DIA 141: A alquimia em que destruímos tudo aquilo que tocamos

sexta-feira, novembro 30, 2012 0 Comments A+ a-


Todos desejamos ser alquimistas para transformarmos tudo aquilo em que tocamos em ouro. Mas o que na realidade acontece é a sensação que estragamos tudo aquilo em que tocamos. Todos desejamos viver mas acabamos por caminhar só para a morte...
Este é um sintoma do vírus da mente

Apesar de todos desejarmos fazer "o bem", de "não pecar" e de transformar tudo em "ouro", no final de contas o que temos? Complicações atrás de complicações, mal entendimentos, frustração, promessas que não se cumprem, personalidades duplas e culpa. Não será esta a ideia que nos faz acreditar que "esta juventude está perdida".... Crianças lindas transformadas em adultos mentirosos. Que raio de destino para a humanidade é este, de certo não é humano, mas é fruto de uma doença mental: a aceitação da mente.

Pontos a serem "curados" e perdoados:
A ideia que estragamos ou contaminamos tudo em que tocamos - Apercebo-me que esta ideia da mente não é real, mas só existe porque eu a criei e continuo a participar nela. É uma constante manipulação da mente em que acabamos por fazer exactamente o contrário daquilo que queremos porque este tem sido o nosso ponto de partida - aceitamos a guerra, aceitamos a desonestidade, aceitamos os medos, aceitamos a culpa, ou seja, aceitamos ser a mente e ignorar a Vida.

Fazer o contrário daquilo que queremos - habituámo-nos a acreditar na nossa mente com tal fé que nem conseguimos distinguir aquilo que é honesto e aquilo que é desonesto connosco próprios. Por exemplo, quando na minha mente eu penso que não quero estragar este momento ou que não quero partir esta caneca, estou de facto a aceitar estas opções - estou a dar azo a criar esta realidade contra mim própria, em vez de tomar a decisão de não me permitir participar e criar uma realidade diferente daquela que é o melhor para mim.  (por  exemplo, estar presente e por isso não deixar cair a caneca!)

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar e definir-me de acordo com as experiências em que acabei por fazer o contrário daquilo que seria o melhor para mim e por ter acreditado que esta memória sou eu. Nisto, apercebo-me que ao definir-me com esta personalidade de que estrago tudo o que eu toco, irei participar nesta personalidade sem ver que eu sou a responsável e capaz por parar de seguir este "programa da mente".

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que quando as coisas chegam até mim ficam sempre mais complicadas. Apercebo-me que o que acontece é ter a ideia que as coisas sem mim são mais fáceis de resolver porque não existe ainda o factor de preocupação. Ou seja, eu perdoo-me por me ter aceite e permitido contaminar aquilo que eu faço com o vírus da preocupação e pensar que vai ser mais complicado do que aquilo que eu inicialmente pensava.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido contaminar a minha ação física com a ideia que é complicado lidar com a situação. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido contaminar a minha ação física com o peso da mente (peso e bagagem da memória e do passado).

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que as situações novas são demais para mim e que seria mais fácil manter-me num estado de conforto e de controlo da mente, em vez de me dedicar a participar na solução e que isto implica fazer aquilo que não está no meu programa da mente (parar a ideia como as coisas vão ser, parar a mente) para ser organizada, ver as coisas em senso comum, mudar a maneira como faço as coisas)

Em  vez disto, eu comprometo-me a ver a situação em senso comum, a ver o que é que realmente precisa de ser feito e analisado para que a minha participação seja na solução e não a agravar ou a causar o problema.

Eu comprometo-me a decidir e viver a decisão de parar o programa da mente em que penso que "será sempre assim" e que irei sempre estragar as coisas ou os momentos em que eu me envolvo.

Quando e assim que eu me vejo a manipular o momento ou a situação ao pensar que as coisas vão se complicar por minha causa, eu pároe respiro. Eu dou-me a oportunidade de ver onde e como é que eu estou a participar nesta ideia e como é que eu estou a criar as condições e a alimentar os medos do futuro. Eu comprometo-me a parar de participar nos hábitos de pensamento da minha mente e dedico-me a escrever ou a falar destes medos e preocupações, no sentido de ver aquilo que eu estou a criar e a alimentar em mim. Nisto, eu dedico-me a parar de deliberadamente aceitar este "destino" da mente.

Quando e assim que eu me vejo a justificar a situação como sendo "o normal" porque tem acontecido o mesmo com a minha família e outras pessoas, eu páro e respiro. Em vez disto, eu permito-me tomar responsabilidade por mim e pela minha responsabilidade de mudar aquilo que tem sido feito, eu seja, dedico-me a parar a mente/cultura/hábito de como as coisas são, quando em senso comum e honestidade própria eu vejo que "a maneira como as coisas são" não é o melhor para ninguém (Por exemplo, chegar constantemente atrasada aos sítios cria-me uma enorme ansiedade). Eu comprometo-me a ver as coisas em unidade e igualdade com tudo e com todos, e a partir daqui, dou-me direção a parar a mente de interesse próprio/ego para me permitir ser e fazer aquilo que é o melhor para todos.

Quando e assim que eu me vejo a sabotar a minha decisão de mudar por pensar que resistir à mente é difícil e complicado, eu páro e respiro.  Eu permito-me sair do estado mental da complicação e vejo que qualquer resistência da mente é um indicador de um ponto que eu ainda não resolvi em mim. EU dedico-me a investigar este ponto e a perceber de onde é que a instabilidade vem - que ideias é que eu ainda me defino e prendo? Que imagem do futuro eu estou a criar para mim própria? Porque é que eu hei-de partir a caneca? Porque é que eu participo na complicação em vez de me dedicar à solução? Em quem é que eu estou a projectar as minhas próprias limitações?

Eu comprometo-me a parar que a minha mente e a mente dos outros decida por mim e permito-me tomar decisões físicas que realmente ajudem a minha existência física e a existência física dos outros, sem qualquer agenda da mente/medo/morte e dedico-me a VIVER-me/realizar-me/descobrir-me/mudar-me em honestidade própria.

À medida que escrevia estas realizações, apercebi-me que o ponto de partida de julgar as coisas como complicadas ou simples é também uma sabotagem da mente. O mesmo se passa com o desejo de transformar as coisas em ouro - todas estas ideias de como as coisas são ou devem ser, serve como uma distração daquilo que está aqui e que pode/deve ser feito; portanto esta é a decisão de sair desta prisão da mente, destas auto-definições, desta religião do certo e do errado, da vida e da morte. Em vez de desejar a vida "perfeita", dedico-me a recriar a vida que existe em mim - a expressão física da vida que está aqui em tudo e em todos, tal como o ar que respiramos.

