alguns" tal e qual o cenário social actual?
Como é que a auto-definição de ser-se um sacrificado e vítima limita a nossa expressão pessoal e consequentemente participação na sociedade?

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver e perceber que a crença de se ser uma sacrificada ou vítima (normalmente de algo ou de alguém) é uma limitação com base na ideia como eu tenho de agir, sem ver e perceber que é a mim que me estou a limitar nas minhas decisões. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar ser "normal" sentir-me como uma sacrificada, sem com isso ver que é a mim, enquanto expressão de vida, que estou a sacrificar. O sacrifício pelos outros não existe - tem sempre a ver com aquilo que eu permito para mim própria.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que sou responsável pelas ideias que eu criei sobre mim própria e que sou igualmente responsável por PARAR de culpar os outros/a sociedade ou de desejar que os outros/a sociedade mudem para eu mudar. Eu realizo que as minhas permissões e aceitações da mente não são dependentes dos outros/da sociedade.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido justificar a lei-do-menor-esforço e a falta de responsabilidade própria com o sacrifício e vitimização, quando em honestidade própria me apercebo que o sacrifício deixaria de existir se eu der o meu melhor naquilo que eu faço e tomar responsabilidade própria por me criar a cada momento em honestidade própria -  Eu apercebo-me que a ideia de sacrifício surge como algo contra a minha vontade, sem primeiro investigar porque é que eu tomo certas ações e por quem as faço. Em relação à vitimização, eu apercebo-me que é uma projecção da responsabilidade que não tomei por mim e portanto projecto nos outros, em vez de realizar que sou a única responsável pelas minhas permissões e aceitações das ideias que criei de mim e dos outros.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar na lavagem cerebral tanto religiosa como política, como dos meus antepassado sobre os sacrifícios de se um ser-humano, quando na realidade, o ser-humano tem o potencial de viver BEM e estável se houver um sistema económico e político que o proporcione e se eu me permitir desenvolver para o melhor de mim, parando as ideias que me limitam e que têm limitado os meus antepassados/humanidade até então.

Quando e assim que eu me vejo a participar na personalidade de vítima e de queixas, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta personalidade é um indicador de impotência que eu permiti e aceitei creditar ser real, quando na verdade a impotência de mudar surge do hábito de se pensar que não se pode mudar porque há um sacrifício a defender.

Quando e assim que eu me vejo pensar que se os outros/a sociedade mudem eu também vou mudar, eu páro e respiro. Eu realizo que esta é uma justificação que adia a minha decisão de mudar as aceitações e permissões sobre aquilo que eu tenho sido até agora. Eu comprometo-me a parar a personalidade do "deixa andar" como se por milagre eu e as coisas à minha volta mudassem. Eu sou responsável a cada momento pela minha participação no mundo, e eu tenho vindo a aperceber que existir como sacrifício e vítima é uma forma fácil de não questionar esta realidade, este sistema económico e as relações entre as pessoas. Assim, eu comprometo-me a questionar as situações em que eu acredito estar a sacrificar-me ou a ser uma vítima, para tomar conhecimento do que se passa à minha volta e em senso comum realizar que se não me definir como uma sacrificada ou vítima poderei dar direção à situação, ciente que cada um de nós é igualmente responsável por mudar as coisas para melhor.

Eu comprometo-me a estar ciente das minhas permissões e aceitações e a rever as minhas permissões e aceitações, questionando-me se estas são de facto o melhor para mim e para os outros.

Ilustração de Andrew Gable


DIA 104: Quando decidir pelos outros é fugir de si próprio

segunda-feira, setembro 10, 2012 0 Comments A+ a-




Um dos sintomas típicos da mente é o de desejar ajudar os outros para se sentir bem consigo próprio e com isso trazer mais ao ego do que ao mundo... Como é que se pode decidir por uma população inteira quando em honestidade própria não sabemos o que é o melhor para nós próprios? E como é que nos permitimos projectar nos outros aquilo que nem a nós próprio damos ou exigimos?

