DIA 214: Chorar é um automatismo da mente

quarta-feira, maio 29, 2013 0 Comments A+ a-



Foi fascinante ver a emoção que surgiu nas primeiras vezes em que eu falei do quisto e como começava a chorar automaticamente. Passado alguns dias, consigo ver que se trata de uma energia da mente e que deve-se ao valor e à imagem que eu associo a uma situação como esta, em que a minha mente me mostra o pior cenário possível e eu acredito na mente como sendo real.
Apercebo-me também da "sorte" que tenho de estar a passar por esta experiência com o suporte do grupo do Desteni e do perdão-próprio, cuja escrita e cursos já desenvolvo há quase quatro anos, e com a qual que eu crio a minha estabilidade em plena auto-confiança para lidar com a mente de preocupações, Mais do que nunca apercebo-me e sinto na pele as consequências de alimentar a energia da mente e, assim, desprezar e desrespeitar o meu corpo. 

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar no sistema da mente da emoção de cada vez que falo sobre a experiência de ter um quisto no peito.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido emocionar-me com base numa associação da mente que não é real porque as imagens/imaginação da mente não são reais.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido saltar para a mente da imaginação e assim desprezar por completo a minha respiração/presença aqui que é de facto aquilo que eu realmente sou e aquilo que me apoia a qualquer momento.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido parar a energia da emoção porque penso ser comum chorar-se nestas situação e expressar-se o medo (que é o medo da morte), sem ver que com isso eu me estou a separar de mim e estou a alimentar a paranóia da mente que não é real.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido olhar para o quisto como sendo aquilo que é, sem mais nem menos, sem imaginações nem projecções de um futuro baseado nas experiências das outras pessoas. Eu apercebo-me que não tenho de recriar o passado/vida dos outros em mim!!

Quando e assim que eu me vejo a participar na emoção/energia da mente quando falo da minha experiência do quisto e da biopsia, eu páro e respiro. Eu re-educo-me para recriar a minha estabilidade em qualquer situação e a não permitir que informação/imagens da mente tomem conta de mim!

Quando e assim que eu me vejo a associar a frase “quisto no peito” com a ideia de mim como uma vítima de cancro, eu paro a mente de associações e respiro. Eu comprometo-me a parar os PENSAMENTOS da minha mente, cuja direção é contra a vida que Eu sou, e dedico-me a recriar a minha relação com as palavras, sem a polaridade negativa ou positiva. Eu apercebo-me que quanto mais cedo eu parar este hábito de pensar e criar cenários de futuro na mente, mais eficaz eu serei no meu dia-a-dia, em que me foco naquilo que está aqui e garanto confiar em mim própria para resolver qualquer assunto/situação que surja na minha realidade.

Quando e assim que eu me vejo a entrar em pânico mental quando imagino alguém a dizer-me que tem más notícias dos meus resultados, eu paro e respiro. Eu estou ciente que este pensamento foi uma criação minha mas que não me ajuda a estar estável e, portanto, eu posso/devo/responsabilizar-me por parar os pensamentos/sistema de medo de modo a recriar uma relação de estabilidade na minha comunicação comigo e com os outros. Eu comprometo-me a estar estável a lidar com a minha realidade que é um espelho daquilo que eu permito em/para mim.


Em vez de continuar a participar na mente que não é o melhor para mim, eu dedico-me a parar os pensamentos e imagens da mente de modo a não permitir os pensamentos/emoções automáticas intervir na minha realidade. Foco-me então nas palavras que eu comunico e ajudo-me através da minha presença física aqui e respiração, a ser/viver estável como as palavras.




DIA 213: Tempo é dinheiro e a falta de dinheiro é o cancro da sociedade

terça-feira, maio 28, 2013 0 Comments A+ a-


Nos últimos quatro dias tenho andado por dentro do sistema de saúde Português, entre consultas, análises, papéis para um lado, papéis para o outro, e reparo como o sistema está montado para o negócio privado de modo a que a rapidez seja uma garantia. É óbvio que numa situação de emergência e incerteza qualquer mãe/pai quer a melhor solução ao dispôr para o seu filho o mais rapidamente possível, mas está visto que sem o factor de “dinheiro no bolso” (literalmente, porque em alguns locais nem se aceita multibanco) uma mãe não vai longe. Pergunto-me se isto é óbvio para aqueles que montaram este negócio porque, certamente, aqueles que trabalham nele estão cientes do sofrimento daqueles que não podem pagar, mas também não podem esperar.

No meu caso, a primeira coisa que fiz foi tirar o parecer com a minha ginecologista e fui marcar uma ecografia da mama numa clínica. Obviamente que estes processos implicam já por si ter uma viatura com combustível para deslocações e ter tempo para se dedicar a estas andanças. A segurança social pode ajudar embora isso implique ter uma credêncial do médico de família (não sei quanto tempo de espera isso pode levar normalmente mas mais uma vez este tempo poderia ser substituído por dinheiro para se fazer a ecografia no dia seguinte por exemplo!). Se houver um seguro que cubra estas situações, este implica sempre que os custos sejam acarretados pelo paciente mas que poderá depois vir a ser reembolsado.