Ilustração: Can I Walk Away in My Next Breath – An Artists Journey To Life: Day 179 | by Andrew Gablehttp://bit.ly/VN3il7

DIA 140: Libertar-me da procastina-a-ação

segunda-feira, novembro 26, 2012 1 Comments A+ a-



A procrastinação resulta sempre em abuso próprio. Parece dramático? Não. E um alerta que damos a nós próprios sobre a relação que estamos a criar connosco. Esta realização surgiu da minha própria experiência na qual eu estava deliberadamente a ignorar aquilo que eu tinha/devia fazer por mim, com a justificação da imagem de me ver "em ação" mais tarde e adiar-me (ou será odiar-me?). Ao ter permitido que a mente tomasse conta da minha iniciativa e vontade próprias, apercebi-me deste padrão auto-destrutivo pois estava a pôr em causa o meu bem-estar e até mesmo a minha saúde. Curiosamente, a procrastinação manifesta-se aquando de actividades físicas, como ir ao ginásio, ou até mesmo cozinhar, ou fazer sexo, ou ir ao médico ou falar com alguém. A ideia de cansaço físico surge na mente e contagia a nossa própria vontade e capacidade de discernir aquilo que tem de realmente ser feito! Para além das consequências eminentes de falta de cuidado com o nosso próprio corpo, a longo prazo desenvolve-se uma relação de falta de confiança em nós próprios, porque a memória de ocasiões anteriores em que se procrastinou vai comprometer a assertividade em realmente viver as palavras que se fala...

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido entrar naquele "estado mental" de desprezo próprio e de desvalorização daquilo que eu faço e daquilo que eu tenho de fazer por mim, como uma desistência de mim própria.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar na imagem/ideia de "fazer depois", sem ver que com esta ideia/imagem eu estou a enganar-me a mim própria 

Se neste momento que eu tenho a possibilidade de fazer isto e não faço, que prova dou a mim mesma que irei fazer realmente fazer "mais tarde" ou que irei ter o tempo/disponibilidade de o fazer?

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido procurar algo que entretesse a minha mente para eu não pensar mais no assunto, em vez de fechar o assunto por mim ao tomar a decisão de fazer aquilo que é o melhor para mim neste momento.

Quando e assim que eu me vejo a entrar no modo de "projeções da mente" em que me imagino a fazer aquilo que , em honestidade própria, estou a evitar fazer agora, eu páro e respiro. Nesse momento, em vez de reagir, eu dou-me a oportunidade de ver a origem da procrastinação - o que é que eu não quero enfrentar? Quem é que eu não quero enfrentar? O que é que eu estou a suprimir em mim? Esta preguiça é da mente ou é realmente cansaço físico? Que personalidade é esta? Porque é que tenho medo de sair desta aparente zona de conforto na qual me estou a afundar/ignorar?

Quando e assim que eu me vejo a desprezar a minha atenção ao meu corpo físico, quer seja a evitar ir ao ginásio, ou a evitar descansar, ou a evitar ligar para o médico, ou a evitar cozinhar, eu páro e respiro. Ao parar e respirar, eu dou a mim própria o tempo e espaço para perceber este padrão da procrastinação e conhecer aquilo que eu tenho permitido em mim e no mundo à minha volta. Eu comprometo-me a estar um e igual com o meu corpo e, a partir desta decisão, parar o abuso da mente sobre o meu corpo. Eu comprometo-me a parar as assumpções de como as coisas vão ser ou têm de ser, e permito-me criar a mudança que eu tenho desejado mas adiado em mim/para mim - apercebo-me que a mudança é física e não da mente; apercebo-me que a mudança é de facto levantar-me e dar uma direção a mim própria; apercebo-me que a solução passa sempre por tomar responsabilidade pelas consequências que eu tenho criado para mim própria e, portanto, ver que sou também responsável por mudar a consequência/o resultado ao mudar a minha ação e o meu ponto de partida.

Quando e assim que eu me vejo a desvalorizar o meu tempo e o tempo que dedico a mim própria, eu páro e respiro.
Quando e assim que eu me vejo a desejar dar aos outros aquilo que eu não estou a dar a mim própria, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que primeiro eu tenho de me tornar no meu próprio exemplo, limpar-me de todas as supressões, desejos, frustrações, ideias de como eu sou, ideias de como os outros são, ideias de como a vida é e ideia de como as coisas acontecem, para me libertar destas ideias que ocupam a minha mente e com as quais eu bloqueio ver/ser em senso comum.
Quando e assim que eu me vejo a ignorar a possibilidade de mudar neste mesmo instante o resultado deste "episódio", eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta ideia de "como eu sou" ou de como as coisas são" só existe na minha mente porque eu as criei/permiti em mim e que depende de mim perdoar-me por este desprezo/ignorância e dar-me uma nova direção, desta vez em honestidade própria e senso comum.
Eu apercebo-me que ao ajudar-me a corrigir o padrão da procrastinação, eu estou a ajudar-me/aos outros a mudar a minha relação comigo própria para criar o melhor para mim, a estabelecer uma relação de auto-confiança, amor-próprio e assertividade, e que esta mudança a partir de dentro irá reflectir-se (como um espelho) na minha relação com os outros/o mundo à minha volta.

Da mesma maneira vejamos: não será este mundo em que o passado se repete constantemente um exemplo da consequência da aceitação da procrastinação em nós próprios, em que adiamos/odiamos a mudança?

DIA 139: Uma força invisível que nos puxa para trás?

sábado, novembro 24, 2012 0 Comments A+ a-


Será que é isto que não vemos nas crianças? As crianças expressam-se incondicionalmente. Riem quando riem, choram quando choram, mas não vão propositadamente estragar aquele momento de diversão.
Um momento de estabilidade que rapidamente é invadido por esta força invisível  como um peso que se abate sobre nós. Com o passar do tempo, apercebo-me que me habituei a interromper a minha expressividade - algo de errado vai acontecer... não vale a pena... Já sei o que vai acontecer... Isto acontece sempre comigo... Dou por mim a criar uma vida contra mim própria - não será isto um indicador que não estou realmente a viver aqui ainda?
É a mente. Aquilo que tem acontecido com o passar dos anos é a aceitação da mente como o deus dos seres que tudo controla e limita. E é exactamente isso que acontece: eu própria me tenho permitido e aceite auto-limitar a minha expressão e controlar a minha existência; eu própria crio este peso sobre os meus próprios ombros; eu própria criei esta zona de conforto como se vivesse em sacrifício constante, sem ver que esta é uma desculpa da mente para eu manter esta prisão física; eu criei para mim própria a ideia que não posso expandir para além desta proteção da mente que tem o nome de medo; e não será este o padrão ensinado nos primeiros aninhos da catequese sobre a árvore do fruto proibido? Será que nunca vimos que é a árvore que nos dá oxigénio para respirarmos e existirmos primeiramente? Porque é que só vemos aquilo que nos dizem para vermos, sem nos educarem a vermos o senso comum e a expandir a partir dAqui, como novos? Estamos tão bem programados para passarmos ao lado da vida...

