DIA 241: A Paranóia da Comparação

terça-feira, julho 30, 2013 0 Comments A+ a-



Este é um daqueles padrões que se manifesta em vários momentos do meu dia-a-dia, sem contar com as vezes inconscientes em que ocorre já sem eu dar por isso. Por agora, vou escrever sobre aspectos dos quais eu estou ciente quando o mecanismo da comparação se manifesta nos meus pensamentos e, ao tirar estas camadas, muito provavelmente irei abrir novas realizações em mim.

Uma das memórias que eu associo ao padrão da comparação está relacionada com a escolha da carreira profissional - ouvia alguém falar de uma profissão e imediatamente havia um mecanismo de comparação entre mim e essa pessoa, de acordo com o valor que eu dava à suposta posição do outro. Na altura achava que era capaz de ser e fazer tudo - e porque não? No entanto, apercebo-me que essas comparações não foram baseadas numa decisão em honestidade própria, por mim, em senso comum e completa dedicação e muitas dessas potenciais decisões nunca foram vividas ou testadas para eu saber se de facto era isso que eu queria ser e fazer. Apercebo-me agora que as comparações funcionam com a imagem que o outro representa para mim (ser uma pessoa confiante, uma pessoa desinteressante, uma pessoa perspicaz, uma pessoa agressiva, ...) e associo esses traços pessoais à profissão e crio juízos de valor acerca da profissão. A partir destes juízos de valor, a minha mente entra no rodopio da comparação comigo própria, numa luta entre os meus próprios julgamentos e os julgamentos que eu criei dos outros. Afinal de contas, enquanto escrevo sobre este exemplo, apercebo-me que a "profissão" é apenas uma capa que sobre o padrão da comparação e, por sua vez, o padrão da comparação cobre os auto-julgamentos sobre aquilo que eu penso faltar em mim. Ao estar ciente deste conflito interno que eu criei em mim, posso então olhar para os seguintes pontos:
  • O que é que eu admiro no outro que julgo não estar a dar a mim própria?
  • Como é que eu posso verdadeiramente aprender com o outro, em humildade e honestidade própria, sem o ego que querer ser mais do que o outro?
  • Porque é que eu uso o padrão de comparação para deliberadamente julgar aquilo que eu faço e sou como sendo inferior ou superior à outra pessoa?

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido viver o padrão da comparação em pensamentos, palavras e ações, sem nunca tirar esta capa da comparação para ver o que é que podia aprender com o outro e desenvolver em mim que de outra maneira não tinha tido acesso/conhecimento.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido distrair-me com a ideia do "saber", a ideia de acumular informação sobre determinado tópico e o desejo de ficar uma "expert" em determinado campo, em vez de realmente aplicar o conhecimento e a informação que eu tenha ou possa vir a ter para coisas práticas que me ajudem a aperfeiçoar as minha ações e ultimamente ajudem este mundo a funcionar melhor.


Quando e assim que eu me vejo a participar no padrão das comparação em relação a algo que a outra pessoa tenha feito, eu páro e respiro. Eu questiono-me sobre o que é que realmente me "interessa"/fascina no outro e comprometo-me a investigar porque é que eu não estou a dar-me essa característica ou a desenvolver essa capacidade em mim. Ao mesmo tempo, eu comprometo-me a parar a comparação que cria separação e competição em relação ao outro /mim própria e, em vez disso, eu ajudo-me a aprender com o outro,  em total abertura e sem julgamentos de certo ou errado, de positivo ou negativo. Eu foco-me em aplicar as soluções e a mudança em mim própria e por isso é da minha responsabilidade reunir exemplos e tornar-me no meu exemplo que esteja alinhado com os Princípios de Vida que eu me comprometo viver.

A continuar...

DIA 240: "Uns dias abraço-me, noutros ignoro-me" - Subestimar o Processo

segunda-feira, julho 29, 2013 1 Comments A+ a-




SubEstimamos a nossa própria Vida. SubeEstimamos a nossa honestidade própria. SubeEstimamos o nosso corpo. Consequentemente, acabamos por aceitar e permitir subestimar a Vida na Terra, subestimar os outros e subestimar a matéria física que é tudo o que existe. 

É tempo de Estimarmos quem somos.

Especialmente em momentos de grande distração na mente (quando me permito consumir pelas emoções, pelos medos, pelos sentimentos, pelas imagens, pelos pensamentos), apercebo-me que subestimo o meu potencial de caminhar o meu Processo, duvido de mim própria, entro num estado depressivo em que desvalorizo tudo o que eu faço e toda a minha criação. Os efeitos de me permitir separar de mim própria são devastadores  porque os pensamentos que daí advêm são auto-destrutivos e crio ansiedade no meu corpo que, se eu não parar, começo a viver num mundo paralelo de hipóteses sobre um futuro contra mim própria. Pergunto-me: Até que ponto é que eu tenho de ir para me decidir, de uma vez por todas, viver este Processo inteiramente?
Em vez de ficar à espera de um sinal ou de uma resposta vindo de não-sei-onde, eu decido: Agora e Aqui. Até agora tenho subestimado o meu próprio blog, a minha partilha, a minha capacidade de ajudar os outros - e isto só acontece porque ainda não me estou a ajudar a mim própria em plenitude - na verdade, ainda há separação em mim própria e inconsistência na minha atitude para comigo própria: uns dias abraço-me, noutro dias ignoro-me. há dias em que escrevo o perdão próprio fluentemente, outros dias aceito a resistência e não escrevo; há momentos em que estou ciente da respiração, outros não estou aqui.

De seguida partilho o meu Perdão-Próprio sobre os pontos da subestimação do meu processo. Deixo-vos também este vídeo do Bernard Poolman sobre o Abraço a si Mesmo:




Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido subestimar o meu processo de tornar-me ciente de mim, ciente dos princípios de honestidade-própria, ciente de como a minha mente funciona, ciente dos padrões que eu permito em mim e na Vida.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter dias-sim e dias-não, baseados na memória do que fiz no passado e por isso justifico a preguiça, justifico a procrastinação, justifico o medo, justifico o entretenimento, justifico a falta de direção, justifico a confiança ou a falta dela, justifico a energia... quando tudo isso são escapadelas de mim própria e formas de me manter fechada na minha própria mente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido subestimar a minha capacidade física de existir aqui em plenitude, possível através da minha própria respiração. O facto de ter tomado a respiração (e a saúde em geral) como algo adquirido é um reflexo do estado automatizado das nossas mentes e consequentemente das nossas acções.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido subestimar o grupo do Desteni, os cursos e todo o apoio incondicional que eu tenho tido ao longo dos últimos quatro anos. Apercebo-me que mesmo quando se tem todas as ferramentas ao dispor, se não houver a decisão e a vontade própria de aplicá-las, é bem provavel de se deixar a vida passar ao lado. Eu apercebo-me que de cada vez que faço um exercício ou que tenho um chat com o grupo é uma nova camada que eu "descasco" no meu processo e uma nova abertura em mim para olhar para novos pontos até estar um e igual com tudo.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido subestimar a minha capacidade de escrever sobre todos os meus pontos da minha mente que têm de ser transcendidos, um a um.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido subestimar a minha capacidade de parar os pensamentos, parar as minhas paranóias, parar os medos, e começar a escrever sobres cada um deles, começar a ler sobre esses pontos, de investigar em mim a origem do problema que eu criei para mim própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido subestimar o meu potencial de resolver os meus problemas, tanto os mais complexos, como os problemas no trabalho, como os desafios do dia-a-dia e das relações com os outros. Afinal de contas, eu realizo que tudo o que se passa comigo na minha relação com os outros é um espelho daquilo que eu permito dentro de mim e portanto funciona como um indicador de pontos que requerem a minha dedicação, correção e aperfeiçoamento.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido subestimar os pensamentos e os julgamentos positivos/negativos através dos quais eu me baseio para tomar decisões, o que demonstra que a liberdade de escolha é de facto inexistente quando permitimos que a mente decida por nós.