Ou seja, ou se tem dinheiro disponível, ou aguarda-se pelos requerimentos que dão uma ajuda de custo. Mas quem é que se pode dar ao luxo de esperar quando a ansiedade e o próprio corpo exigem atenção imediata? Como é que se promove o rastreio antecipado se isso envolve ter-se dinheiro para consultas, ter-se dinheiro para potenciais tratamentos e, outra coisa fundamental, ter-se tempo para se andar de um lado para o outro, dinheiro para transportes, um emprego que permita ter-se dias de folga, ter-se bons médicos ao alcance, ter-se o apoio da família, ter-se o acesso à informação e ter-se a preparação psicológica para não se alimentar fantasmas na mente e saber lidar com uma situação destas?

O sistema está montado para que todos estes elementos sejam preenchidos, mas todos nós sabemos que nesta altura é de facto uma minoria que consegue reunir os elementos necessários para que a experiência de saúde não seja traumatizante.


Mais uma vez se vê que a falta de saúde não é o problema se os recursos já existem no planeta para que se comece o acompanhamento médico. Não será então a falta de dinheiro o cancro da nossa sociedade que contamina tudo e todos? Não será então este mais um indicador que o sistema só funciona para alguns e que não existe uma plataforma de segurança social real que garanta o mesmo nível de excelência para todos os co-cidadãos? Não será altura de se investigar a solução da Igualdade Monetária que, na carta dos direitos visa garantir o direito igual à saúde que providencie tudo aquilo que é essencial para se construir corpos físicos fortes, com vitalidade e bem-estar, promovendo ao mesmo tempo a claridade intelectual, o equilíbio emocional e a estabilidade física.

Ilustração: Equal Life Foundation

DIA 212: Auto-culpabilização e dura comigo própria

sexta-feira, maio 24, 2013 0 Comments A+ a-



No seguimento destas minha andanças recentes, apercebo-me da solidariedade quando se fala de coisas do peito ou de zonas intimas do corpo, como se fosse ainda um tabu, mas vejo então que esta resistência para se falar nestes tópicos tem a ver com o medo de se “apanhar” a doença. Eu própria estava a participar no medo de falar sobre este assunto por medo de agravar a situação, como se só uma notícia mais grave fosse merecedora de um blog!

Afinal, isto não é daquelas coisas que só acontecem só "aos outros". Está aqui na minha realidade e eu tenho as ferramentas para andar este processo, passo a passo.

Mesmo antes de saber que este carocinho no peito se tratava de um quisto inflamado, comecei a aperceber-me do padrão da auto-vitimização e da tendência para me sentir culpada das coisas que acontecem na minha realidade. Mas participar no padrão da culpa não é produtivo e acabo por ser dura comigo própria.

Vejo então que agarrar-me à culpa é uma forma de evitar tomar responsabilidade e olhar para soluções práticas para aplicar correção imediata – por exemplo, começar a acalmar no trabalho, ser prática, fazer uma coisa de cada vez, desacelerar os pensamentos na minha mente, parar os medos, tomar decisões que sejam o melhor para mim, cuidar do meu corpo, respirar e relaxar.


Uma armadilha da mente até agora tem sido o de projectar a culpa nos outros, embora seja tal e qual um espelho de mim própria. Lembrei-me da expressão religiosa do “mea culpa” e vou tomar esta oportunidade para PARAR de participar na facilidade aparente da culpa. Por exemplo, em relação ao meu quisto, a culpa não é do meu emprego per se, porque não é o trabalho que gera o meu stress – Sou eu que permito (ou não) criar a ansiedade e acomodar-me ao estado de stress. Eu apercebo-me que sou responsável por investigar os pensamentos de culpa dentro de mim e ajudar-me a mudar a minha relação comigo própria, em AUTO-SOLIDARIEDADE e aplicar soluções na minha realidade!


Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido habituar-me a culpar-me e a ser dura comigo própria quando algum acidente acontece ou alguma coisa corre fora do planeado, sem ver que ao culpar-me e ao ser dura comigo própria eu estou a criar novos problemas na minha mente.


Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido sentir-me culpada pelas coisas que acontecem à minha volta como se tivesse a perder o controlo, em vez de perceber que posso tomar responsabilidade pela minha vida sem participar na reação de culpa.


Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido projectar a culpa para algo fora de mim, quando afinal o padrão de culpa não tem de existir em nada nem em ninguém. Apercebo-me que este padrão de culpa é um auto-massacre baseado em justificações sem realmente olhar para o problema e soluçõesn em plena responsabilidade, claridade e direção-própria.


Apercebo-me que ao simplesmente culpar-me pelas coisas, eu estou a evitar dedicar-me a uma solução prática e duradoura, como se fosse mais fácil culpar-me para “não pensar mais nisso”. No entanto, o padrão da culpa funciona. Em vez disso, eu posso e devo perdoar-me pela acumulação de culpa e dedicar-me a aplicar uma solução prática para o problema.


Quando e assim que eu me vejo a participar no padrão da culpa, tanto contra mim mesma ou a projectá-lo em algo ou alguém, eu páro e respiro.

Em vez de alimentar a culpa, eu procuro investigar em mim porque é que o sistema da culpa surge – e quais são as soluções reais que eu estou a suprimir em mim.


Quando e assim que eu me vejo a agarrar-me ao sistema da culpa como se isso fosse redimir-me das coisas que eu faço ou que eu não faço, eu páro e respiro. Em vez de querer mudar o passado, eu dedico-me a mudar-me no presente, a recriar a minha relação comigo própria em TOTAL COOPERAÇÂO. Eu apercebo-me que a culpa não tem qualquer efeito a não ser criar ansiedade em mim e separação comigo própria.