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido condicionar o meu presente ao dar azo aos pensamentos que são uma manipulação de imagens do passado e memórias.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido parar de me auto-controlar pela mente de pensamentos e memórias para ver o cúmulo que estou a criar para mim própria.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido punir-me pelo que eu faço pelo que eu não faço, como se nada do que eu fizesse fosse perfeito, sem nunca me ter apercebido que esta ideia de perfeição é uma manipulação da mente de forma a desprezar aquilo que está aqui neste mundo físico e de forma a sabotar qualquer tentativa de criar algo fora dos padrões da minha mente.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido sair do conforto da mente de medo, para estar aqui no corpo físico e começar a confiar em mim, na minha decisão de estar Aqui, um e igual com os outros e com aquilo que eu estou a fazer.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido subestimar a minha capacidade e vontade de parar a mente e mudar quem eu tenho sido até agora (a mente baseada em memórias, ideias sobre mim própria, ideias sobre os outros e ideias de como as coisas vão ser.)
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar e aceitar que o meu futuro/a minha existência na Terra iria ser parada ou limitada por um acidente ou por alguém, sem me ter apercebido que eu tenho sido a única responsável pela minha estagnação e limitação no meu processo de renascer como Vida.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver e realizar que é a mim e só a mim que eu estou a fazer mal ao prender-me neste ponto e na supressão da mente.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido antecipar a ideia do que é viver e acreditar que a vida é só isto (a mente) sem sequer me dar a oportunidade de viver cada momento incondicionalmente.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desejar controlar o futuro com base nas supostas aprendizagens do passado, sendo que em honestidade própria nunca houve um presente perfeito.

Eu comprometo-me a tomar responsabilidade por parar de participar na mente, que é como um vício que eu criei em mim.
Quando e assim que eu me vejo a prender-me na mente, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que só eu me estou a prender a mim própria; eu apercebo-me que fui eu que criei estes pensamentos para mim própria e tenho sido eu a permitir controlar a minha expressão.
Quando e assim que eu me vejo a justificar o meu medo do futuro com qualquer ideia que só existe na minha mente, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que qualquer justificação da mente para a limitação da minha expressão será sempre uma sabotagem contra mim própria. Por isso eu comprometo-me a parar de participar nas justificações da mente e vivo a decisão de parar a influencia da minha mente (e da mente dos outros) em mim.
Quando e assim que eu me vejo a pensar que não me posso expressar incondicionalmente, eu páro e respiro.
Eu apercebo-me que a sensação de ter algo a bloquear-me tornou-se um hábito porque repeti e aceitei esta limitação desde sempre.
Quando e assim que eu vejo esta limitação e justificação a sabotar o momento de potencial expressão, eu páro e respiro.
Eu comprometo-me a praticar a minha própria libertação ao parar a mente e ao respirar.
Quando e assim que eu me vejo a pensar que algo vai correr mal quando as coisas em mim estão estáveis, eu páro e respiro.
Eu apercebo-me que esta estabilidade da mente não é real e que não haverá estabilidade enquanto eu continuar a participar na mente. Por isso, eu dedico-me a andar este processo passo a passo, respiração em respiração, a dar-me direção constante e a recriar a relação que tenho comigo própria e a criar uma estabilidade incondicional.

Eu apercebo-me que esta ideia que eu criei sobre a Vida é uma ideia (a minha religião), na qual as coisas nunca acabam bem porque a mente é baseada em medo e na perda.

Quando e assim que eu me vejo a assombrar o meu presente como se me relembrasse que não me posso expressar à vontade, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta censura da mente só existe porque eu permiti criá-la e alimentá-la ao longo do tempo.

Quando e assim que eu vejo o medo de me expressar a surgir em mim na minha mente, eu páro, eu respiro e permito-me ficar no presente. Eu responsabilizo-me por parar a minha participação na mente e parar o hábito de seguir a mente.

Eu comprometo-me a dar uma gargalhada de cada vez que a mente me assombra e permito-me deliberadamente manter-me no presente, sem me permitir afundar na mente de memórias e percepções sobre o passado. Em vez disso, eu foco-me em ver aquilo que é senso comum no presente e mudar-me a partir dAqui, ciente que é da minha responsabilidade começar por mim, um e igual com toda a humanidade.



DIA 138: Deixar uma coisa meia feita e outra por fazer

quinta-feira, novembro 22, 2012 0 Comments A+ a-



Revisitei este padrão e ainda estou a aprofundar o que é que se passou. Sei que podia ter completado uma tarefa diária ao simplesmente focar-me em tudo aquilo que estava a fazer - no entanto, quando me apercebi que tinha 15 min à espera que a comida ficasse pronta, decidi fazer milhares de coisas - coisas que eu sei perfeitamente não demorariam 15 minutos porque, para além de nunca demorarem 15 minutos, estaria sempre a considerar parar para voltara dar atenção à minha tarefa inicial. Ou seja, ficou uma coisa meia feita e outra por fazer, quando podia ter simplesmente tomado direção e, em vez de ir fazer qualquer coisa completamente diferente daquela que eu estava a fazer inicialmente, porque não olhar à minha volta e ver o que é que eu posso fazer durante este tempo para que, quando a comida sair do forno, esteja tudo pronto?
Parece um exemplo óbvio do dia-a-dia mas a verdade é que há um padrão por trás disto que eu ainda não  esclareci e corrigi em mim: refiro-me a esta necessidade de fazer tudo ao mesmo tempo, sem uma direção específica nem fio condutor. Qual é esta tendência a deixar coisas por fazer? Será que é um reflexo de eu me permitir ficar pela metade de mim, em vez de investigar incondicionalmente e de plena vontade tudo aquilo que se passa em mim?Porque é que eu estou a participar deliberadamente num padrão e na culpa de participar no padrão?  Como já temos visto, é desta energia/fricção vivida no físico que a mente se mantém activa, tal e qual um posto de vigia que consome a vida do corpo.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter esperança que o tempo seja elástico e esperar que miraculosamente consiga terminar a minha tarefa sem primeiro ter a certeza que, com base no tempo disponível, saber com o que é que eu podia contar fazer ou não fazer.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido dispersar de uma tarefa para a outra, sem me permitir focar-me na tarefa inicial, dar o meu melhor, garantir que está tudo feito (perfeito) para que eu complete esta tarefa em mim em plenitude, sem dar azo a pressas, ou esperanças ou frustrações contra o tempo.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido estar um e igual com aquilo que eu estou a fazer, e , portanto, não participar na necessidade de pensar naquilo que eu vou fazer a seguir, como se o tempo estivesse contra mim.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido estar contra mim própria ao estar contra o tempo, em vez de me permitir estar aqui presente a cada respiração e ser este o meu guião para cada passo. Respiração em respiração, ciente de mim e do mundo à minha volta e daquilo que em sentido comum eu posso/devo fazer.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na emoção e excitação de "tenho tempo livre", sem ver que esta ideia positiva da mente é de facto uma resposta à polaridade negativa de pensar que "nunca tenho tempo livre" - apercebo-me que nenhuma destas polaridades da mente é real porque é uma ideia que eu criei sobre mim e sobre a minha relação com o tempo.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ser dura comigo própria ao querer fazer muitas coisas ao mesmo tempo e estar portanto deliberadamente a separar-me da minha estabilidade neste espaço/tempo.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que "isto é demais para mim"sem ver que eu estou deliberadamente a colocar-me numa posição de inferioridade em relação às coisas que eu estou a fazer. Em senso comum vejo que a solução está em mim e nas minhas permissões e aceitações. Por isso, eu vou estar atenta a este padrão e, quando eu me vir a saltar de uma ação para a outra como se tivesse uma mola (chamada "motivação" da mente) nos pés, eu páro e respiro. Nesse momento, eu permito-me ver aquilo que estou a fazer, estar um e igual com o que eu estou a fazer e dou-me tempo para ver o que ainda é preciso ser feito que a minha ação seja perfeita e concluída.

Eu comprometo-me a praticar a minha direção própria, ao fazer horários claros para mim própria e realista comigo própria.