Quando e assim que eu me vejo a subestimar a minha capacidade em tornar-me o meu próprio exemplo de senso comum e de honestidade própria e a fazer aquilo que é o melhor para todos, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que este é o Processo nessa direção e que eu sou responsável por garantir que caminho o Processo por mim.

Quando e assim que eu me vejo perante um problema e tenho logo a reação em pedir ajuda, eu páro, respiro e avalio qual é o problema, escrevo sobre isso e ajudo-me a perceber o problema e como é que eu o criei para mim (mais não seja ao complicá-lo). Curiosamente, vejo que preciso apenas de dedicar a minha vontade de ajudar os outros para me ajudar a mim! Em vez de subestimar a minha capacidade de resolver os meus problemas, eu comprometo-me a pelo menos olhar para o ponto em questão e ver como é que eu posso avançar no meu processo de auto-conhecimento e explorar caminho para a auto-correção e mudança.


Quando e assim que eu me vejo a participar na resistência de avançar nos cursos do Desteni e nos projectos do grupo, eu páro e respiro. Apercebo-me que esta resistência é uma sabotagem da mente porque eu não estou "naturalmente" treinada para ir para além do meu conhecimento e dos meus hábitos. Por isso, eu dou-me esta oportunidade de Vida para explorar o "desconhecido" fora da minha mente, aprender  com os exemplos de honestidade própria dos outros que andam este processo um e igual comigo, e decidir em honestidade e direção própria como me criar a cada respiração.

Quando e assim que eu me vejo a respirar em modo automatizado, eu páro e respiro por mim. Quando e assim que eu me vejo a subestimar a ajuda da respiração no meu processo de estar ciente de mim aqui, eu páro e respiro e vejo por mim própria como é que eu sou a cada respiração e a minha capacidade de me dar direção a cada respiração e de curar-me das possessões da mente.
Eu comprometo-me a estar um e igual com os outros seres com base na nossa respiração em comum e na nossa existência aqui.

Quando e assim que eu me vejo a justificar a resistência para não escrever o perdão próprio, eu páro e respiro. Por experiência própria, eu realizo que escrever sobre aquilo que a mente me mostra e escrever o perdão-próprio especifico é das melhores ajudas que eu dou a mim própria. Seguidamente, eu apercebo-me que pôr em prática a correção no momento em que esses padrões surgem é uma redescoberta de mim própria que nunca pensei ser possível.

Quando e assim que eu me vejo a subestimar o perdão-próprio como uma ferramenta essencial no processo de me tornar honesta comigo própria, eu páro estes pensamentos e respiro. Eu realizo que os meus julgamentos sobre o perdão próprio remontam à ideia do sacrifício e da vitimização que nada têm a ver com o processo de abertura pessoal que eu dou a mim própria através do perdão-próprio. Este é uma ferramenta e não um fim em si mesmo.



Quando e assim que eu me vejo em pleno momento de indecisão ou falta de direção, eu páro e respiro. Eu tenho a capacidade de decidir quem eu vou ser a partir desse momento e qual a direção a tomar, visto que eu sou a minha direção. Eu apercebo-me que a indecisão e a decisão com base em emoções são indicadores de que estou a permitir "viver" o programa automático da mente e a permitir ser escrava da mente de ideias e informação acumuladas ao longo do tempo.

Quando e assim que eu me vejo a reflectir sobre a minha atitude e decisões, eu comprometo-me a verificar quais foram os julgamentos positivos e negativos nos quais eu me baseei para tomar a decisão. Isto ajuda-me a perceber quais são os meus apegos emocionais e energéticos às coisas, em vez de tomar decisões com base em senso comum e naquilo que é o melhor para mim e para os outros.


DIA 239: Enfrentar o lado lunar - medo do lado "escuro" da mente e do mundo

quarta-feira, julho 24, 2013 0 Comments A+ a-


Apercebo-me que desenvolvi em mim o medo do escuro e consigo ver como é que esta paranóia se manifesta quando dou azo à imaginação de luzes apagadas. Provavelmente não sou a única a ter desenvolvido este medo visto que este  é ensinado eficazmente através dos filmes, das imagens associadas ao escuro, da música escolhida para acompanhar a cena, da associação da cor preta à morte/luto, dos fantasmas que "surgem" à noite, dos vampiros e toda uma série de pensamentos que criamos na mente quando os olhos estão limitados pela escuridão. Vendo bem, é a mente que está limitada.

A guerra das mentes projetadas no mundo.
Conversei com uma amiga minha que viveu muitos anos nos Estados Unidos e foi interessante ouvir que uma grande parte da cultura americana é baseada no positivismo e na procura de finais felizes e há uma aversão a falar-se das coisas "menos positivas", do "lado escuro da sociedade" que é de facto a actual realidade. Aliás, notícias como aquelas que falam sobre a queda da economia ou a ilusão do crescimento económico são  rotuladas como "deprimentes". Nisto, apercebi-me de duas coisas:
Primeiro, aquilo que se julga por fora é aquilo que se julga por dentro, o que significa que aquilo que nós consideramos como deprimentes é algo que existe em nós mas que não queremos enfrentar;
Segundo, ao trazer este ponto para mim própria, vejo que também eu desenvolvi um mecanismo de proteção que evita enfrentar o escuro da mente. Porquê? Apenas porque me habituei a ser escrava na minha própria mente, acreditei que sou a mente, acreditei em tudo aquilo que eu vi na televisão e nos filmes e, essencialmente, aceitei a mente como sendo o meu destino.
Só agora me começo a aperceber que posso mudar a minha vida ao re-educar-me para ser a solução para mim própria em honestidade própria, em tudo aquilo que eu faço e que eu sou. Começo então por investigar porque é que há certos tópicos que eu tenho ainda aversão em pensar, conversar e escrever sobre isso, e este é um indicador da relevância desse ponto no meu processo e de como me será benéfico abrir esse ponto em mim. Isto mostra também que eu estou a resistir ver-me completa-mente, ver as honestidades e as desonestidades, e por isso ando na corda bamba, a tentar controlar as desonestidades em vez de me curar e tornar-me honesta comigo própria em tudo e sempre.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a resistência para falar de determinados tópicos vistos como "deprimentes" ou vistos como "negativos" é real. Em vez de viver essa resistência, eu posso investigar a razão pela qual eu julgo algo como negativo ou deprimente e como é que o julgamento me impede de ver o senso comum para além da mente. Eu apercebo-me que é também da minha responsabilidade não participar no positivismo da mente, não participar nas conversas de chacha e não alimentar o facilitismo da mente, e que é da minha responsabilidade entender como é que estamos a criar a nossa própria realidade contra nós próprios porque queremos viver numa lalaland que só existe na mente como fuga aos problemas que afectam tudo e todos nesta realidade.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na resistência da escrever sobre as conversas da mente que afectam a minha estabilidade própria e que afectam a minha relação com as outras pessoas.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desprezar os medos e as imagens que a minha mente me mostra com se quisesse fugir de mim, em vez de aproveitar para investigar os padrões por trás dos pensamentos, medos e imagens de modo a limpar-me dos padrões e criar a minha confiança ao parar de criar uma realidade contra mim própria baseada dos medos e imagens da mente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido alimentar a mente num automatismo e rotina e distrair-me da minha responsabilidade de questionar a mente, compreender a minha mente e mudar a minha mente para que os meus pensamentos e acções sejam baseados em unidade e igualdade e que tanto os pensamentos e as ações sejam o melhor para mim.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido criar diálogos "negativos" ou "positivos" dentro de mim projectados naquilo que eu penso que outras pessoas vão dizer. Apercebo-me que estes diálogos bipolares são um espelho daquilo que eu penso de mim própria e vejo então que eu estou constantemente a reprimir/suprimir/criticar-me/julgar-me e que tal atitudes comigo própria não me ajudam a recriar a minha relação comigo própria de auto-correção, compreensão e amor-próprio. Apercebo-me que eu sou a minha melhor amiga no sentido de só eu me poder ajudar a ser honesta comigo própria e a motivar-me para viver os princípios de vida.