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar saber como é que os outros devem decidir e acreditar que é mais fácil decidir pelos outros do que para mim própria. Eu apercebo-me que esta é uma ideia que descarta a minha responsabilidade de lidar comigo e de viver as decisões tomadas por mim própria. Aliás, esta projeção mostra a polaridade que existe entre julgar os problemas dos outros como fáceis de resolver e os meus como complicados - ambos energias e resistências da mente para agir em senso comum e parar de participar na mente.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido realizar que a única maneira de ajudar os outros é em tornar-me o meu próprio exemplo e viver esta decisão a cada momento, em autocorreção e vontade de parar os padrões de comportamento do passado que só trouxeram instabilidade.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar estar numa posição superior e portanto capaz de ajudar os outros quando em honestidade própria eu me apercebo que a única pessoa que eu posso garantir mudar sou eu,  em autoconhecimento e trabalhar cada ponto para me estabilizar naquilo que eu própria tenho aceite e permitido que ainda não é o melhor para mim e para os outros.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver, perceber e realizar que cada um é responsável por transcender os seus pontos mentais e que aquilo que é da minha responsabilidade enquanto cidadã desta humanidade é garantir que este sistema económico mude para que todos os seres tenham a oportunidade de estabilizar a sua existência com as necessidade básicas garantidas  sem a preocupação do dinheiro para de facto se puderem dedicar à sua realização pessoal.

Quando e assim que eu me vejo a desejar mudar a vida de uma pessoa e a imaginar como seria fácil, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que estas imagens da mente não são reais e são uma distração, uma vez que estou a projar nos outros aquilo que eu não faço para mim própria e, portanto, esta é uma oportunidade de dar a resposta aos meus próprios problemas e dedicar-me a resolver aquilo que eu tenho julgado como complicado.

Quando e assim que eu me vejo sentir frustrada com as pessoas que não querem ajudar-se a si próprias e mudar, eu páro e respiro. Esta frustração é uma energia da mente que me separa de mim e dos outros - apercebo-me também que é também baseada no medo de acontecer o mesmo comigo e não querer mudar ou sequer estar ciente da resistência a mudar.
Eu dedico-me a escrever sobre os padrões da mente, a perdoar e assim dar-me a oportunidade de me ver em honestidade própria, explorar as camadas da mente e dedicar-me a mudar o meu guião/direção de vida sob os princípios de senso comum, igualdade, dignidade de vida, auto respeito e aperfeiçoamento.

Quando e assim que eu me vejo desejar ver pessoas a mudar a minha volta como se eu dependesse dessa aprendizagem visual, eu páro e respiro.
Eu comprometo-me a mudar a minha atitude e existência para aquilo que eu gostaria de ver à minha volta e que até agora tenho pensado existir nos outros e não em mim.

Quando e assim que eu me vejo a participar na energia do ego de me sentir bem comigo mesma por ajudar os outros, eu páro e respiro. A ajuda que posso dar aos outros é incondicional porque sou de facto eu, na minha mudança pessoal - qualquer ideia de superioridade ou sacrificio é o ego a liderar. Eu comprometo-me a praticar tomar decisões em senso comum, a dedicar-me ao auto-aperfeiçoamento para o melhor de mim e a recriar em auto estabilidade e igualdade as minhas relações com tudo o que existe.
Eu comprometo-me a investigar as vontades em ajudar os outros como forma de fugir à minha responsabilidade de investigar as minhas desonestidades próprias e parar de adiar a minha própria aplicação do perdão-próprio. Eu dedico-me a aplicar em mim as soluções de auto-responsabilidade, igualdade, autodeterminação, honestidade própria, confiança, perdão-próprio e autocorreção incondicionalmente do local, situação onde eu estou ou com quem eu estou.

Ilustração de Andrew Gable


DIA 103: Autodisciplina de dentro para fora VS Austeridade de fora para dentro

domingo, setembro 09, 2012 0 Comments A+ a-


É de certo surreal acreditar-se que alguma austeridade vai mudar a desorganização interna que existe na mente de cada um. As noções de certo e errado são manipuladas pelo valor das coisas, que por sua vez são manipuladas por um sistema económico demente.