Quando e assim que eu me vejo a imaginar fazer uma coisa em 2 minutos, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta ideia pré-feita de que tudo demora 2 minutos não é real.  Eu apercebo-me que é a mim que eu me estou a enganar e a criar esta frustração que não tem de existir.

Quando e assim que eu me vejo a imaginar fazer uma coisa bem e rápido, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que fazer as coisas bem e rápido na mente é irrelevante. Dedico-me a focar nesta realidade física e a ver o que é que eu posso fazer na prática para me ajudar a ser assertiva comigo própria e restabelecer a minha confiança no tempo que eu demoro a fazer as coisas, sem ilusões nem rigidez (auto-julgamentos).

Quando e assim que eu me vejo a participar na mente de imagens, pensamentos, ideias sobre aquilo que eu vou fazer a segui, em modo automático, baseado em memórias e experiências de situações semelhantes, eu páro e respiro. Eu realizo que tenho a cada momento a oportunidade de me corrigir, de me entregar em honestidade própria, de ultrapassar a resistência a completar ações, de ver o padrão de entretenimento e de "deixar para depois aquilo que pode ser feito aqui e agora". Eu dedico-me a estabelecer um plano de correção com horários realistas, com ações completas nas quais eu me permita estar totalmente ciente de mim, no qual eu me ajude a estar/ser estável (sem emoções positivas ou negativas) em cada ação e finalmente direcionar-me em senso comum e ser eficaz e assertiva comigo própria, passo a passo, respiração em respiração.


DIA 137: O cansaço da religião do Ego

terça-feira, novembro 20, 2012 0 Comments A+ a-




Aperceber-me do ponto da religião do Ego foi mesmo o primeiro passo. Hoje, durante o dia, estava curiosamente mais estável e presente, parei de vez em quando para uma boa inspiração expiração de ar. Durante um momento em que permiti a acumulação de julgamentos e de instabilidade, consegui ver exactamente o pensamento a que me estava a prender - a tal ideia de "isto é demais para mim". Perante esta deliberada sabotagem e resistência para avançar para além do padrão da minha mente, respirei e vi o que estava a criar em mim própria - um desejo que o tempo passe para eu não estar naquela situação. Nesse momento, realizei a minha responsabilidade e oportunidade de mudar aquela realidade de frustração e irritação e tomei finalmente uma direção: a de garantir que me corrijo - Se não fosse a religião do ego/mente de querer mostrar que sei, eu teria visto perfeitamente o senso comum daquela situação - Há uma tarefa para ser feita e, se eu não estou a ser eficaz, tenho de encontrar a solução para ser eficaz, por exemplo, ao estar aberta para aprender com os colegas em humildade, dedicar-me a aplicar a informação e tornar-me a solução ao ser e fazer aquilo que é o melhor para mim e para os outros.
No entanto, também hoje tive dores de estômago. Vou continuar a investigar o ponto que se manifesta ao final do dia...




DIA 136: Religião do Ego VS Respiração

segunda-feira, novembro 19, 2012 0 Comments A+ a-



Esta religião que eu criei para mim própria é mais forte do que eu alguma vez realizei e está em todo o lado: na maneira como eu penso, como eu vejo o mundo, como eu imagino o futuro e como eu ignoro a minha própria respiração, o meu próprio corpo e o meu próprio processo. Hoje apercebi-me da minha falta de aplicação no processo de auto-correção, mais uma vez por confiar nesta religião da mente e acreditar que o perdão próprio é qualquer coisa de milagroso! Obviamente que não - o perdão -próprio é uma maneira de abrir o ponto em mim própria e realizar as minhas desonestidades próprias, no entanto se não houver uma clara direção para realmente parar de participar no padrão, acabo por continuar a viver na ilusão da mente e na ideia que vou mudar com o perdão próprio sem realmente mudar por mim.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que estou a mudar por escrever o perdão próprio, em vez de realmente aplicar o perdão próprio, ou seja, mudar a minha ação e o meu ponto de partida com base nas realizações e nos compromissos práticos de PARAR, RESPIRAR e mudar quem eu sou Aqui e como eu existo em mim Aqui.

Quando e assim que eu me apercebo que estou focada na mente e desligada do corpo, eu páro aquilo que estou a fazer e respiro. Eu permito-me tomar uma direção a partir desta realização, ciente que eu só estou aqui porque o meu corpo está aqui, por isso eu sou o meu corpo e em senso comum sou responsável por estabelecer uma relação de auto-ajuda, respeito e estabilidade.

Quando e assim que eu me vejo a ignorar a minha presença por exemplo ao ver que não tenho estado ciente da minha respiração,  eu páro e respiro. Eu dou a mim própria esta oportunidade de parar o rodopio da mente e andar cada momento a cada respiração.

Eu comprometo-me a parar de confiar na mente e a começar a existir na respiração e nesta realidade física, um e igual com o mundo à minha volta.
Eu comprometo-me a parar este "mundo" paralelo da mente de ideias e crenças que eu criei sobre o que eu tenho de fazer e sobre aquilo que é aceitável de dizer ou escrever.
Eu comprometo-me a andar este processo em total aplicação prática, ao parar os julgamentos da mente e focar-me a avançar na minha auto-investigação, auto-realizações e na criação de soluções para mim própria.

Para começar, eu comprometo-me a parar a pressa em mim e, para isso, eu comprometo-me a não ir mais rápido do que a minha própria respiração...

DIA 135: Medo de se perder aquilo que ainda não se tem

sábado, novembro 17, 2012 0 Comments A+ a-


Quantos de nós não tinha medo de andar de avião mesmo antes de ter viajado?

Um exemplo interessante para se descobrir a sabotagem da mente é o de perceber a antecipação da mente (sugiro que também leia o artigo: Prever as coisas atraves da mente) , baseada em ideias que cada um criou para si próprio e se tem regido/limitado pela sua própria "religião".

E medo de andar de mota sem nunca se ter andado de mota? Ou medo de perder um filho sem ainda ter filhos?
Medo da morte sem se ter ainda vivido.
Medo de perder o dinheiro que não se tem.
Medo de perder a carreira que não se tem.
Medo de perder uma reputação que mais ninguém liga.
Medo de se perder a elegância antes de se comer.
Medo de se perder a corrida antes de começar.
Medo de perder o emprego antes de o ter.
Medo de manchar a roupa nova antes de a comprar.
Medo de partir o copo antes de pegar nele.
Medo de chumbar antes de começar o ano letivo.
Medo de acabar o namoro antes de se começar.

A mente é composta por relações extremamente complexas de padrões baseados em memórias, registos visuais, medos, emoções, sentimentos, julgamentos próprios, projeções, crenças, associações de palavras, opiniões, manipulação própria, manipulação dos outros, definições de palavras, justificações e culpa.

Sem se conhecer a mente, a mudança é impossível porque é na mente que está a origem dos nossos problemas. Todos estes padrões que vão surgindo em nós e que nós não sabemos de onde é que surgem, são pontos que temos de resolver em nós próprios e parar de projetá-los no mundo à nossa volta. Este é o processo e quanto mais cedo se começar, menos desonestidade própria acumulamos. 