Ilustração: Andrew Gable

DIA 211: Quisto na mama: e agora?

quinta-feira, maio 23, 2013 0 Comments A+ a-



Recentemente comecei a sentir um caroço no peito direito e aproveitei uma viagem em trabalho para avaliar a minha situação médica. Foi confirmado ser um quisto na mama. Curiosamente, tive resistência a começar a escrever sobre os meus medos e sobre o backchat que assaltavam a minha mente!

Estas foram notas que eu escrevi quando viajava para Portugal. 

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido usar a única informação que eu conheço (o tão falado cancro da mama) para tentar explicar o caroço que eu sinto, em vez de esperar por ser vista pela médica. Eu apercebo-me que a associação de informação na minha mente é manipulada pelos próprios medos e vícios da minha mente e que por isso não dá para confiar nestas associações.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que preciso de uma consequência na minha realidade para eu me movimentar por uma causa, quando afinal isto é uma manifestação do ego no qual quero ser vista como uma “lutadora”, “herói”, “especial”. Ao mesmo tempo, eu perdoo-me por me ter aceite e permitido auto-julgar-me como uma “vítima” da mente, em vez de realizar que tudo o que me acontece é fruto da minha criação e que portanto sou responsável porr ser a minha própria solução para mudar a minha realidade.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido imaginar a doença do cancro no meu corpo.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido fazer desta dor e desconforto mais do que aquilo que é (por enquanto só uma dora quando toco na área do caroço).

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido comparar-me a pessoas que eu conheço terem passado pela doença do cancro. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ver este tipo de doenças como um castigo pessoal e pensar que eu (e essas pessoas) merecem passar por isto – eu apercebo-me então que eu não tenho de levar este quisto na mama como uma ofensa pessoal por isto é ainda mais separação! Em vez disso, apercebo-me que depende de mim lidar com a minha realidade passo a passo, respiração em respiração, ponto a ponto, um e igual com o quisto, um e igual com a minha mama, um e igual com o meu corpo, um e igual com a minha presença aqui, um e igual com as mulheres (e homens) que passam (ou passaram) por esta fase.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na curiosidade da mente de querer saber o que causou o cancro nas pessoas que eu conheço, como se isso explicásse a minha situação. Mais uma vez apercebo-me que é em mim que eu me tenho de focar agora e que devo PARAR de ver o problema fora de mim ou projectar a vida dos outros em mim. Apercebo-me que eu própria ainda não conheço os padrões todos da minha mente e por isso não vale a pena querer saber os padrões das mentes dos outros!

Quando e assim que eu me vejo a associar o meu quisto na mama com a ideia de ouvir um médico a confirmar que há células cancerigenas em mim, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta imagem não é real e que desta forma estou a criar ansiedade em mim desnecessariamente. Neste momento eu só posso lidar com a informação disponível que é a que eu tenho um quisto no peito. Ponto.

Quando e assim que eu me vejo a associar este caroço com as histórias de mulheres que eu conheço e que enfrentaram o cancro na mama, eu páro e respiro. Curiosamente, desde que comecei a abrir este tópico na minha realidade que ouvi falar de outros casos em que um caroço na mama não tinha tido nenhuma gravidade. Fui também informada de mulheres na minha família que tinham tendência para micro-quistos sem envolver o papão do cancro.

Quando e assim que eu me vejo a usar a informação dos media para pensar que qualquer problema na mama está relacionado com cancro, eu páro e respiro. Eu comprometo-me a parar de filtrar a informação de modo a corresponder aos medos da minha mente, que é baseado em sobrevivência, em auto-vitimização, no julgamento de que não mereço viver e na ideia que algum acidente me vai acontecer para estragar o meu casamento e o meu processo de renascimento! Em vez disso, eu apercebo-me que quem eu me permito ser, enquanto Ser Estável e enquanto Vida, não estou condicionada ou limitada pela realidade à minha volta. Pelo contrário, dou-me esta oportunidade para abrir e tratar pontos em mim que eu ainda não tinha explorado intensamente para me auto-corrigir e aprender a confiar em mim em qualquer situação.

Quando e assim que eu me vejo a comparar as histórias dos filmes do estilo “Sweet November” em que o casal é perfeito mas que ela tem um cancro que os vai separar, eu páro esta memória e respiro. Eu apercebo-me que a minha realidade não é um filme e que não me posso basear numa história que eu vejo não ser o melhor para mim. Eu comprometo-me então a PARAR de sabotar a minha vida, o meu casamento, a minha carreira, e dedico-me a lidar com as coisas práticas que podem de facto fazer a diferença que são o cuidado com o meu corpo, ir aos médicos aconselhados, parar a ansiedade, limpar-me dos medos, comunicar as mudanças práticas que têm de se aplicar no meu emprego de modo a que não prejudique os clientes, e garantir que sou realista na minha gestão financeira ao longo desta fase.

Quando e assim que eu me vejo a culpar o stress do meu emprego como causa deste quisto, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que o padrão da culpa é maligno e que não cria nada de produtivo, antes pelo contrário, a culpa cria separação em relação a mim própria e aos outros. Em vez disso, eu comprometo-me a parar o stress em mim no meu trabalho e a garantir que não me esforço mais do que aquilo que é possível, de modo a evitar altos e baixos (emoções positivas e negativas) na minha realidade/carreira. Eu apercebo-me que a minha carreira profissional não está separada de mim.