Uma das consequências da falta de autodisciplina é acreditar que se está condicionado pelos outros ou mesmo por um Governo, quando em honestidade própria, somos nós quem primeiro permitimos condicionarmos com ideias de como as coisas são, com base em experiências passadas e crenças de que não se consegue mudar.  Podemos começar por nos questionarmos sobre aquilo que temos aceite e permitido como sendo a normalidade: a corrupção, a desigualdade, o ego, a superioridade e inferioridade com base no peso da carteira, os preços das coisas, a sobrevivência dos favores, o parecer sem se Ser, a ideia que um curso superior faz a diferença, ou até mesmo que lá fora é tudo melhor... Este "lá fora" é muito relativo, porque é por dentro da mente humana que a desorganização começa.
Será realmente impossível reformularmos as aceitações e permissões para juntos criarmos uma realidade que seja melhor do que aquela que tem sido até agora? E porque não começarmos por nós próprios que é a única coisa que podemos garantir mudar? E é aqui que entra a autodisciplina e honestidade própria - a honestidade como vida e para com a vida, em igualdade e unidade com os outros.

Até à pouco tempo a palavra/noção de disciplina trazia uma conotação negativa de algo contra a minha vontade, tal e qual uma imposição. Isto porque nunca tinha considerado a disciplina como algo vindo de mim e para mim, tendo antes sido associado a algo vindo de fora contra mim, como se alguém me conhecesse melhor do que eu própria.
Comecei por ler no site do Desteni artigos sobre self-discipline e como esta estava associada à honestidade e direção próprias. Agora em Portugal, apercebo-me das consequências da falta de disciplina própria, ou seja, de permitir e aceitar "ir ao sabor do vento" - que é a versão poética de se dizer que se vai desorientado e à espera que algo ou alguém me dê direção. Quando não há autodisciplina, a austeridade externa acredita ser uma solução, como ter alguém a dizer o que tem de ser, sem primeiro nos re-educarmos sobre o que é o melhor para todos.

Na realidade, o estado do mundo e o estado de cada país é o reflexo daquilo que cada um tem permitido em si próprio e por isso não ninguém que acarreta as culpas porque somos todos igualmente responsáveis pelo que temos permitido e aceite como "normal". O que é certo é que até agora temos permitido uma total ignorância sobre como o sistema económico e político funciona, com a desculpa que "desde que eu tenha o meu conforto emocional, então está tudo bem", sem nos apercebermos que estamos a cavar o nosso próprio abismo e que a terra que atiramos para trás vai acumulando até cair em cima de nós.
Por isso, uma das soluções que eu me tenho apercebido como essencial no processo de mudança, é a tomada de responsabilidade própria e a autodisciplina em realmente viver a mudança. Não há meios-termos: ou se pára de participar nos padrões do passado, ou se vive um novo futuro.

Esta semana irei dedicar-me a explorar e escrever o perdão-próprio para os vários padrões da mente, começando pela resistência em sermos o exemplo para nós próprios.

DIA 102: A resistência a ser auto-disciplinada

sábado, setembro 08, 2012 0 Comments A+ a-



Em relação à disciplina própria (ou autodisciplina), apercebo-me a uma das consequências que durante anos eu tenho recriado para mim própria são a falta de pontualidade e a indecisão, porque não me permiti educar a ser assertiva comigo própria, naquilo que eu decido para mim e viver a decisão de mudar as aceitações e permissões para criar uma realidade que seja melhor do que aquela que tem sido até agora.