Quando e assim que eu me vejo a pensar num tópico e criar o diálogo na minha mente de "é um tópico demasiado grande para ser tratado", ou "eu não sei como resolver este problema na minha mente", ou "ainda não estou preparada para lidar com este padrão", eu páro e respiro.
Quando e assim que eu me vejo a pensar que irei ter mais oportunidades no futuro para enfrentar este ponto em mim, eu páro e respiro. Eu vejo que ao procrastinar o meu processo, eu estou de facto a criar mais sofrimento em mim própria e estou a adiar a minha honestidade própria que é a minha libertação da mente.

Quando e assim que eu vejo que o meu ponto de partida para adiar falar de um tópico é baseado no backchat de que não estou preparada para lidar com o ponto porque este é enorme, eu páro e respiro. Eu compreendo que o ponto em si tem várias camadas e que eu terei de andar este processo passo a passo, camada a camada, e portanto qualquer ideia de querer resolver um padrão de um dia para o outro é simplesmente um mecanismo de proteção da mente para eu nem sequer começar a ver as camadas e começar o processo de correção em relação a esse ponto.

Quando e assim que eu me vejo a criar diálogos que são a julgar (positivamente ou negativamente) algo que eu tenha feito ou dito, eu páro e respiro. Em vez de me "massacrar" com as memórias da mente, eu  comprometo-me a ver em senso comum o que é que eu disse e, caso haja algo que eu veja que podia ter sido melhor, então eu tomo este exemplo como um passo no meu processo de auto-correção e comprometo-me a aplicar essa correção a partir desse momento. Eu apercebo-me que os mesmos padrões manifestam-se em vários aspectos da minha vida, portanto, ao lidar com esse padrão eu serei capaz de me ajudar e auto-corrigir em vários ambientes e situações do meu dia-a-dia.
No lugar de rejeitar aquilo que a minha mente me diz ou mostra, eu comprometo-me a abraçar a mente como sendo a chave da minha própria libertação porque ao ver o problema/julgamento eu serei capaz de começar a criar a solução dentro de mim. Se a mente me mostra as minhas desonestidades próprias, então eu posso começar a perdoar cada uma das desonestidades próprias. Através do perdão próprio, eu começo a fazer as pazes comigo e abro caminha para recriar o potencial de vida que há em mim.

Quando e assim que eu me vejo fascinada com as imagens coloridas nos media e com as palavras de motivação usadas para vender uma felicidade temporária, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que a vulnerabilidade aos media ou aquilo que me é dito (e à maneira como me é dito) é um indicador da influência que eu permito que estes meios de comunicação tenham sobre mim. Eu comprometo-me a permitir-me estar um e igual ao mundo à minha volta e por isso estar estável, permitir-me questionar-me sobre aquilo que eu vejo e oiço e manter a minha integridade nas minhas decisões e que estas sejam baseadas nos princípios da igualdade, da unidade, da respiração, do bem-estar físico, da honestidade própria e daquilo que é o melhor para todos.


Apercebo-me que qualquer decisão baseada em emoções negativas ou emoções positivas será continuar a alimentar a mente de polaridade, de comparações e de imagens, e isto não traz qualquer progresso no meu Processo de me Tornar Honesta Comigo Própria e Viver os Princípios de Vida. Eu apercebo-me também que não estou aqui para copiar as vidas que foram "vividas" pelos outros porque simplesmente isso anula qualquer possibilidade de mudar esta realidade para melhor do que aquilo que actualmente existe. Eu comprometo-me a viver a realização que esta realidade é deprimente, tem problemas e ainda não é um paraíso para todos e estes são os indicadores que comprovam que há muita coisa a mudar, a começar na minha própria mente.



DIA 238: De volta ao básico: Porquê o sexo?

segunda-feira, julho 22, 2013 0 Comments A+ a-




Há perguntas que cada um de nós pode fazer a si próprio para se conhecer melhor na sua relação com o sexo:
Porquê fazer sexo? Quem é que eu sou no sexo? Como é a minha relação com o meu corpo durante o sexo? O que é que eu julgo no sexo? O que é que eu procuro no sexo? O que é que eu gosto no sexo?

Já alguma vez te colocaste estas questões, ou terá sido o sexo introduzido nas nossas vidas na turbulência da adolescência e aceite como uma pressão da sociedade?
Eu comecei a questionar-me sobre estas dimensões do sexo no Agreementcourse e desde então tenho investigado e escrito sobre a relação que eu criei com o sexo e a relação com o meu corpo. É curioso ver que, apesar do corpo ser quem nós realmente somos, muitos dos tópicos relacionados com o físico do ser humano são suprimidos na nossa comunicação ou abusados na mente com imagens. Por isso, ao escrever para mim própria sobre este tema , tem sido uma caixa de Pandora que tinha ficado algures perdida na infância, altura em que não julgávamos o corpo ou o sexo como certo ou errado até ao momento em que começámos a copiar as manias e tradições da sociedade em que crescemos.

Voltemos ao título: Porquê o Sexo?
Para explorar esta  pergunta, tomemos o exemplo do mito que as mulheres fingem orgasmos para satisfazerem o ego do homem (!). Parece um pensamento retrógrado mas é importante que tanto as mulheres como os homens se questionem sobre o ponto de partida para fazerem sexo. Será que o ponto de partida de dar prazer ao outro não é de facto uma forma de interesse-próprio, porque por trás disso está o medo de se perder o parceiro? Isto é desonesto consigo próprio pela limitação que esta dependência mental provoca, em que se é escravo/a do medo de se estar sozinho. Por sua vez, o medo de se estar sozinho é o medo de se estar consigo próprio e de enfrentar a sua própria mente. Por tanto, dar prazer ao outro em honestidade própria é uma entrega incondicional, sem desejo nem medo.  E ainda, fingir-se a expressão corporal para manter os egos felizes é um desperdício de tempo e só mostra como o nosso sexo/ideia do sexo/ponto de partida do sexo é limitado nas nossas mentes.
Sobre o ponto de partida do sexo, podemos dizer também que a intimidade sexual é um momento de partilha e de confiança, em si próprio e no outro, e que através do sexo se descobre um bocadinho mais de si próprio, permite-se estar no físico, ultrapassam-se medos e papões, e permite-se estar vulnerável. Infelizmente, no nosso mundo actual são talvez poucos os lugares e os momentos em que nos permitimos estar plenamente cientes do nosso corpo, vulneráveis, entregues ao outro corpo, sem medo da dor, sem medo da perda... Vejo o sexo como um processo de auto-conhecimento e aperfeiçoamento e de transcendência dos medos que em frações de segundos invadem as nossas mentes.

Como é que foi possível tornarmos algo com tanto potencial, como o sexo, num tabu e numa coisa abusiva?
A pergunta que merece também atenção é: - será que sabemos o que o sexo realmente é, sem imagens da mente, sem memórias, sem desejo de um orgasmo, sem expectativas, sem arrependimento, sem a procura da energia acumulada na mente? Será que alguma vez nos comprometemos a limpar a nossa mente?
O sexo também não é baseado em conhecimento. Por muitos livros que se leiam, há pontos da mente humana que têm de ser interiorizados, entendidos, perdoados, mudados e recriados em cada um de nós.