Quando e assim que eu me vejo a ser/ter o medo de ler os resultados das análises a dizer que tenho cancro, EU PÁRO E RESPIRO. Eu realizo DE UMA VEZ POR TODAS que a mente não é real e que esta imagem é baseada em memórias e no passado. Eu comprometo-me a parar de criar estes cenários na minha mente assim que o pensamento surge em mim, de modo a dar-me direção e a focar a minha atenção na minha real realidade. Eu, a minha vida/corpo não somos uma bomba-relógio – Eu, o meu corpo/vida, temos o pontencial de ser estáveis, um e igual com a minha respiração. Por isso, eu comprometo-me a parar e a perdoar cada imagem/sistema da mente que criam ansiedade e desorientação em mim própria. Eu vejo e realizo que sou responsável por parar/limpar os medos do cancro. Dedico-me a parar de acumular imagens/ideias/experiências dos outros dentro de mim ao perdoar cada um destes pensamentos que são contra mim própria, e parar de projectar essas memórias na minha realidade/Vida. Eu apercebo-me que sou capaz de PARAR as paranoias da mente e de me passar a recriar um e igual com o meu corpo, em auto-disciplina a fazer aquilo que é o melhor para mim, em senso-comum, focada em auto-corrigir os padrões de medo e polaridade da minha mente, de modo a mudar a minha relação comigo própria e a parar de complicar a minha Vida/realidade.

Imagem: Sexologia Clinica, http://sexologia.clix.pt/?p=53043  

DIA 210: Cenários na nossa própria mente: Regresso ao Passado

terça-feira, maio 21, 2013 0 Comments A+ a-


Hoje ouvi uma entrevista de uma pessoa que passava imenso tempo a reflectir na mente sobre a sua vida, sobre o futuro, sobre a vida dos filhos, sobre os seus medos, quando afinal teria sido mais eficaz se, em vez de passar tempo a divagar na mente, tivesse de facto criado e participado mais na sua própria vida. Um exemplo interessante que esta pessoa dá tem a ver com os pensamentos e preocupações que ela tinha em relação aos filhos, quando na realidade ela tinha de aceitar "deixá-los ir" e que não podia viver por eles.
Ao trazer este ponto para mim, vejo como também eu despendo tempo a pensar em várias hipóteses e cálculos sobre o futuro, quando afinal às vezes basta escrever sobre as minha dúvidas para me esclarecer, ou fazer uma pergunta ao outro para ter a certeza em vez de imaginar a resposta, ou falar com outra pessoa para ouvir uma outra perspectiva fora da minha mente, ou mover-me fisicamente e parar de perder tempo na mente.
Um exercício interessante para se fazer, em vez de nos deixarmos embalar pelos pensamentos, é começar a escrever sobre os pensamentos que surgem nas nossas mentes - isto ajuda a estabilizar-nos e a sermos realistas porque vários pontos são considerados (fora da mente que só vê aquilo que quer)
Partilho então o perdão-próprio no seguimento do artigo de ontem e da realização de hoje.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que as projecções e as imagens da mente são realmente imagens do meu futuro ou de potenciais momentos do futuro, em vez de perceber que a mente é baseada no passado e que é um espelho de memórias tecidas.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido abdicar da minha responsabilidade de criar a minha vida e de me mudar. Vejo que se seguir a mente irei estar sempre a seguir os padrões do passado.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido criar-me com base nas imagens da mente sem realmente investigar de onde é que estas imagens/desejos/aspirações surgiram, em vez de tomar responsabilidade pelas minha decisões/ações com base na minha direção, tendo em conta a minha realidade física e a realidade dos outros à minha volta.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar no "futuro" que me é "mostrado" na minha mente e acreditar ser uma escrava da mente que tenho de seguir e copiar estas imagens - imagens e memórias que  por sua vez são baseadas naquilo que eu vi, naquilo que eu copiei, naquilo que eu fiz e obedeci no passado.
Curiosamente, vejo pela primeira vez que provavelmente nunca imaginei como certos momentos do passado pudessem definir quem eu sou na idade adulta. Por isso, vejo então que a "culpa" não foi do evento per se, mas foi do valor que eu permiti dar a esse momento e ao qual me agarrei por não conhecer mais nada para além da minha mente. É agora momento de largar estes valores e dar valor à Vida que Eu sou e recomeçar a cada momento em auto-correção, a criar uma nova relação (acordo) comigo própria. Eu comprometo-me a fazer todas as minhas coisas estando ciente de mim e ciente das minha ações, e trabalhar com o que está aqui, sem me limitar com os julgamentos, memórias, cenários ou medos da mente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido  criar julgamentos sobre mim própria com base nalgum comentário que me tenha sido dito por outra pessoa.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir-me de acordo com os julgamentos da minha mente/da mente dos outros e descartar a minha responsabilidade de lidar com os meus próprios julgamentos, perceber as origens, perceber o que é que estes julgamentos suprimem. 
Eu apercebo-me que culpar a outra pessoa por qualquer coisa que eu me permita sentir ou pensar é uma forma de evitar perceber a origem do meu problema e evitar tomar responsabilidade por me ajudar a ultrapassar as auto-definições/limitações da minha mente.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido criar cenários negativos para mim própria sem ver que estes cenários geram energia de ansiedade, medo e stress e que eu apenas me habituei a viver sob esta pressão continua, a evitar que algo de mau aconteça, porque aparentemente este estado de ansiedade e insegurança é a única coisa que eu conheço/permito.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desejar (e até rezar) que coisas positivas/boas aconteçam de forma a não pensar momentaneamente nos cenários negativos. Eu apercebo-me que estes desejos da mente são também baseados em medo do negativo e baseados no desejo de controlar o futuro para corresponder à minha imagem positiva. Vejo que este padrão é outra fonte de stress e de pressão constantes.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter medo da minha própria mente e das imagens que eu própria crio ou alimento na minha própria mente, que é uma forma de masoquismo. Ao mesmo tempo, apercebo-me que qualquer reação que eu tenha sobre cenários positivos ou cenários positivos é outra forma de sabotagem e de definir a minha realidade nessa polaridade.
Em vez disso, eu posso ver as imagens da minha mente e decidir por mim e em senso comum aquilo que é o melhor para mim nesta realidade física, sem  me sentir obrigada a seguir a mente.