(Sugiro que se comece a escrever de forma estruturada - vê mais em http://lite.desteniiprocess.com/)

Ilustração:
Looking Within by Andrew Gable
“Giving Up Character” SF on Mind Dimensions (Part 1) – An Artists Journey To Life: Day 143http://wp.me/p2mGTf-aP


DIA 134: Prever as coisas através da mente

quinta-feira, novembro 15, 2012 0 Comments A+ a-




Apercebo-me deste padrão em estado de medo - aquele aperto no peito que surge enquanto vemos um filme e gritamos cá dentro "cuidado!" como se a personagem do filme não visse. E não vê. Porque esse medo está em mim, não no outro. É uma previsão da mente que as coisas vão correr contra nós e contra aquilo que seria bom para todos. A ideia que se tem de remar sempre contra a maré e contra mim própria - curiosamente não me lembro deste padrão durante a minha infância. A bola de neve da acumulação de ideias (a chamada religião do ser) e de acumulação de previsões de um futuro contra mim só começou a manifestar-se com o desenvolvimento da mente - quanto mais crescidos, mais porcaria se acumula, mais noções de certo e errado e maior habilidade para mentir a nós próprios, de tal maneira que cheguei ao ponto de não saber o que é a honestidade própria e o que é a desonestidade própria. As crianças, por outro lado, têm muito mais senso comum e não se permitem contagiar pela podridão de manias que assenta sobre o mundo.
Prever as coisas é uma mania e um mecanismo de proteção da mente - uma forma de ter controlo sobre a minha auto-destruição (um status quo inaceitável), em vez de tomar a responsabilidade de parar esta bola de cristal mental e permitir-me criar e viver quem eu sou em honestidade própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a previsão da mente é real.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido seguir as imagens da mente como se esta previsão estivesse a acontecer, sem me aperceber que estou a permitir ser controlada por emoções (da mente), por medos (da mente) e assim esquecer-me de mim e do meu corpo aqui, como se abandonasse o físico que é real.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido estar estável quando olho para aquilo que as pessoas fazem sem esperar que algo corra mal, ou seja, sem esperar que haja um acidente ou algo que prove que o medo é real!
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido querer provar a mim própria que a mente é real, sem ver que esta teimosia me traz instabilidade e portanto em honestidade própria vejo que não me estou a fazer bem.
Eu perdoo-me por me ter  aceite e permitido participar na auto-destruição de mim própria e do meu corpo ao permitir adoptar os hábitos da mente e viver para apreciar a mente!
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que a maioria das minhas ações são para agradar a mente, como se honrásse um deus que só existe em mim e que através desta imposição a mim própria acabei por criei a minha própria prisão e limitação de ideias, crenças e expectativas.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que viver para agradar a mente não é viver porque afinal estou a separar-me de mim e da minha estabilidade própria.

Quando e assim que eu me vejo a permitir que a mente de ideias, previsões e expectativas está a controlar-me, eu páro e respiro. Eu devolvo-me a responsabilidade de dar diração a mim própria para decidir o que faço com base em senso comum e com base nesta realidade. Eu comprometo-me a parar a esperança e expectativas da mente porque me estou a distrair de mim e da minha capacidade de estar presente completa-aqui.

Quando e assim que eu me vejo a participar na previsão da mente daquilo que eu vou fazer a seguir ou daquilo que eu penso que os outros vão fazer, eu páro e respiro. Eu permito-me parar este controlo sobre mim e o controlo aparente sobre os outros, porque na realidade é a mim que eu estou a criar esta armadilha da mente. Quando e assim que eu me vejo culpar o outro pela minha sensação de estar presa, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que cada um de nós só se está a prender a si próprio. Logo, eu  comprometo-me a parar cada imagem, cada previsão, cada expectativa, cada crença, cada imagem de futuro, cada imagem do passado, cada esperança e cada ideia de perda.
Apercebo-me que este padrão de previsão está "programado" para a morte e por isso eu dedico-me a "tomar rédea" de quem eu sou, de decidir e viver por mim, de me descobrir sem a mente e sem os padrões com os quais eu me habituei a sobreviver. Quando descobri a técnica do perdão próprio não fazia ideia da ajuda que estava a dar a mim própria. Isto é o começo do meu processo de renascimento: em vez de esperar pela morte, vou recriar a vida em mim, aqui e agora que é aquilo que realmente existe.

Ilustração: Sleep of reason brings monsters (2005) por Andrew Gable
mixed media on paper 16x20in
The Accumulation of Moments Squandered – An Artists Journey To Life: Day 147http://wp.me/p2mGTf-b4


DIA 133: Qual é a próxima pr€ocupação?

quarta-feira, novembro 14, 2012 0 Comments A+ a-



A preocupação é como uma telenovela da mente: episódio atrás de episódio que parece ter mel. Dou por mim a voar de uma preocupação para a outra, entretida na mente e distraída com os sintomas de medo. Porque é que nos preocupamos contínuamente? Será uma coisa cultural? Ou será apenas a vinda dos medos à superfície projetados no nosso dia-a-dia?
Mais uma vez, enquanto andava sozinha a pé, dei a mim própria o tempo e o espaço para analisar estes "sintomas" e este ponto ficou mais claro do que nunca: a preocupação tem um efeito de crescimento gradual que só acontece porque eu dei permissão ao primeiro sinal de preocupação na mente - por exemplo, ao permitir que o medo se instale e contamine lentamente todos os subpensamentos que surgem em relação à minha ação, acabo por continuar a aceitar esta realidade paralela da mente e acreditar que "este é o meu destino"
Por exemplo:
Penso em apanhar um avião. Mesmo antes de tomar a decisão de comprar o bilhete, começo a criar uma bola de neve de situações prováveis de acidentes, de atrasos, de complicações - e chego mesmo a acreditar que "não é suposto" eu fazer isto porque vai estar tudo contra mim. Controlo total da mente e deprezo pela vida - Também vês a extensão da sabotagem?
Este padrão não existe só em mim. Aliás, criou-se um enorme sistema de lucro baseado neste nenúfar de preocupações, em que saltamos de uma para a seguinte, à procura de um porto seguro... Et voilà! Assim se instalou negócio das empresas seguradoras: seguro de vida, da casa, de morte, de trabalho, de carro, de férias. O pior é que apesar de toda esta proteção, a nossa mente ainda anda à solta a ditar aquilo que sentimos, imaginamos e acreditamos. Face ao sucesso das seguradoras e de propaganda medrosa é pouco provável que vejamos cartazes a dizer: 
"Não se preocupe. Respire e desligue os medos da mente."

A re-educação passa por criar esta estabilidade incondicional em mim e por mim, respiração em respiração, ciente que a sombra das precupações é criada e permitida por  mim, como histórias de embalar e hipnotizar qualquer potencial de mudança pessoal e social.

to be continued...