Vamos então regressar ao básico do nosso corpo: e para isso, começamos por respirar. Já alguma vez te focaste na tua própria respiração? E na respiração do outro? E se este fôr o ponto de partida do sexo: a igualdade dos corpos, a igualdade da presença e a descoberta de si próprio.


Numa sociedade em que a maioria das pessoas cresceu ou contactou com a religião católica, faz sentido questionarmo-nos também sobre o ponto de partida da procriação. Irei muito provavelmente dedicar um blog para este tema, mas a meu ver é necessário colocar-se as tradições à luz da realidade. Em plena crise económica, talvez não seja o mais indicado ter-se muitos filhos sem que as condições de vida sejam garantidas e por isso é importante que haja o mínimo de senso comum e de responsabilidade própria. A ideia da procriação, como a palavra indica, implica uma pro-Criação, ou seja, um progresso, um upgrade dos pais e uma evolução da vida. No entanto, parece ser contraditório que as pessoas sejam capazes de criar uma melhor versão delas próprias sem primeiro se conhecerem plenamente.


DIA 237: Associar imagens do passado ao presente e desejar fazer sentido na mente

sexta-feira, julho 19, 2013 0 Comments A+ a-




Quando é que a nossa realidade parece fazer sentido? No meu caso, reparo que há uma sensação de satisfação quando as coisas "batem certo", que é o que acontece quando a imagem da minha realidade encaixa com a imagem preconcebida na minha mente. Mas será isto honestidade própria? Tomemos o exemplo da escolha de um parceiro: quais são as ideias pré-concebidas que se criaram na mente e que nos fazem ser consciente ou inconscientemente selectivos? A cor dos olhos? O tipo de cabelo? A forma corporal? A nacionalidade? A personalidade do outro/a?

O "fazer sentido" na mente é o mesmo que dizer que a minha realidade tem de condizer com a imagem e ideia que eu criei na minha mente de como as coisas devem ser, embora eu nunca me tenha questionado se as imagens e ideias na minha mente são práticas, são realizáveis e se são o melhor para mim. Ou de onde é que estas imagens vieram? Apercebo-me que primeiro tenho de conhecer a minha mente para depois me poder dar sentido e direção em honestidade própria. Por exemplo, começar a investigar e a escrever sobre qual o ponto de partida na minha mente para tomar uma determinada decisão, para perceber como é que as associações da minha mente são criadas, quais foram as minhas influências para criar imagens de perfeição na minha mente, e como é que eu tenho permitido esta ditadura da mente na minha vida, sem tomar responsabilidade pela minha existência como um todo.

Este é o Processo de auto-investigação que tenho vivido ao longo dos últimos cinco anos e que continuo a andar, passo a passo, ponto a ponto...

Recentemente apercebi-me da tal sensação de satisfação quando na minha mente punha "certo" em vários aspectos do meu dia-a-dia: marido (checked), casa arrumada (checked), emagrecimento (checked), emprego (checked), viajo com frequência (checked), falo várias línguas (checked), tenho pessoas com quem falo e goste de estar (checked) e por momentos o ego pareceu encher os pulmões, em vez do ar. Obviamente, que é de ar que eu preciso e que estes "checked" não são nada mais nada medos do que aquilo que eu tenho criado para mim própria e que não é preciso anexar qualquer emoção de orgulho a isso. É da minha responsabilidade criar uma relação estável com o meu parceiro, criar um espaço que seja o meu lar, estimar o meu corpo com uma boa alimentação, exercício físico e trabalhar em pontos da mente que se manifestavam no corpo físico, empenhar-me no meu emprego para o manter, gerir o meu tempo para descontrair, estudar para aperfeiçoar a minha actividade profissional e resolver os meus pontos para não descarregar nos outros para eu própria ser uma boa companhia para mim e para os que me rodeiam. Ao ver cada um destes elementos, afinal não há nada de especial sobre isso. Aliás, a meu ver devia ser da responsabilidade do mundo (logo de todos nós) de criar as condiçõesbásicas para que cada ser-humano tenha dinheiro para um lar confortável, uma alimentação de máxima qualidade, tempo para desfrutar a sua existência e assim investir atenção em criar relações equilibradas com outras pessoas e potenciais parceiros.

Afinal de contas, as imagens da mente são baseadas em memórias, em imagens que os nossos olhos viram, nas coisas que os nossos ouvidos ouviram, quer tenha sido na realidade à nossa volta ou nos ecrãs de televisão, cinema, computador, rádio, conversa de outras pessoas, etc. Por isso, faz sentido concluir que, na maioria dos nossos pensamentos, NÃO escolhemos aquilo que pensamos ou imaginamos, porque simplesmente já existia na nossa mente aquilo que foi capturado pelos nossos sentidos (maioritariamente a visão e a audição).

- Quando pensamos, como é que somos capazes de discernir aquilo que é realmente o melhor para nós e que é honesto connosco próprios?
Podemos começar por realizar que tudo aquilo que a mente nos mostra tem de ser questionado. Não necessariamente julgado como certo ou errado, mas questionado sobre o porquê de associarmos a nossa realidade a determinadas memórias e como é que isso pode condicionar a nossa expressão no momento presente. Por isso a respiração é tão importante neste Processo: permite-nos abrandar a velocidade dos pensamentos e somos capazes de estar cientes dos pensamentos que temos, para que possamos darmos direção à nossa criação a partir de agora e pararmos de ser robots a copiar aquilo que vimos e ouvimos no passado.


No próximo artigo vou escrever o perdão-próprio e o meu compromisso de mudar a minha atitude de cada vez que dou por mim a fazer associações na mente e a desejar que a minha realidade corresponda com a perfeição de imagens da mente. Até lá, sugiro que se leia um artigo anterior que aborda a paranóia daperfeição que existe na mente humana. Em honestidade própria, este mundo só será um lugar perfeito para se viver quando cada um deixar de procurar dar sentido à mente e, em vez disso, perdoar e mudar os pensamentos sobre si próprio e redefinir o que é realmente a perfeição em nós, nesta vida e neste mundo.


DIA 236: Proibido falar de sexo?