Quando e assim que eu me vejo perante um cenário negativo/de dor na mente, eu páro e respiro. Eu estou agora ciente que estas imagens são uma desilusão, possessão e distração. Eu ajudo-me a permanecer na minha realidade física e posso investigar qual é o padrão de medo por trás destas imagens. Ao investigar os sistemas da minha mente, eu dedico-me a expandir sobre isso na escrita e no perdão-próprio e a libertar-me destas prisões de pensamentos que eu tenho construído dentro de mim.

Quando e assim que eu me vejo a participar num cenário da mente (quer positivo quer negativo) como se fosse um filme a passar dentro de mim, eu páro e respiro. Eu ajudo-me a realizar que estes cenários não são reais e que só existem na minha mente porque eu os permito. Comprometo-me então a deixar estas imagens e, ao parar estas imagens/cenários, eu começo a recriar a minha realidade aqui, com base na vida física e nas ações que são viáveis. Apercebo-me também que os cenários da mente são uma mentira porque só algumas imagens estão disponíveis (normalmente quando há uma carga emocional) e que a mente está limitada pelo meu passado.

Quando e assim que eu me vejo a culpar alguma pessoa pela carga emocional que eu coloquei num evento, eu páro a culpa e respiro. Eu realizo que a carga emocional que eu permiti foi da minha responsabilidade e pela qual me tenho limitado todo este tempo.
Quando e assim que eu me vejo a guardar esta emoção/memória como forma de proteção para não me permitir cair na mesma "armadilha", eu páro e respiro. Vejo também que me habituei a ter estes medos/reações e que é uma forma de conforto porque "acabei por saber lidar com isto", em vez de realmente parar a relação de medo dentro de mim própria. Eu realizo que esta luta interior é uma forma de separação comigo própria porque é baseada no desejo mudar o passado. Quando e assim que eu me vejo a sentir-me culpada por aquilo que me foi dito como se eu merecesse sofrer, eu páro e respiro. Eu comprometo-me a restabelecer uma relação de confiança e de honra comigo própria sem ser baseada em ser superior, mas simplesmente em estar um e igual à Vida que eu/todos somos.
Eu apercebo-me que cada memória/emoção/apego às coisas tem a ver com um ponto que não quero largar, por me ter definido pela minha mente. Eu apoio-me a ver que este processo trata-se de remover estes sistemas de personalidade baseados em julgamentos, autodefinições, ideias cujas consequências são contra quem eu Sou como Vida e como a minha vida estável aqui.

Eu apercebo-me que me estou a perder como vida de cada vez que participo na mente e de cada vez que deixo a mente decidir por mim, em vez de me dar a oportunidade de mudar/aperfeiçoar quem eu sou a cada respiração. Dedico-me então a praticar tomar decisões com base na realidade física, ao considerar todos os pontos e em garantir que faço aquilo que é o melhor para mim, e que pratico essa ação em estabilidade própria, sem esperança nem medo do futuro. Aquilo que é necessário aqui sou eu, ciente de mim, de quem eu sou nas minha ações e nas minhas relações com os outros/relações comigo própria. Ao estar ciente de mim própria, vejo que sou capaz de ser humilde para reconhecer os pontos a aprender/corrigir e estar confiante de mim a cada momento, em plena responsabilidade pela criação da minha realidade.

Ilustração: Capa da Entrevista da Eqafe

DIA 209: A Religião do Ser: copiar e obedecer

segunda-feira, maio 20, 2013 0 Comments A+ a-


Apercebo-me que esta religião é baseada naquilo que me foi dito e que eu acreditei ser a minha verdade.
A Religião do ser é também aquilo que eu permiti definir-me por ter levado a peito qualquer comentário vindo do outro. Curiosamente, a outra pessoa provavelmente nem se apercebia do impacto que eu estava a permitir que essas palavras tivessem em mim, mas foi também a minha decisão tomá-lo como pessoal.
Quem é que nos ensina esta religião? Será que os pais e os educadores fazem ideia de como é que a mente funciona e como é que nós, desde que nascemos absorvemos a informação à nossa volta?
Se no princípio obedecemos e copiamos a mente dos adultos, quando chegamos à idade adulta passamos a obedecer as nossas próprias mentes.