Apercebo-me que a resistência a ser autodisciplinada é uma resistência da mente. Durante anos acreditei que ir ao sabor do vento era algo fascinante e imprevisível - agora apercebo-me que a imprevisibilidade vai dar sempre aos mesmos padrões e que o fascínio é ilusório. Aquilo que neste momento me fascina é conhecer as ilusões da mente e mudar, isto é, começar a dar direção a mim própria e a sair dos padrões a que até agora eu me tenho definido/limitado.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitir realizar que a autodisciplina começa a cada respiração, sendo que eu sou responsável por respirar consistentemente para que o meu corpo esteja estável e funcione na sua plenitude.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ser disciplinada comigo própria quando estou em Portugal, com base na ideia de como devia ser para corresponder às memórias de como eu agi durante anos, em que ignorei escrever todos os dias e acreditei não saber aquilo que era o melhor para mim nas ações que tomava. Apercebo-me que uma das coisas que me distraem de mim própria é o apego emocional às coisas, às pessoas e aos sitios, que até agora justificavam a falta de senso comum na tomada de decisões - apercebo-me também que o apego emocional é com base no medo da perda, como se certas situações me trouxessem um conforto que eu temo perder.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido viver a decisão de ser pontual ou de fazer aquilo que eu havia planeado para mim em determinadas situações. Apercebo-me que me distraio com as horas quando estou em casa em Portugal, com se ignorasse o passar do tempo. Ao ignorar o tempo, eu estou a ignorar-me a mim, a minha respiração e quem eu sou a cada momento, assim como ignoro os outros e quem eles são a cada momento.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido enganar-me a mim própria a manipular a minha direção e querer esticar o tempo ao limite, sempre com base no medo de perder "esta oportunidade" de estar aqui, quando na realidade quem eu sou não está dependente do local.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido recriar a minha ação com base nos princípios da honestidade própria e da autodisciplina que eu sei por experiência própria são o melhor para mim, que é ser o exemplo para mim própria e dar-me direção a cada respiração, ciente daquilo que eu faço e de quem eu sou a cada momento. O conforto da mente é como uma nuvem de conforto que não é real, porque só existe na minha memória!  Eu apercebo-me que as própria definições de quem eu sou ou de como eu me devo comportar só existem se eu continuar a participar nelas.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que as pessoas mais velhas ou os meus pais ou até mesmo amigos de longa data sabem melhor aquilo que é o melhor para mim do que eu própria. Apercebo-me também que o medo de ser directa para com as pessoas mais velhas ou os meus pais é com base na ideia que eles sabem melhor o que eu deva fazer do que eu própria, em vez de eu própria me questionar sobre a origem da minha indecisão e trabalhar este ponto primeiro, antes de assumir que "não sei decidir por mim".

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a autodisciplina é algo contra mim própria, quando na realidade, eu sou responsável por respirar a cada momento incondicionalmente - ou seja, a audisciplina já existe de dentro para fora (respiração-ação). A mente, pelo contrário, é desorganizada e confusa e, caso não me dar direção a viver a cada respiração, as emoções da mente alteram os batimentos cardíacos e a consequência sou eu a recriar instabilidade de dentro para fora.
A autodisciplina como vida é a responsabilidade pela vida.

Quando e assim que eu me vejo a ser influenciada por apegos emocionais e memórias de como as coisas têm sido, eu páro e respiro. Neste momento, eu dou-me a oportunidade de recriar a minha realidade com base naquilo que está aqui e que à luz do senso comum as decisões se tornam mais óbvias, em que o senso comum é fazer aquilo que é comum a todos nós e em que eu vivo a decisão de ser honesta comigo própria como Vida e sem os condicionalismos na mente.

Quando e assim que eu me vejo a "esticar o tempo" e justificar a falta de noção das horas com o apego emocional, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que não estou a considerar os outros à minha volta e que esta é uma forma de manipular o tempo dos outros. Apercebo-me que a falta de autodisciplina é depois manifestada na falta de claridade na minha comunicação dos planos, visto que deixo portas abertas à alteração dos planos. Logo, quando e assim que eu me vejo ao considerar a mudança de planos e das horas, eu comprometo-me a informar os outros que estão comigo, de modo a parar de manipular a vida dos outros com a minha falta de responsabilidade. Eu apercebo-me que a mente só tem "poder" quando é silenciosa pois, ao comunicar a alteração dos planos vai ser claro para mim que esta mudança é baseada em apego emocional, memórias e medos da mente. Assim, eu apercebo-me que no momento em que eu me torno ciente dos padrões da mente eu tenho a oportunidade de parar a minha participação como mente e de me permitir agir aqui como Vida e a viver a decisão de ser o meu próprio exemplo de honestidade própria.

Quando e assim que eu me vejo a justificar a falta de disciplina em relação ao cumprimento dos planos e das horas com o medo de perder a oportunidade, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta justificação é de facto baseada no medo da morte, minha e dos outros, que é como um ultimato da mente a mim própria que justifica a repetição dos padrões do passado. Apercebo-me que esta é uma resistência a mudar de atitude nas minhas permissões e aceitações. Quando e assim que eu me vejo perante uma situação em que me sinto obrigada a participar nas memórias e em fazer aquilo que tenho feito até agora, eu páro e respiro. Eu dedico-me a parar o apego emocional e a ver as coisas como elas são, sem medo de agir de modo diferente das memórias. Eu apercebo-me que o conforto das memórias é a ilusão da repetição, em vez de me questionar sobre a validade e honestidade de tal padrão.