quinta-feira, julho 18, 2013 0 Comments A+ a-


O blog de ontem foi uma introdução à jornada que me proponho fazer de desconstruir as ideias geradas à volta do sexo, que têm mantido este tema separado de nós próprios. Quantos de nós têm conversas maduras sobre sexo? Conversas que realmente procuram alargar o nosso entendimento sobre aquilo que é o sexo, sobre quem nós somos no sexo, sobre aquilo que é realmente importante para cada um durante o sexo, sobre os medos atrelados ao sexo, sobre as dúvidas, sobre as paranóias... E falar de tudo isto sem medo de se ser julgado, criticado ou gozado?
Mesmo que quiséssemos falar sobre sexo, como podemos falar sobre algo que ainda não está plenamente estável no nosso ser? Como é que vamos progredir no nosso discurso sobre educação sexual se não há um diálogo construtivo, sem julgamentos, sem agendas, sem desejos, sem interesse próprio, sem ego, sem religião, sem medo e sem ideias pré-feitas? Como é que podemos ensinar aquilo que não sabemos nem vivemos para nós próprios?
É exactamente sobre esta resistência em se estar um e igual com a conversa do sexo que eu vou escrever o perdão-próprio de hoje. Alguns destes pontos foram enfrentados há alguns anos, no entanto, vou partilhá-los agora e viver o compromisso de me estabilizar nesta conversa.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar a palavra sexo.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter vergonha de falar sobre sexo com amigos, colegas e familiares por pensar que eles não me compreendem ou por pensar que é errado conversar-se sobre sexo. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que é errado falar de sexo só porque este não foi um tópico falado no ambiente e sociedade em que eu cresci - eu apercebo-me que não tenho de copiar aquilo que eu vejo à minha volta, muito menos de participar no silêncio quando vejo que a falta de educação sexual e a falta de honestidade própria criam tantos conflitos  e paranóias pessoais que, por sua vez, trazem consequências e desequilíbrios graves para a sociedade em que vivemos.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que só se pode ler coisas sobre sexo ou falar sobre sexo às escondidas uns dos outros, como se o sexo fosse uma conversa suja.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver e realizar que os meus pensamentos e medos sobre aquilo que as outras pessoas possam pensar sobre o sexo é de facto um espelho/reflexo daquilo que eu permito pensar e acreditar sobre aquilo que o sexo é. Eu apercebo-me que se o pensamento sobre aquilo que o outro pensa existe na minha mente então sou eu que estou a permitir esse pensamento em mim e a projectá-lo no outro, em vez de tomar responsabilidade própria sobre os pensamentos que eu aceito viver. Eu apercebo-me que evitar falar de sexo é estar a limitar o meu auto-conhecimento, estar a limitar o meu próprio esclarecimento e expansão e estar a ignorar um dos elementos que mais influencia a nossa vida mental e física.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido associar o sexo a pornografia e a notícias de violações, somente porque essas são as formas mais comuns de se ouvir falar de sexo nos meios de comunicação social.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que o sexo é uma coisa separada de mim, separada do meu dia-a-dia, separada das outras pessoas.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver e realizar que quanto mais eu suprimo/nós suprimimos as nossas dúvidas sobre o sexo, mais ideias, crenças e medos alimentamos nas nossas mentes e assim mais distantes estamos da simplicidade sexual e da expressão sexuais.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que a resistência em falar de sexo é prova de como o sexo foi manipulado e subvertido na nossa sociedade para controlar as mentes das pessoas através do medo da nossa própria existência e da nossa própria criação (ou será que não somos todos frutos do sexo?)

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter resistência para partilhar os pontos da minha religião do Ser, inclusive as crenças e medos associados ao sexo,  mesmo com as pessoas mais próximas de mim.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter vergonha de falar e escrever abertamente sobre a expressão sexual e o sexo em geral, ao pensar que vou ser julgada, criticada e gozada pelas pessoas que me conhecem. Eu apercebo-me que estes pensamentos que a minha mente me mostra são os pensamentos que eu tenho acumulado em mim e que se tornaram a minha referência e a minha limitação. Eu realizo então que só eu me posso ajudar a caminhar estas resistências, a libertar-me do peso do medo e a parar de impor julgamentos da mente sobre mim, o que é contra a minha expressão própria.


DIA 235: Onde anda a expressão sexual?

quarta-feira, julho 17, 2013 0 Comments A+ a-


Quando ponderei começar a escrever uma série de artigos sobre sexo, pensei que seria desta que chegaria às 200 visitas diárias! E porquê? A meu ver, há de facto uma falta de claridade sobre aquilo que a expressão sexual é ou pode vir a ser nas nossas vidas e reparo na falta de literatura que olha para o sexo em honestidade-própria. Para além das entrevistas da EQAFE, há muito pouco conteúdo sobre sexo que valha realmente a pena ler-se ou ouvir-se.

Mas porque é que o tema sexual no nosso mundo é composto por esta polaridade abominável: ou se trata deste tópico na sua vulgarização máxima com piadas de calibre abaixo do respeitável, ou não se fala dele apesar de estar constantemente a palpitar nas mentes humanas, sem qualquer orientação, tornando-se num tabu sem se saber como se falar dele?
Na continuação da minha escrita e investigação da minha Religião do Ser, começo a ver a minha relação com o aquilo que me foi ensinado como sendo errado, ou doloroso, complicado, vergonhoso e perigoso: o melhor exemplo que eu encontro é a religião criada à volta da expressão física dos corpos chamada de sexo. É incrível como a falta de educação é substituída por uma religião de secretismo à porta fechada, mesmo quando tal cegueira traz tantas consequências para cada um de nós e, consequentemente, para a nossa sociedade.  Na minha mente, este tópico foi também mantido como um secretismo baseado nas histórias que ouvia falar dos outros e da representação daquilo que supostamente o sexo é na indústria cinematográfica.

É uma pena que os adultos não sejam educados a educar as crianças sobre o que a vida sexual é ou pode ser, sem se ter como referência a imprensa oculta de revistas Marias e afins, ou pior, a referência pornográfica que é a completa adulteração daquilo que a expressão sexual humana realmente é. A meu ver, o silêncio do sexo tem sido substituído pela comédia, em que a maioria das piadas vão dar eventualmente a fantasias sexuais que ficaram suprimidas algures nas mentes humanas e que nem sequer nos questionamos sobre a banalidade dos comentários. Vê-se então a paranóia do sexo espalhada por todo o lado associada à nudez das campanhas publicitárias, a objectivação do corpo feminino, a ignorância sobre a origem dos desejos da mente e, finalmente, a consequência global do abuso manifestada em notícias de violações sexuais, de relações desequilibradas, de violência sexual que pode condicionar a vida de um ser-humano para sempre caso não haja um acompanhamento adequado. E no final de contas, somos nós enquanto humanidade que estamos a criar este inferno para as nossas vidas e para as vidas dos outros e portanto cada um de nós é responsável por ajudar-se a si próprio a compreender o que se passa nas nossas mentes e, obviamente, corrigir aquilo que manifesta abuso sobre si próprio e sobre os outros que são afectados directa e indirectamente.

Se tirarmos por momentos todas estas ideias associadas ao sexo, o que é que temos? Corpos que respiram, igualdade, movimento, expressão, descoberta corporal, expansão pessoal, alinhamento com o físico, presença, respeito por si próprio e pelo outro, novidade, carinho, INTIMIDADE COM O SEU PRÓPRIO CORPO, prazer, entrega, vulnerabilidade, estabilidade, sensibilidade, CONFIANÇA EM SI PRÓPRIO, CONFIANÇA NO OUTRO, simplicidade, humildade, partilha e transcendência dos limites que impusemos a nós próprios.

Infelizmente, a extensão do abuso sexual na nossa sociedade comprova que há uma deficiência na maneira como este tema é educado e que consequentemente é deixado à mercê das mentes de cada um e também manipulado pelo sistema de poder e dinheiro.
Todos sabemos que a prevenção é o melhor remédio, e para que haja prevenção tem de haver entendimento sobre o que o sexo realmente é, como é que este tem sido usado e abusado para manter as mentes suprimidas e sob controlo do medo, em vez de cada um de nós ser realmente educado sobre o seu próprio corpo, em estabelecer uma relação de confiança e a saber aquilo que é o melhor para si próprio em unidade e igualdade com os outros.

Abro então um novo capítulo no meu processo em que vou explorar os várias camadas de pensamentos e ideias associados com o sexo como até agora tem sido mal-tratado, e vou abrir caminho a uma nova perspectiva sobre a expressão sexual como sendo o potencial máximo de expressão física, respeito mútuo e auto-conhecimento. Vou andar este processo em tempo-real, re-educando-me de acordo com pontos que eu vou enfrentando e lidando com eles. Sugiro que se oiça também as entrevistas da EQAFE que proporcionam um entendimento da relação que cada um de nós criou com o sexo.