Esta religião é fascinante: baseia-se naquilo que eu penso de mim e como eu acredito ser, ao mesmo tempo que eu própria me limito com base nesses  julgamentos e pensamentos. Mas como "fui sempre assim", nem sequer vejo que me estou a limitar na minha própria mente.
Vi um vídeo no Youtube recentemente em que uma bébé copiava as expressões dos pais e é brutal ver como ela observava/ouvia os pais e fazia igual, enquanto que assimilava as relações que os pais tinham com a realidade e como julgavam certa coisa como sendo nojenta, e outra como sendo divertida. É assustador e revelador perceber que este processo de desenvolvimento aconteceu com a maioria de nós e que pouco provavelmente nos lembramos ou entendemos de onde vem o nosso julgamento em relação a determinadas coisas, pessoas e palavras.

Tenho-me apercebido então como esta Religião é um abuso-próprio: o facto de não me questionar sobre os pensamentos e os medos que eu permito e aceito passarem-me pela cabeça é sinal de que aceitei tal limitação e sinal de como defeni as palavras de acordo com estas permissões e aceitações. Vejo também como esta religião se manifesta no meu apega a certas coisas, a  sensações, a desejos, a sonhos, a memórias, a julgamentos, a auto-definições. Até mesmo as imagens da mente (a imaginação) não tem qualquer culpa da maneira como eu interpreto essas imagens - tanto aquilo que a mente me mostra como os julgamentos que eu absorvo vindo das outras pessoas são auto-projeções da minha religião. 
Amanhã partilho o perdão-próprio sobre estes pontos para começar a largar estes sistemas da mente.

DIA 208: A justificação do "Tenho Tempo"

sábado, maio 18, 2013 0 Comments A+ a-


Apercebo que a resistência para escrever e a tendência para a procrastinação são redflags a indicar-me aquilo que eu estou a permitir repetir-se em mim. Por trás deste padrão, vejo o pensamento que "tenho tempo" para fazer isto ou aquilo, "tenho anos à minha frente", "vou ter a oportunidade mais tarde", sem sequer considerar a hipótese de criar essa oportunidade agora e começar a encaminhar-me nessa direção. 
Este padrão enquadra-se na Religião do meu Ser, baseada naquilo que me foi ensinado ao longo dos anos. Lembro-me claramente de ouvir dizer "Joana, vai com calma", "tens tempo", "ainda és muito nova", ... E agora já não é preciso ninguém dizer-me isto porque ficou registado e aparece automaticamente na maneira como encaro certas coisas, especialmente coisas novas, e a curiosidade fica suprimida, porque afinal, apesar de me interessar por isto ou aquilo, irei ter tempo e "se calhar" (que é a mesma coisa que dizer "Se Deus quiser") mais tarde irei estar numa posição mais vantajosa para finalmente viver a decisão! Até lá, acumulo uma série de "potenciais" de coisas que quero fazer, imagino o momento em que irei fazer essa coisa nova e admiro aqueles que não hesitaram em começar.
Obviamente, o processo de escrita requer prática e é preciso ir-se com calma, respiração em respiração, e estar-se fisicamente aqui. Mas desde que me tornei ciente desta tendência para adiar, fui mais eficaz em perceber se fazia ou não sentido esperar, ou se afinal a oportunidade de fazer determinada coisa estava/sempre esteve aqui. Finalmente comecei o meu novo blog http://diplomatjourneytolife.blogspot.com/ e tem sido fascinante desenvolver cada artigo e ver novos tópicos com base em informação da actualidade.
A expressão do bad timing poderá ser então a consequência de se ter esperado pelo "momento certo" sem realmente fazer-se nada por se criar esse momento. E não será então esta esperança pelo momento certo mais uma desonestidade que limita a nossa expansão?

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido absorver as expressões que me foram/são ditas pelos outros como sendo a "minha verdade" sem me aperceber que eu estou de facto a limitar o meu processo de auto-criação.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido reagir quando oiço alguém dizer-me que "tenho tempo", em vez de perceber se estou ou não a participar nesse padrão, perceber onde é que este padrão se manifesta na minha vida, e como é que eu posso resolver/transcender/parar este padrão em mim.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido questionar-me sobre a minha hesitação em fazer coisas novas e em mudar hábitos, e a partir daqui empenhar-me em dar resposta a essa hesitação e praticar a minha confiança a fazer coisas novas e a praticar a minha eficácia em fazer igualmente todas as coisas que me são benéficas.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido imaginar-me a conseguir fazer todas as coisas ao mesmo tempo ou a imaginar-me a ter conseguido fazer um bocadinho tudo sem realmente planear as minhas actividades.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que algumas coisas têm de ser largadas para começar novas e que tal mudança não implica necessariamente ruptura.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desejar mudar os meus hábitos sem realmente e deliberadamente parar hábitos antigos e começar novos!