DIA 132: Porque ainda choro a ver filmes e a ver esta realidade...

terça-feira, novembro 13, 2012 0 Comments A+ a-


A raiva do filme não era real, a emoção do filme não era real, a tristeza do filme não era real e mesmo assim eu deixei-me contagiar pela mistura emocional "infalível" - porque inconscientemente estava a projetar esses eventos e medos na minha vida - o potencial de uma família que quando pensava estar segura foi invadida pela morte e pela revolta. A relação de suposta perfeição que estava a ser projetada nas personagens desvaneceu-se. Porque é que esta história me está a afectar desta maneira? Porque é que eu chorei?  Para mim, foi a revolta perante a estupidez humana e o desperdício do nosso potencial enquanto estamos vivos. 
Eu própria desejei crescer para mudar e acabei por criar o meu próprio labirinto de ilusões, medos e desonestidades próprias. Chorava porque queria que a história da série fosse diferente -queria que houvesse o dito final feliz para me convencer que está tudo bem embora saiba que nem tudo está bem. Aliás, o mundo é o reflexo do estado do ser humano por isso este mundo está a gritar e a chamar pela nossa atenção. Perante tal envolvimento emocional perguntei-me: What the fuck? O que é que eu posso e tenho de mudar na minha vida para fazer com a MINHA história seja diferente? Em vez de estar neste modo de impotência e vontade de mudar o filme, porque não aplicar esta energia toda a realmente conhecer-me e a ser assertiva com a minha decisão de mudar? Eu sei que não posso mudar o guião do filme, mas posso e devo reescrever o Meu guião - e criar-me a partir de um novo ponto de estabilidade.
De dentro para fora - o mundo somos nós.
A História do mundo tem também de ser reescrita a partir de novos princípios - não deixar que os padrões da TV e da mente humana invadam o potencial da vida em Coexistência entre os humanos e os animais; não se permitir ficar cego de ilusões e esquecer que nós somos a solução para nós próprios; não deixar que a impotência perante uma série me faça pensar que há alguém a escrever o guião da minha vida por mim; não se permitir tomar partidos que sejam contra a Vida em igualdade. Porque não aproveitar esta oportunidade  e canalizar a minha atenção para mudar esta realidade que os meus olhos vêm: conflitos, ciúmes, crime, violações, morte, pobreza, injustiça, comodismo, medo, passividade, aceitação, ódio, ilusões, esperanças, arrependimentos, remorsos, hesitações, complicações, mentiras, percepções e projeções. Ao parar estes padrões em mim eu estou a viver o processo de mudar de dentro para fora e a não permitir que a realidade que eu crio seja baseada em tal instabilidade.
Uma reação semelhante ainda ocorre em mim quando vejo documentários sobre situações de pura ganância e injustiça. Começo por questionar a origem da revolta em mim, a origem da tristeza em mim, a origem das emoções em mim quando vejo estas cenas nas séries e filmes; e perceber que é esta realidade que eu posso mudar - posso mudar aquilo que eu tenho aceite até agora como normal - a violência (em mim própria) não é aceitável, o conflito (em mim própria) não aceitável, o ódio (em mim própria) não é aceitável, as reações (em mim própria) não são aceitáveis, a (auto) destruição não é aceitável. A partir desta realização, eu apercebo-me que é da minha responsabilidade não me permitir criar uma realidade baseada nestes padrões que são contra a Vida em mim, contra os outros e contra o potencial de um mundo melhor para todos.


DIA 131: O Dinheiro precisa de "morrer" e nascer de novo

segunda-feira, novembro 12, 2012 0 Comments A+ a-


Lembrei-me da letra da Mafalda Veiga ao ponderar sobre a melhor maneira de expressar aquilo que precisa de acontecer ao sistema económico mundial - será que vamos conseguir curar este sistema ou vamos morrer nós primeiro deste vírus?
Estas perguntas vêm no seguimento das afirmações da  Presidente do Banco Alimentar no vídeo da Sic notícias  e da série de comentários que tenho lido na blogosfera. Mas... Será que é disto que o povo gosta? - Entretemo-nos a citar aquilo que é dito, making a point, sem se falar daquilo que é essencial trazer à  superfície, face aos problemas que todos sabemos que REALMENTE existem.

Será que é relevante discutir a moralidade ou imoralidade de uma entrevista, quando basta haver uma pessoa a "sobreviver" na miséria para comprovar a imoralidade de todo o sistema económico?

Quem somos nós quando o dinheiro que temos é inferior às REAIS necessidades? (nisto refiro-me àquilo que sustenta a nossa existência física e o nosso bem-estar comum a todos os seres humanos -- deixemo-nos de extravagâncias egocêntricas)

Será que vamos mesmo permitir bater no fundo para ver que o a vista do fundo não é bonita?

Não é de estranhar que o ser-humano se permita pensar que temos de passar pela pobreza para vermos que não ter dinheiro é um beco sem saída, sem se ver que quando se está nessa posição dificilmente se tem força para mudar o sistema?

Porque é que temos de esperar por estar numa posição diferente daquela em que estamos agora para tomarmos uma posição que realmente traga algo de novo para combater esta velha história das desigualdades sociais?

O que é que é viver acima das possibilidades, quando aquilo que consumimos é-nos primeiramente ditado pelo próprio sistema que nos escraviza e consome?
É tal lavagem cerebral que nem vemos que estamos a ser educados a ser pobres e egoístas.
Viver acima das possibilidades é o sistema em que vivemos fundado na regra dos 80/20, em que 80% dos recursos do planeta pertencem a 20% da população. Já nos questionámos como é o mundo a partir dos olhos de 80% da população mundial?

Aquilo que não é certamente bonito é ver uma sociedade dividida, na qual parece custar pormo-nos na posição daqueles que estão mesmo a passar mal. Quanto tempo mais precisamos, quantos mais sinais precisamos de ter, quantas mais manifestações, quantos mais Nestums são precisos ser comprados para provar que este sistema monetário não bate certo?

Vamos ver soluções, desmascarando conceitos e teorias  económicas quede forma alguma têm apoiado o bem-estar global , para se repensar a maneira como funciona o sistema económico que consequentemente dita a maneira como vivemos. Trata-se de mudar a maneira como pensamos sobre o dinheiro, sobre a riqueza, sobre as nossas motivações e interesses próprios; a realidade prova que ninguém está isolado e que as próprias fronteiras regionais foram criadas por nós próprios. É certo que se continuarmos neste estado mental de sobrevivência será impossível respondermos às questões mencionadas acima sem outro resultado que não seja a impotência: estas questões têm de ser respondidas por cada um de nós em brutal honestidade própria e humildade, cientes que a única solução é tornarmo-nos a solução.

Vejamos projectos que já existem na prática para se colmatar a causa do empobrecimento social e humano:

Renda Básica de Cidadania (no Brasil fortemente promovido pelo Senador Eduardo Suplicy), Rendimento de Cidadania (em Portugal) e o Basic Income Grant (mundialmente) é uma quantia paga em dinheiro incondicionalmente a cada cidadão que visa garantir a satisfação das suas necessidades básicas. Este é um movimento político e social a tomar forma em diversos países e junto da União Europeia. Tem sido promovido pela Basic Income Earth Network (BIEN) fundada em 1986 como a Basic Income European Network.

O Rendimento de Cidadania o tem-se apresentado como uma solução viável e prática para dar resposta à crise do sistema capitalista manifestada em todos os países. Apesar dos entraves do actual sistema económico limitem a expansão e aplicação destas medidas, esta alternativa é um passo fundamental para a implementação dos princípios básicos do Sistema de Igualdade Monetária, à escala mundial que visa establecer um sistema sustentável de confiança e gestão equitativa em prol do desenvolvimento do potencial humano para todos.