DIA 234: Uma mente acelerada e um corpo escravo - dia de reuniões

segunda-feira, julho 15, 2013 0 Comments A+ a-




Depois do trabalho tive uma enorme dor de cabeça e escrever foi a minha coisa que eu podia fazer naquele momento. A minha mente estava extremamente acelerada, como se não conseguisse parar de pensar, quer naquilo que eu ia fazer a seguir, como no meu dia de reuniões. Foi incrível estar ciente que estava a permitir que o speed da mente "tomasse conta de mim" e no entanto, não estava a tomar conta de mim no melhor sentido: o meu corpo manifestava sinais de exaustão e a minha cabeça doía na têmpora esquerda. Apercebi-me então que nas três horas de reuniões que eu tive, não me lembro sequer de respirar.  Estava tão absorvida em pensamentos que nem me apercebi das minhas necessidades físicas de respirar, ir à casa de banho ou até mesmo apanhar ar lá fora. O meu corpo estava a ser um escravo da mente por isso, esta situação foi um abuso-próprio na qual eu negligenciei o meu próprio corpo. Apercebi-me desta situação no caminho de regresso a casa, em que estava sozinha, sentada e recomecei a respirar por mim, a escrever e a abrandar a mente de pensamentos. Vi então que esta estabilidade ajuda-me a ver quando um pensamento atropela o outro, e como eu me encho de energia quando penso naquilo que vou fazer a seguir, ou nos planos do futuro ou nas memórias do passado. Esta energia mental é abusiva.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desleixar o meu corpo ao me permitir estar obcecada com os pensamentos da mente.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido tornar-me uma escrava dos meus próprios pensamentos que eu sigo sem me questionar sobre a legitimidade e sentido destes pensamentos na realidade prática.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido subestimar a minha respiração e a minha capacidade de tomar conta de mim, de me estabilizar, de nutrir o meu corpo, a relação comigo própria e subestimar a minha responsabilidade de existir aqui.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido mudar a minha atitude comigo própria de acordo com o ambiente em que eu me encontro e consoante as pessoas com quem eu estou, em vez de ser eu e agir ciente de mim própria  incondicionalmente e garantir que eu sou o factor de estabilidade mesmo quando o "cenário" muda.

Quando e assim que eu me vejo a agir de maneira diferente para supostamente corresponder ao ambiente em que eu estou e às pessoas à minha volta, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta ideia sobre aquilo que eu acho que as outras pessoas estão à espera que eu faça é somente baseada na minha própria mente de projeções, por isso, eu comprometo-me a investigar em mim/escrever sobre os auto-julgamentos que eu estou potencialmente a projectar nos outros. Eu apercebo-me que o meu processo de mudança é contínuo e que tenho de cooperar comigo própria e ajudar-me a andar cada padrão mental, em vez de ser dura comigo própria e acreditar que a mente de projeções é para ser seguida.
Eu comprometo-me a transferir a minha confiança na mente para a confiança no meu corpo físico e na realidade prática - por isso eu comprometo-me a estar ciente da minha respiração mesmo quando estou com muitas pessoas à minha volta ou com muito trabalho pela frente.
Apercebo-me que se não nutrir o meu corpo com aquilo que o meu corpo precisa para existir (nomeadamente oxigénio constante) então estarei a fazer exactamente o contrário que é auto-destruição.
Quando e assim que eu me vejo a ter pensamentos uns a seguir aos outros, sobre planos do futuro ou sobre memórias do passado, eu páro estes pensamentos e respiro. Eu estou ciente que esta energia da mente não é real e que não me é benéfica a longo-prazo, por isso, eu comprometo-me a parar este vício baseado na energia dos planos. Em relação às memórias, quando e assim que eu me vejo a participar nas memórias do passado recente (por exemplo, a reunião) eu ajudo-me a  não levar a memória a peito e, em vez disso, eu vejo e escrevo sobre os padrões que a minha mente me mostra. A partir daqui, eu comprometo-me a aplicar as minha realizações e correções na prática, tanto na minha relação comigo própria, como na minha presença quando  estou na presença de outros.


Quando e assim que eu me vejo a estar a abusar de mim por não estar a respirar ciente de mim no meu corpo e realidade física, eu páro a mente e respiro! Eu comprometo-me a respirar em direção-própria quando estou eu reuniões ou em qualquer outro lugar/actividade que, apesar de requererem reflexão, lógica e planeamento, o meu respirar e a minha expressão física em honestidade própria são/devem ser incondicionais e vão ser benéficas para mim e para o meu trabalho/aquilo que eu faço/produtividade.


DIA 233: Quanto mais te custa a escrever sobre isso, maior é o ponto que enfrentas

segunda-feira, julho 15, 2013 0 Comments A+ a-


Desde ontem à noite que tenho resistência a escrever fluentemente sobre uma experiência que eu tive, relacionada com a influencia que eu permito que os pontos dos outros tenham em mim. Permiti-me ficar desorientada e não sabia por onde começar, porque na minha mente eu tinha razão para estar chateada e nem conseguia olhar o outro nos olhos. Curiosamente, desde ontem que tenho também uma impressão na garganta que é muito provavelmente uma manifestação deste episódio mental e de uma potencial mudança na minha relação com os problemas dos outros.
A resistência para escrever é a resistência para se ser honesto connosco próprios mas comparado com a extensão dos problemas das nossas mentes, mais vale começarmos a escrever nem que seja somente a abrir as camadas ao de cima: quais são os pensamentos relacionados com a experiência? Quais são as projecções? Alguns medos? Dar nomes aos padrões também ajuda a conhecermos as nossa mente e portanto a sabermos qual o problema e investigar uma solução para ser aplicada.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a resistência para escrever sobre uma determinada experiência é real.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir-me pela experiência memorizada na minha mente e com isso acreditar que os auto-julgamentos e as ideias que eu criei de mim própria nessa memória são quem eu realmente sou.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido que a mente definisse a minha experiência e que a mente se apoderasse da minha presença aqui e da minha ação física de escrever.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido confiar na minha presença física aqui e agora como sendo os elementos essenciais para eu me dar direção, a cada respiração, para me permitir MUDAR de ideias ou até mesmo parar as ideias que são autodestrutivas e que são tomadas somente na mente sem realmente considerar aquilo que é o melhor para mim ou os outros.

Quando e assim que eu me vejo a focar-me completamente na mente de pensamentos e projecções do futuro, eu páro e respiro.
Quando e assim que eu me vejo a participar na resistência para escrever sobre determinado acontecimento ou determinados medos, eu páro e respiro. Eu dedico-me a começar a escrever para mim sobre as camadas de pensamentos que eu vejo em mim e ajudo-me a dar uma estrutura à minha escrita, como é o caso do curso do Desteni Lite que providencia a plataforma para me ajudar na estrutura da minha escrita diária.

Eu comprometo-me a começar a escrever sobre aquilo que a mente está a ter resistência e eu permito-me estar vulnerável na minha abertura com a minha mente de modo a compreender o padrão. Quando e assim que eu vejo um padrão eu páro e respiro e dou-me tempo para andar o ponto, passo a passo, e isso faz-se ao trazer o ponto para mim própria e perceber como é que eu estou a criar esta experiência para mim própria. Depois desta fase inicial de resistência e escrita, começo então a aplicar a autocorreção  para ultrapassar e resolver a reação/resistência/padrão da mente.