Quando e assim que eu me vejo a reagir quando oiço alguém dizer-me que sou "muito nova para pensar nisso" ou que "tenho tempo" ou outra coisa qualquer, eu páro a reação e respiro. Em honestidade própria eu permito-me perguntar porque é que eu estou a levar tais comentário pessoalmente, e permito-me ver em que aspectos é que eu estou de facto a participar nessas ideias. Eu apercebo-me que não sou responsável por aquilo que me é dito, mas que sou responsável por aquilo que eu faço perante aquilo que me é dito.
Quando e assim que eu me vejo a hesitar em começar coisas novas, eu páro e respiro. Apercebo-me que uma das justificações é baseada em "já tenho muitas coisas para fazer, não vou ter tempo agora", no entanto, em honestidade própria eu analiso o que é que eu posso "largar" e substituir pela nova actividade que, neste momento, me será mais benéfica. Se tal decisão implicar outras pessoas, eu comprometo-me a comunicar com os outros a minha decisão, ciente que tais escolhas têm de ser feitas por mim e que não posso ter esperança que alguém decida por mim aquilo que é o melhor para mim.
Quando e assim que eu me vejo a querer conciliar/coexistir em mim os hábitos antigos e os hábitos novos, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que muitas vezes eu estou a manter certos hábitos (especialmente na minha relação com os outros) para agradar os outros, em vez de me disciplinar em ser honesta comigo própria na presença dos outros, um e igual.
Comprometo-me a estar ciente de cada vez que o pensamento/justificação do "tenho tempo" se manifesta e páro esse dominó - em vez de participar na resistência, eu faço exactamente o contrário daquilo que a minha mente dita e dedico-me então a começar essa nova actividade. Para isso, eu adapto e ajusto o meu tempo, e abdico de outras coisas, de modo a conseguir fazer essa actividade que neste momento me será benéfica. Vejo então que uma mudança de hábitos/padrões implica sempre uma mudança prática ao nível das prioridades em honestidade própria, e uma mudança física em se realmente viver as decisões.

Ilustração: Comical Sense - 'Advice', By Andrew Gable

DIA 207: Ser-se o nosso próprio Desmancha Prazeres...

quinta-feira, maio 16, 2013 0 Comments A+ a-


Provavelmente este padrão é comum a muitas pessoas mas foi a primeira vez que escrevi sobre isto: refiro-me por exemplo ao padrão de pôr o despertador para uma certa hora, planear a minha manhã mas de manhã "sou outra pessoa" e acabo por não fazer nem metade do planeado e ainda por cima atraso-me. Pergunto-me: - Como é que eu posso confiar em mim própria se eu sou a minha desmancha prazeres?
Quantos de nós não diz ao seu parceiro que iremos fazer sexo à noite e quando a noite chega o cansaço instala-se primeiro e lá se foi o momento de intimidade?
E será que também tiveste aquela experiência de pensar que está tudo "sobre rodas" e nesse momento algo descarrila?
Tomando o primeiro exemplo, esta manhã acordei, olhei para o despertador e fiquei admirada por tê-lo posto para tão cedo! E pensei: vou ter imenso tempo para mim! No espaço de segundos, a minha mente criou um plano alternativo "às escondidas" e, em completo interesse-próprio, fiquei na cama mais tempo até chegar ao limite - como se só me movesse sob a ameaça/imaginação de chegar atrasada ou sob o stress que crio com esta projeção.
Porque é que eu não me levantei assim que vi as horas esta manhã? Porque é que eu não confiei na minha decisão tomada na noite anterior? Porque é que eu não me permito ser a minha própria motivação e direção? Que conforto é que eu associo à cama que não me estou a dar a mim própria quando estou fora da cama?
Quando anteriormente escrevi que tinha criado um plano na mente em completo interesse-próprio refiro-me ao facto de esperar pelo stress da sobrevivência parame impulsionar, e como se quisesse usar uma desculpa ou culpar a "falta de tempo" ou "o tempo pasas muto rápido" e depois esperar que tudo e todos sejam mais rápidos. Surge então a falta de paciência com as outras pessoas, o mau humor e a imperfeição por fazer as coisas à pressa.
Desta vez, não vou permitir que este padrão me passe ao lado porque eu sei que é a mim que me estou a prejudicar.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar e pensar que eu tenho o padrão da falta de pontualidade porque fui habituada a chegar tarde aos sitios, sem ver que eu estou a justificar o padrão como se fosse normal copiar os padrões que eu vi durante a minha infância.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desprezar este padrão e acreditar que o objectivo final é ser pontual, quando afinal ser-se pontual é o resultado de uma série de passos que eu tenho de dar para garantir que cumpro as horas.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que a pontualidade é o resultado da minha performance num dado intervalo de tempo e com base naquilo que é acordado com a outra pessoa. Por isso, eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido acordar comigo própria ACORDAR de manhã com o primeiro toque do despertador.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido levar a sério os meus próprio acordos e planos e por isso julgar-me como "secundária" porque acredito que "no futuro" irei ser pontual, em vez de considerar que o meu processo de mudança é primário/principal neste/a cada momento de cada respiração.
Eu vejo que este padrão é automatizado e que implica uma mudança regular e disciplinada de hábitos.