   

 " O simples fato de nascer confere direito à saúde, educação, habitação e construção do futuro. É pela livre participação no progresso humano que pode superar a dor e o sofrimento humano". Partido Humanista, Internacional

Habituámo-nos a sobreviver durante demasiados séculos sob a religião do dinheiro sem percebermos que a Humanidade está a castigar-se a si própria. A nossa responsabilidade é criar um sistema económico-social e político que seja sempre adequado aos problemas da atualidade e uma resposta inclusiva que beneficie toda a população. Estou ciente que o primeiro passo é usar a informação dos estudos sociais, das notícias, das entrevistas daqueles que estão no terreno, das crises da história e inevitávelmente tomarmos a decisão de recriar o dinheiro, desta vez como uma solução prática com vista à gestão igualitária e em senso comum.

... Ou será que temos medo de falar em pobreza porque nos assusta ser contagiados pelo vírus da sobrevivência?
Não será este o primeiro sintoma?


DIA 130: Parar de poluir o mundo com a mente - ver o mundo com a ajuda de um cão...

quinta-feira, novembro 08, 2012 0 Comments A+ a-


Após um longo dia de trabalho, dei por mim em total descontração e calor humano - num centro comercial onde normalmente só há vultos, luzes e preços, hoje havia vivacidade - ou pelo menos era isso que os meus olhos viam: uma organização estava a promover o trabalho dos cães-guias e estes amigos caninos estavam presentes - realmente presentes, aqui, a respirar, focados na sua missão! Eu estava radiante e nesse momento aquele centro comercial pareceu-me um sítio com vida... Porque é que às vezes vejo vida e outras só morte? Porque é que eu não me permito ver a vida como aquilo que é/como quem nós realmente somos? Porque é que não nos permitimos existir num espaço, aqui, onde eu estou e os outros estão e todos coexistimos? Porque é que até agora não me permiti ver que o cansaço do final do dia é uma lavagem cerebral, de impotência e de queixa, acreditando que a vida é "sempre isto"?

O "sempre isto" é de facto uma oportunidade de começarmos a Viver, respiração em respiração. O "sempre isto" deixa de ser a rotina da mente, e passamos a SER a estabilidade da respiração.

Desta vez até voltei atrás para fazer mais festinhas os meus "amigos caninos" - ou seja, não me permiti criar stresses com as horas por já ser tarde - não haviam ideias sobre o tempo ser tarde! Era o tempo que era, e eu estava ali, tal como vou estar noutro lugar, a outra hora, mas sou sempre Eu, aqui, com os outros.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido estar estável na presença de todos os seres, quer sejam seres humanos ou animais, numa estabilidade física que não implica os julgamentos, medos, polaridade e instabilidade da mente.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido viver a igualdade na prática em relação à minha relação com os outros seres-vivos e, assim, viver relações estáveis, de dentro para fora, para que as nossas relações sejam de apoio mútuo e o melhor para a nossa coexistência.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver/realizar que qualquer reação ou irritação que tenham em relação a outros seres-humanos é apenas o reflexo de reações/irritações que tenho comigo própria. Ou seja, apercebo-me que a realidade é estar/existir estável como Vida e que qualquer excitação/irritação projectada nos outros é um sinal de que eu não estou estável comigo própria e que não estou a ser honesta comigo própria.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido estar aberta a mudar a minha presença quando eu vejo que não estou a ser honesta comigo própria/com os outros - reações, irritações, sem paciência, culpabilização, julgamentos são indicadores da interferência da mente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar a minha expressão de hoje como sendo excessiva, o que é baseado na comparação com as vezes em que eu estou stressada, monótona e irritada com(igo) tudo e com tudos. Vejo que nenhum destes julgamentos é real, pois só a minha presença é real - por isso, se eu vejo que a minha presença está a ser desonesta porque estou a culpar os outros pelos problemas que eu criei em mim própria, eu páro e respiro; se eu vejo que a minha presença está a ser sabotada por energia "positiva" como motivações, desejos e imagens, eu páro e respiro.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido estar estável no final do dia, sem projectar o cansaço nem qualquer insatisfação - eu páro esta "bola de neve", respiro, e permito-me recomeçar o dia neste momento, como nova, a agir de maneira diferente daquela que eu acho que tenho razão para estar sem paciência/aborrecida. De facto, é no final do dia que eu sinto o cansaço físico e que tenho de me ajudar a estabilizar e a fazer as coisas de modo a apoiar-me e não o contrário.

Eu comprometo-me a estar ciente da minha presença física ao fim da tarde e perceber qual é o ponto de partida das minhas reações/projeções ou das minhas excitações de modo a trabalhar a minha estabilidade e garantir que toda a minha presença é em expressão própria em honestidade comigo e com os outros.

Quando e assim que eu me vejo a pensar que tudo é monótono e que as pessoas são uma seca/infelizes/apressadas, eu páro o julgamento (próprio), respiro e corrijo a minha presença  e assim páro de projectar os julgamentos da mente naquilo que eu vejo e parar de ser uma "seca/infeliz/apressada".

Eu comprometo-me a parar de poluir o mundo com as merdas da mente e começar a existir como a solução para mim própria - por exemplo ao simplesmente ver onde estou a punir-me com julgamento e parar este abuso próprio; ver onde é que eu estou a criar um padrão do qual não estou satisfeita e assim dedicar-me a mudar a minha atitude; ou a criar soluções para planear o meu tempo de modo a não existir em pressa e distraída de mim/da realidade à minha volta.

Eu comprometo-me a parar o julgamento do centro comercial que é estar a condenar a minha presença e a criar uma realidade de "castigo", obrigação e contradições - em senso comum eu vejo que, se eu estou aqui, então eu existo aqui e a vida é aqui em mim. Cabe a mim própria parar de participar na criação do castigo. Quando e assim que eu me vejo a sufocar em julgamentos em vez de me permitir estar completa na minha presença, eu páro e respiro. Eu liberto-me da mente a cada respiração e permito-me tomar direção para não andar em círculos (da mente) e começar a ser eficaz e fazer as coisas na perfeição/em plenitude.

Quando e assim que eu me vejo a participar na polaridade de excitação para compensar os dias em que eu estive desanimada, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que isto é simplesmente manter a frição de energia da mente, em vez de realizar que nenhuma destas experiências são honestas comigo propria, em estabilidade e direção propria.

Eu comprometo-me a viver a decisão de começar a viver a cada respiração, presente, igual aos outros seres-vivos. Eu permito-me parar de julgar os momentos como "negativos" ou "positivos", porque ambos são lentes da mente. Sem a mente eu expresso-me incondicionalmente.

Quando à monotonia de passar todos os dias pelo centro comercial ou pela estação de metro, a única coisa que neste momento eu sugiro é que cada um de nós comece a considerar outras maneiras de gerir o mundo económico, para deixarmos de ser escravos e passarmos a ser criadores de um mundo melhor para todos. Eu sugiro o Equal Money.

Referências:
Foto: Joanalivemedia

DIA 129: O que me atrasa? Dúvidas da VIDA ou a Vida sem dúvidas

segunda-feira, novembro 05, 2012 0 Comments A+ a-



Enquanto andava apercebi-me de cada passo, como se me provasse a mim própria que sou capaz de ir em frente, de andar sozinha, de decidir sozinha, de dar direção por mim e para mim, de dançar comigo, de me divertir comigo própria, de me conhecer, de me corrigir, de me levantar sozinha, de parar a mente sozinha e de desprender-me do passado sozinha.