A disciplina comigo própria em caminhar este processo e corrigir cada padrão de desonestidade própria reflectir-se-á na consistência da minha ação e na minha estabilidade em tudo o que eu digo e faço. Ao trabalhar na minha autodisciplina em viver cada momento em autocorreção, eu estou a recriar a minha autoconfiança e a garantir que me torno no meu próprio exemplo de Vida.

DIA 101: Imaginar o pior cenário é sabotar a natureza humana

segunda-feira, setembro 03, 2012 0 Comments A+ a-


Este é um padrão da mente: saltar para um futuro que é contra mim e contra os outros, baseado em imagens que anulam a possibilidade de se mudar para uma realidade melhor para todos. É "incrível" a capacidade da imaginação auto-destrutiva da mente... Eu estou ciente que esta capacidade da mente não tem vontade própria  nem é "natural" da natureza humana - somos nós quem tem permitido e aceite esta limitação mental até agora, como se a mente fosse uma televisão seguida em total apatia.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a apatia física é uma resposta natural à imaginação da mente e acreditar que os cenário de futuro da mente são reais.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido questionar-me sobre a minha participação na criação dos cenários da mente que evidentemente não são o melhor para mim nem para os outros.

EU perdoo-me por não me ter aceite e permitido tomar a iniciativa de parar a mente/parar os cenário da mente: Stop, Eu páro estas imagens que não são aquilo que eu me permito criar para a nossa realidade. Enquanto criadora da minha realidade, eu tomo responsabilidade por criar uma realidade que seja o melhor para todos e para tal páro a influencia da mente que até agora tem sido baseada em desigualdade, ganância e medo.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que o peso, limitação e personalidades da mente são reais, quando esta crença é apenas uma resistência à minha mudança pessoal da qual eu sou responsável. Eu sou responsável por dar direção à minha participação aqui, a parar as personalidades da mente que me afastam de mim e dos outros, para finalmente descobrir e viver o potencial da natureza humana e Vida na Terra para todos.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ser possuída pela imaginação e terror da mente e, pela força do hábito, acreditar que é uma tendência da natureza humana quando em sendo comum me apercebo que esta imaginação não é "naturalmente" humana mas é simplesmente o hábito de se aceitar a mente como superior a nós próprios como Vida.

Quando e assim que eu me vejo a criar e alimentar os cenários da mente em total apatia, eu páro e respiro.  e torno-me ciente de mim. Eu apercebo-me que ao estar ciente do meu corpo físico não estou a participar nas distrações da mente.

Quando e assim que eu me vejo a criar cenários de futuro, eu páro, respiro e procuro investigar a origem destas imagens que em honestidade própria me mostram aquilo que eu tenho permitido e aceite em mim/na minha realidade/nos outros.  Ao estar ciente das minhas personalidades e padrões da mente, eu sou capaz de mudar de direção, em responsabilidade própria como Vida, sem agendas secretas nem pesos do passado.

Eu realizo que a imaginação de cenários indica que eu ainda não me estou a permitir criar a minha realidade aqui, a cada respiração, sem projeções do passado nem ideias sobre o futuro. Ao mudar o meu ponto de partida, eu dedico-me a investigar as origens dos cenário da mente, dos medos do futuro, das apreensões do passado e a conhecer as minhas permissões e aceitações sobre aquilo que eu tenho criado até agora. Apercebo-me que os cenários são, como o nome indica, uma cobertura que me isola da realidade e que cada camada de tinta é um ponto que tenho de resolver em mim para me libertar dos padrões da mente.  Ao estar presente na minha respiração e processo de criação, eu comprometo-me a mudar as aceitações e permissões e, consequentemente, páro de acumular camadas de cenários e personalidade que têm até agora limitado a existência humana em unidade e Igualdade.

Eu dedico-me a  recriar a minha natureza humana com directrizes baseadas  em ser /agir em honestidade própria e senso comum para o melhor de todos; Eu comprometo-me a parar de sabotar a natureza humana de Vida e a parar de sabotar a Vida que existe à minha volta. Eu dedico-me a parar  de alimentar as personalidades da mente que nunca consideram o melhor para todos.