Por isso, quando e assim que eu me vejo a culpar a minha experiência do passado com base na ideia que "posso ficar mais um bocadinho na cama", eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta memória de conforto não é real e que é uma manipulação que eu estou a fazer comigo própria, porque "esses minutos a mais na cama" ("desconto") vão apenas ter consequências que eu terei de enfrentar.
Quando e assim que eu me vejo a ter medo de escrever sobre o ponto da pontualidade, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que este resistência da mente para escrever é realmente o medo de ser responsável pela minha mudança e perceber que não posso ignorar este ponto de procrastinação matinal.
Eu comprometo-me a escrever na noite anterior o perdão-próprio caso eu vejo que estou a criar planos paralelos da mente sobre a possibilidade de ficar "mais um bocadinho na cama" de manhã.
Quando e assim que eu me vejo a rejeitar o telemovel de manhã como se rejeitásse a minha decisão na noite anterior, eu páro a mente e respiro. Ao estar ciente de mim, eu permito-me tomar a decisão de VIVER a decisão tomada. Eu apercebo-me que decidir acordar cedo implica estar ciente do meu corpo físico e realmente movimentar-me para me levantar.
Quando e assim que eu me vejo a ter resistências com pensamentos que "se calhar a reunião é cancelada", ou "só mais 5 min", ou "ontem deitei-me muito tarde", eu páro o pensamento e respiro. Eu realizo que estes pensamentos não são reais mas que são ideias para justificar a mente preguiçosa e desmanchar o meu prazer de acordar cedo e ter tempo para mim de manhã, tomar o pequeno almoço com calma, escrever um bocadinho e ir com calma para um dia longo de trabalho, sem criar a consequência de frustração pessoal, impaciência ou stress comigo nem com o mundo à minha volta.
Finalmente, quando e assim que eu me vejo a ter o pensamento que "já ontem cheguei tarde, mais um dia não vai ter problema" ou a aceitar a procrastinação comoo sendo a norma, eu páro e respiro. Começo então a ver estes "desleixos" como um indicador de como eu estou a desleixar-me do meu compromisso comigo própria de me recriar como ser humano, como Vida, como corpo físico. Ao ver este indicador, eu posso então auto-investigar a origem do desleixo e tomar a decisão de parar a polaridade de imaginar/planear uma coisa e depois fazer o contrário. Eu realizo que depende de mim praticar a minha confiança e recriar uma rotina que seja estável para eu dar atenção aos padrões da mente e dar-me tempo/a oportunidade para me corrigir.

DIA 206: Ser dura comigo própria

quarta-feira, maio 15, 2013 0 Comments A+ a-


Hoje enfrentei a minha própria rigidez. Ou melhor, tenho enfrentado este programa da mente mas só hoje é que o vi - e ao ver o quão dura eu sou comigo própria, chorei. E comecei a perdoar-me em voz alta. Chorei ainda mais. Cada palavra que dizia era como se furasse este padrão composto pelos meus auto-julgamentos - havia uma resistência em continuar as frases do meu perdão próprio porque nunca o tinha feito sobre este ponto desta maneira. Até agora tenho obedecido aos julgamentos da mente e nem me atrevia a ir para lá daquilo que a minha mente "deixava". Ou seja, podia ter ficado toda a minha vida presa a esta mente auto destruidora em que eu me tornei. Mesmo vendo este padrão, sei por experiência própria que não significa que esteja curada, porque a tendência será para voltar a dar ouvidos à conversa da minha mente, à insegurança e ao medo de errar. Por isso este processo é um processo: não se muda da noite para o dia, mas muda-se com muitas noites e muitos dias a recriar a minha auto-confiança, passo a passo, palavra a palavra, a tomar responsabilidade pela minha criação. O potencial de Vida em cada um de nós é como um filho que depende de nós nos primeiros anos de existência.
É chocante e assustador realizar que estes diálogos com auto-julgamentos estão sempre a acontecer mas que só agora os vi claramente. O processo de auto-recriação tem mesmo de envolver uma prática constante de escrita, de abertura comigo própria, de auto-realização, de auto-perdão, de aplicação no dia-a-dia. A auto-confiança começa por aceitar que este é o meu processo e que não tenho de copiar as vidas dos outros. Aliás, todas as comparações são mais uma distração da mente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na luta de julgamentos que corre pela minha mente, que é uma forma de separação dentro de mim própria.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido confiar na mente/julgamentos/medos separados de mim própria.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que eu sou estes julgamentos/pensamentos da mente.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter resistência e vergonha de me perdoar em voz alta, que eu vejo ser uma resistência para me auto-ajudar.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ser dura comigo própria e pensar que não me mereço ajudar mesmo tendo as ferramentas para o fazer.

Quando e assim que eu me vejo a ter julgamentos na minha mente sobre aquilo que eu digo ou faço, eu páro e respiro.
Quando e assim que eu me vejo a julgar o perdão próprio como imagino que os outros julgam o perdão próprio, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que sou eu quem estou a sabotar o meu processo e a sabotar esta oportunidade de me ajudar. Apercebo-me que ao pensar que os julgamentos são dos outros eu estou de facto a evitar tomar responsabilidade pelos meus próprios pensamentos e finalmente mudar/parar os julgamentos.
Quando e assim que eu me vejo a dialogar na minha mente como se houvesse algo/alguém separado de mim a decidir por mim, eu páro e respiro. Eu sou um e igual com todas as partes do meu corpo e a respiração assiste-me a estabilizar-me.
Quando e assim que eu me julgo (negativa ou positivamente) eu páro e respiro. Eu comprometo-me a parar de existir na polaridade e separação da mente que são manifestadas nos julgamentos. Eu realizo que estou a puxar-me para trás com medo e por isso é da minha responsabilidade dedicar-me a ultrapassar os julgamentos/perceber os medos e decidir por mim quem eu sou e quem eu me torno. Eu realizo que cada julgamento é prova que ainda sou dura comigo própria e que esta atitude é um acto violento contra mim e é uma limitação contra a minha expansão e expressão de/como Vida. Eu comprometo-me a confiar em mim como Vida no meu processo de renascer como Vida.