O que me atrasa? Onde é que eu encalho, a procurar respostas na mente se a mente é o problema?
Apercebi-me que até agora tenho caído na armadilha de pensar que o passado me dá as respostas para o futuro, sem ver que ao viver no passado eu estou a repetir o passado e não me estou a criar a mim. Este ponto torna-se vísivel nas ideias que eu criei sobre a carreira a tomar - O que queres ser quando fores grande? E parece que encalhei na pergunta, sem ver que eu tenho de criar e ser a resposta. Desde que me lembro, quis fazer tudo: desde professora, a pediatra, a astrónoma, a realizadora de cinema, a advogada, a actriz, a desportista, a arqueóloga, a diplomata, a empresária, a mediadora, até ter passado por mais umas quantas janelas pelo caminho. E que caminho é este? Parece que tem havido este fio condutor, como se fosse uma corda da pesca à qual eu continuo agarrada em caso "algo corra mal" ou à espera de estar preparada para uma onda imprevisível que eu prevejo baseado em medos e histórias que eu ouvi falar acontecer "aos outros".
Aquilo que eu ainda não tinha tomado atenção é o meu ponto de partida para qualquer decisão « - quem sou Eu nessa decisão? Sou o medo do futuro? Ou sou a minha expansão? Sou o passado? Ou sou aquilo que é necessário fazer neste momento presente? Sou o conforto da profissão? Ou sou a mudança?

Porque é que eu ainda não comecei a andar numa outra direção diferente daquela que eu tenho percorrido até então? Sempre as mesmas dúvidas e indecisões, tal e qual um disco riscado.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar-me como confusa e indecisa, somente porque desejava que as coisas fossem mais rápidas e fáceis do que aquilo que realmente uma decisão implica - eu apercebo-me que a velocidade da mente não é real e que é da minha responsabilidade ver todas as dimensões da minha criação/decisão e dar tempo a mim própria para testar a mudança.
Apercebo-me que a resistência a aprender uma música no piano era baseada na imagem de mim a tocar a música na perfeição - fisicamente tal magia não é possível - implica dedicação, tempo, prática e auto-descoberta. Curiosamente, nunca pensei vir a ser uma pianista, apesar de ter tocado piano durante 6 anos - porque será que mesmo tocando piano nunca me permiti ser uma pianista e estar um e igual com aquilo que eu tocava? Sempre vi o piano como algo "de mais" para mim, ou "já comecei demasiado tarde" (apesar de ter 12 anos!) Vejo agora que não tenho estado presente naquilo que faço, porque não tenho estado ciente de mim própria - estas preocupações e indecisões da mente projectadas naquilo que eu faço são um espelho daquilo que se passa comigo. Ou seja, a minha realidade exterior só irá mudar quando for um reflexo da minha realidade interna.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ser uma pianista e estar um e igual com a minha ação, sem dúvidas nem medo de falhar nem julgamentos próprios.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desejar que as coisas à minha volta me definam em vez de eu realizar que a honestidade própria só existe de dentro para fora.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido criar a ideia de mim como frágil no piano e definir-me como frágil perante os outros e, portanto, inferior.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido manter esta relação de inferioridade com aquilo que eu faço, como se fosse uma forma de punição e sacrifício que tenho de fazer pelo mundo. Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver a praticabilidade de querer fazer muitas coisas ao mesmo tempo, sem perceber que não conseguirei dar a mesma atenção a tudo, o que não significa que não esteja/seja um e igual com tudo aquilo que eu faço.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido viver para corresponder às expectativas dos então adultos, e desejar trazer brilho à vida deles, enquanto me esforçava por agradar e acabar por me esquecer de mim própria.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido investigar qual a área em que eu quero expandir, ao mesmo tempo estando ciente da realidade/sociedade em que vivemos de modo a ser parte da criação do presente/futuro que seja um mundo melhor do que aquele que tem existido até agora.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir-me pela ideia que me perdi pelo caminho - que é aquela ideia da "geração perdida" que foi tão bem ensinada na escola... Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que nunca houve qualquer decisão honesta em mim até agora, porque eu não tenho existido em honestidade própria.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que no passado/infância é que se estava bem, quando o presente é a acumulação do passado e claramente foi a acumulação de muita confusão/ideias/crenças/desonestidades para comigo/com os outros/com a Vida.

Quando e assim que eu me vejo a desejar mudar o passado, eu páro e respiro. O passado mostra-me aquilo que se tem passado comigo e que eu continuo a passar até eu decidir parar a forma como penso de mim e dos outros para começar a recriar uma nova relação comigo própria e com os outros.

Quando e assim que eu me vejo a justificar os pensamentos/dúvidas do presente com base na ideia que sempre fui assim, eu páro e respiro. Eu páro estes julgamentos próprios, respiro e dou-me a oportunidade de ser criativa comigo própria: permito-me investigar a origem e ver os medos/desejos por de trás de cada pensamento/dúvida/decisão.

Quando e assim que eu me vejo a entreter com as ideias de como eu era e sobre todas as profissões que eu gostava de ser, eu páro e respiro. Apercebo-me que em senso comum o que acontecia era eu ir conhecendo novas coisas e ter curiosidade natural por várias destas profissões, sem ter de facto feito e vivido qualquer decisão.

Quando e assim que eu me vejo a desejar que os outros tomem decisões por mim, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que é impossível fugir à minha responsabilidade própria de auto-realização e de parar de existir como mente/passado. Estamos todos no mesmo processo, individualmente mas como um.

Eu apercebo-me que o passado não me define - estas ideias/julgamentos que criei e permiti programar em mim são desprogramáveis porque não são reais. Eu comprometo-me a dar atenção à minha presença aqui, à existência, àquilo que eu faço de facto e a quem eu sou naquilo que faço - a estar ciente do meu ponto de partida e a garantir que o meu ponto de partida é em estabilidade, honestidade própria, igualdade como Vida, justiça, incondicionalidade, presente, senso comum e unidade. Eu comprometo-me a mudar a minha relação comigo própria ao parar os pensamentos/julgamentos/projeções/imagens e ideias de indecisão e punição - eu comprometo-me a continuar a andar ciente de cada passo, sem pressa de avançar nem agarrada ao passado - aqui, estável, ciente de mim, da realidade mundial e da minha participação, de modo fazer aquilo que em senso comum faz sentido ser feito, à escala pessoal, local e à escala global.
Eu dedico-me a aplicar a mim própria aquilo que eu desejo para os outros - libertar-me da polaridade da mente, expressar-me incondicionalmente e finalmente  permitir-me Viver em honestidade própria.

Uma nota importante: no sistema actual de educação/televisão/familiar, somos de facto educados a encalhar e ter medo de tomar decisões; a calar; a não questionar o sistema nem os nossos próprios pensamentos; estas permissões e aceitações foram deliberadamente feitas e promovidas para que  nos mantenhamos em medo e em modo de sobrevivência - na percepção de existirmos uns contra os outros, entretidos em lutas da mente, sem de factos nos conhecermos a nós , aos outros, nem tomarmos ações que beneficiem todos.