DIA 232: Mulheres com Confiança e Confiança nas Mulheres

domingo, julho 14, 2013 0 Comments A+ a-




Esta semana assisti a um documentário chamado Miss Representation, num evento organizado por mulheres profissionais que incluiu a partilha da experiência de uma CEO e uma sessão de perguntas e respostas colocadas pelas várias pessoas da audiência. Antes de mais, espero que este tipo de iniciativa inspire as mulheres Portugueses a organizarem tertúlias deste género que aproximam mulheres de diferentes carreiras e origens e promovem um diálogo saudável entre nós. 
O documentário mostra-nos as perspectivas de jovens e de pessoas na área do empoderamento das mulheres sobre a maneira como estas são reapresentadas na sociedade americana, muito em parte como consequência da forma como os meios de comunicação social compõe as notícias. Alguns dos pontos essenciais que eu assimilei deste documentário  foram o preconceito que existe na sociedade (americana e não só) em relação à presença de mulheres em posições de poder, tanto na área empresarial como na esfera política; a "des-educação" que é passada às novas gerações por parte de uma comunicação social podre; e finalmente, a emergência ardente de uma nova geração de mulheres que estão dispostas a cooperar umas com as outras. Sobre os dois primeiros pontos, aconselho vivamente que se veja o filme e se tire as suas próprias conclusões. Em relação à necessidade de cooperação entre as mulheres, a meu ver esta é possível quando cada uma de nós estiver plena em si mesma, quando não nos permitirmos distrair com comparações ou julgamentos em relação ao corpo ou até mesmo as roupas da outra, e quando estivermos dispostas a aprender umas com as outras.
A auto-confiança é uma capacidade que se desenvolve e, portanto, não é necessário definirmo-nos como inseguras porque afinal estamos no processo de desenvolver a confiança em quem nós somos e naquilo que fazemos. Numa sociedade ainda bastante patriarcal, é provável que sejam poucos os homens a congratular as mulheres, a reconhecer o seu esforço e até mesmo a motivá-las para continuarem uma carreira ou a mudar de estilo de vida. No entanto, quem é que precisa de uma motivação exterior quando se tem tudo dentro de si própria?

Relativamente ao processo de desenvolver a confiança, eu aconselho vivamente que se comece uma jornada única de auto-conhecimento através da escrita, do auto-reconhecimento, do perdão-própria e da correção para uma versão melhor de ti própria. Eu iniciei a minha há cerca de quatro anos com o apoio do grupo do Desteni e já não imagino o meu dia-a-dia sem a escrita diária, ou sem as realizações sobre pensamentos que tenho e eque estou ciente da origem e da solução para resolver os meus próprios problemas. Com base na minha experiência, eu recomendo os exercícios do Desteni Lite, uma plataforma online gratuita que oferece uma estrutura fundamental para darmos direção à nossa escrita e começarmos a lidar com a nossa mente passo a passo . É possível sermos livres de medos, de preocupações e de paranóias e só assim nos damos a oportunidade de ir para além das (baixas) expectativas sobre nós próprias.
Finalmente, e para quem nunca se interessou por política ou teve alguma resistência em imaginar uma mulher num cargo de enorme responsabilidade, sugiro que se atreva a ver a série televisiva Borgen (de origem dinamarquesa) que retrata a vida de uma mulher Primeiro-ministro com elevado senso comum, equilíbrio e tacto com a realidade, que para mim tem sido uma enorme inspiração e exemplo que infelizmente não vejo na política actual.

Obrigada a todas pelo vosso interesse em lerem o meu blog e enviarem comentários. Espero que possamos cada vez mais aprender umas com as outras, desenvolvermos a nossa confiança incondicional e o nosso potencial para nos tornarmos os nossos próprios exemplos e sermos de confiança para os outros.





DIA 231: Quando as gerações se copiam: os pecados de pais para filhos

sábado, julho 13, 2013 0 Comments A+ a-


Investiga este ponto em ti: quando te zangas com alguém ou reages com alguma coisa, pergunta-te onde é que já viste o mesmo tipo de comportamento noutra pessoa. Irás provavelmente até descobrir que tu já passaste por uma experiência semelhante embora nessa altura fosses tu a vítima da reação de outrem.

Hoje dei atenção a esta mímica do comportamento, especialmente quando copiamos os pais e as pessoas que nos são próximas, enquanto eu reagia com o Joao. Nesse momento, apercebi-me que tinha como justificação esta ideia de que "tinha" de reagir com ela, como se aquilo que ele estivesse a fazer tivesse de ser chamado a atenção. Não foi preciso muito tempo nem muita escrita para ver que eu estava a copiar o comportamento que a minha mãe tinha tido comigo no passado e que agora estava a ser eu a vestir "esse papel".
Escrevi sobre a minha reação e foi curioso chegar à conclusão que eu estava a fazer uma tempestade num copo de água, que estava a criar problemas onde eles não existiam e, ainda mais fascinante, estava a reagir contra uma coisa que eu própria faço. Ao escrever o perdão próprio sobre os pensamentos na minha mente que acumularam até à exaustão (reação), apercebi-me então de outra coisa: muito provavelmente, a reação da minha mãe na altura tinha sido copiada de uma reação da minha avó, que por sua vez tinha copiado o comportamento de alguém, etc. e este padrão tinha passado ao longo dos anos de mente em mente.
Como este Processo nos permite realizar, estas reações não são quem nós realmente somos  e tratam-se de padrões da mente sobre os quais não tomámos responsabilidade por perceber a origem e auto-corrigir. A consequência é óbvia: acabamos por fazer ao outro aquilo que inicialmente não gostámos que tivesse sido feito a nós próprios.

Solução

Por muito óbvio e simples que pareça, nunca é demais recordar a máxima de compaixão: "Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti". Isto significa que apesar de ter passado por uma situação em que tinha sido alvo da reação de alguém, eu não tinha necessariamente de reagir com o outro quando a situação semelhante surgiu. Aliás,  está nas minhas mãos "fazer história" na minha própria vida ao não seguir o programa automático da mente e não passar o testemunho da reação. Como? O meu primeiro passo foi escrever sobre a minha experiência para ver em honestidade própria a reação que eu tinha projectado na minha realidade e na realidade do outro; depois escrevi sobre a memória que eu tinha sobre este tipo de reação; escrevi o perdão-próprio por me ter aceite e permitido projectar o meu passado no presente e por me ter aceite e permitido reagir com o outro sem ver que toda aquela instabilidade existia apenas na minha mente de julgamentos, de "certos" e "errados", de regras adoptadas que provam não ser o melhor para todos; e finalmente escrevi o meu compromisso de correção para me estabilizar e me ajudar a acalmar a mente no momento, parar de justificar as reações e a parar o padrão de passar os pecados dos pais para os filhos.

Em momentos de reação, a mente humana parece ser mais forte do que qualquer princípio e vai requerer uma forte dedicação de cada um de nós para aprendermos a lidar com as nossas próprias mentes, lidar com os julgamentos, lidar com as influências, auto-corrigirmo-nos e finalmente mudarmos o nosso destino (que é o destino da humanidade). Realmente não temos escolha, se queremos que a nossa História deixe de ser a repetição de padrões e passemos à fase da verdadeira existência como UmaUnidade.

DIA 230: A Paranóia da Sexta-Feira

sexta-feira, julho 12, 2013 0 Comments A+ a-




Será que já nos perguntámos porque razão a sexta-feira é um dia fascinante no calendário dos seres humanos do mundo ocidental? Pelo menos no meu escritório, paira no ar uma alegria estranha, há mais sorrisos, as pessoas vestem-se descontraidamente e há mais tempo para se conversar com o colega do lado. Isto não seria de estranhar se fosse a regra, no entanto, esta motivação quase infantil é a excepção e só ocorre um dia por semana. Ao fim de um ano, provavelmente vai-se ver que dos 260 dias de trabalho, apenas 52 dias foram levados de bom grado. Este comportamento está de tal forma enraizado na sociedade que até deu nome a um franchaising de restauração - o famoso Thank God Is Fridays.
Mas será que é a Deus que agradecemos as nossas vidas semanais miseráveis que requerem um ou dois dias de "descanso", para depois se voltar para a roda dos ratos na corrida contra o tempo? Ou será que não somos nós próprios quem tem consentido com uma vida contra a nossa própria existência, contra o nosso próprio bem-estar, contra a nossa própria estabilidade e segurança de uma vida garantida?

 At least is Friday é outra expressão que está nas bocas de muitos para se aceitar qualquer coisa menos boa que aconteça numa sexta-feira, que realmente significa "quero lá saber"... Foi estranho deparar-me com esta realidade do mercado de trabalho quando me juntei a uma grande empresa porque não estava habituada a ver a influencia da chegada do fim-de-semana e a abertura com que as pessoas expressavam a necessidade e desespero pela chegada das 17:00. Provavelmente não reparei nesta paranóia enquanto trabalhava numa pequena empresa porque espera-se que os empregados gostem daquilo que fazem e normalmente o director encontra-se na mesma sala!

Para mim, a motivação da sexta-feira é como um balão que enche e se esvazia até estar murcho num domingo à noite e não haver qualquer vontade-própria de começar a segunda-feira. No entanto, a partir de quarta-feira, o mesmo balão recomeça a ser enchido pela vontade crescente de se ter dois dias "livres" geridos pela nossa própria decisão. Curiosamente, cheguei à realização que a minha gestão do tempo durante o fim-de-semana é precária quando comparada com a gestão das minhas reuniões durante a semana. Apercebo-me também que a sexta-feira tem um certo "sabor" a rebeldia, em que eu noto a tendência de desejar quebrar a rotina para não pensar no dia seguinte e convencer-me a mim própria que estes eventos fazem sentido e que eu mereço ter este descanso.

Se eu acredito que eu mereço este descanso e se fisicamente o meu corpo necessita deste repouso semanal, então como posso aceitar que no mesmo mundo existem pessoas sem dias de férias nem qualquer motivação externa que as convença que a vida delas vai mudar para melhor? 

SOLUÇÃO

Será que não estaremos nós numa posição privilegiada de questionarmos o sistema que nos prende, de questionarmos as razões pelas quais não estamos plenamente satisfeitos com a nossa actividade diária, nos questionarmos que, se não fosse pelo dinheiro, provavelmente a maioria das pessoas iria fazer qualquer coisa diferente daquilo que faz. E tu, vês a tua paranóia e a paranóia da nossa sociedade? Se realmente estivéssemos empenhados em criar o paraíso na Terra, cada dia seria igualmente importante na vida de cada um, em que cada um de nós respira aqui, se expande sem medo, dedica-se a aperfeiçoar a sua actividade e sabe que está a fazer o melhor por si, para si e pelos outros. 
Sugiro que se comece a investigar soluções a favor de uma sociedade equilibrada na qual a precaridade está fora da Equação - isto será possível se o dinheiro passar a ser uma forma de libertação e não de controlo. Leiam mais sobre o Rendimento Básico Garantido:  http://basicincome.me/



DIA 229: "Não tenho tempo" é dizer-se que "não quero fazer"

terça-feira, julho 09, 2013 0 Comments A+ a-

Há momentos em que eu decido fazer uma coisa e acabo por engonhar noutras acções aparentemente mais fáceis e dou por mim a dizer a mim própria "já não tenho tempo" para aquilo que eu havia decidido fazer inicialmente. Uma coisa interessante nestas ocasiões é perceber o que está por trás desta decisão deliberada de não se viver a nossa própria decisão. No meu caso, em honestidade própria tem sido mais comum aperceber-me destas situações em que eu deliberadamente me disTRAIO com entretenimento e, nesse momento, vejo à minha frente a escolha de: ou permito o desejo pelo entretenimento fácil ou me dedico a escrever no meu processo de auto-criação. Isto não quer dizer que esta escolha seja verdadeira, ou seja, dar-me a escolher perante estas hipóteses é mais uma sabotagem da mente baseada em sentimentos de culpa ou de motivações mentais. Em vez disso, porque não começar por mudar a minha relação com as minhas decisões e por exemplo acabar com estas escolhas bipolares? Faria mais sentido aperfeiçoar a minha organização do tempo e permitir-me realizar ambas as ações no meu dia, sem motivações nem desejos, mas simplesmente porque a escrita é uma ferramenta de auto-ajuda e as séries/jogos ajudam-me a relaxar e a desenvolver capacidade de resolução de problemas. Vejo então que ainda permito que seja a mente de punição e inflexibilidade que está a ter controlo quando na realidade esta é mais uma amostra da manipulação da mente quando o ser humano não está preparado para lidar com a mente humana. Neste caso, e como o título deste blog reitera, por trás da desculpa do "não ter tempo" está muitas vezes a falta de dedicação para criar esse tempo ao ser-se disciplinado, organizado e colocar-se a vontade-própria em primeiro lugar. Para isso, há que haver uma realização pessoal em que individualmente cada um se questiona "porque é que eu deixei a minha escrita diária para último lugar quando afinal o meu processo de Vida é a minha prioridade". 

Hoje, o mesmo padrão está à espreita visto que deixei a minha escrita diária para muito tarde, o que implica uma limitação pessoal porque é o fim do dia e já estou cansada. Comprometo-me então a andar este ponto em honestidade própria até já não haver este tipo de desculpas - apercebo-me que é a mim que eu me prejudico porque a escrita diária  é o melhor para mim e que é através da escrita que eu expando a minha relação comigo própria, lido com a minha mente e me ajudo a criar soluções para mim própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido  deixar a minha escrita do blog para o fim da noite quando, por experiência própria, eu vejo que não sou tão eficaz, tenho sono, estou fisicamente cansada e que hesito no progresso de escrita e na minha expansão pessoal.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido  usar comigo própria  a justificação de "não tenho tempo" para escrever, eu páro e respiro. Nesse momento, eu comprometo-me viver a decisão de gerir o meu tempo de modo garantir que  não crio o meu próprio stress, decepção própria ou conflito.

Quando e assim que eu me vejo claramente a distrair-me com noticias, séries, ou jogos, ou sites, eu páro e respiro. Nesse momento em que eu tenho a noção que estou perante a decisão de fazer aquilo que a mente julga como sendo fácil/passivo e entre aquilo que é mais complexo/activo - comprometo-me então a respirar, ver com atenção esse momento e decidir em honestidade própria o que fazer. Em senso-comum, eu dedico-me a colocar a minha expansão pessoal como a minha prioridade, alcançável no meu processo de escrita e de auto-correção prática.

Dedico-me então a puxar por mim para tomar uma decisão com base na minha estabilidade e senso comum. Apercebo-me então que a necessidade de escolha entre escrever ou não só existe quando há um conflito de tempo, visto que quero fazer mais do que uma actividade ao mesmo tempo. Nesse caso, eu comprometo-me a dar-me tempo para a minha escrita e criar também disponibilidade para ver e fazer outras coisas, tais como surfar na web ou ver séries.

Quando e assim que eu me vejo a ter resistência a criar uma rotina de escrita para mim própria, eu páro a resistência e respiro. Eu apercebo-me que esta é uma resistência da minha mente à minha própria mudança. É então visível que a desculpa do "não ter tempo" é de facto uma manifestação de falta de vontade-própria  e é este também um padrão que eu tenho de lidar em mim. Eu ajudo-me a realizar que o meu processo de Vida é aqui e agora e que quem eu me permito ser depende totalmente de mim, da minha relação comigo própria, da minha mudança pessoal e da minha mudança na minha relação com os outros/o mundo à minha volta.


Quando e assim que eu me vejo a ir automaticamente visitar sites de entretimento, eu páro e respiro. Por experiência própria, aquilo que eu pensava ser só 5 minutos  acabou por ser mais tempo e esta distração comprometer todas as outras tarefas que ficam por fazer. Por isso, comprometo-me a escrever em auto-direção quando estou bem desperta, acordada e activa. Dedico-me então a não permitir nem aceitar usar desculpas para não viver e fazer aquilo que é o melhor para mim.