DIA 254: Ficar na cama para evitar o frio lá fora

domingo, abril 20, 2014 0 Comments A+ a-

No artigo anterior apresentei a nova série "Desconstruir a minha IDEIAlogia" relacionada com as ideias que eu criei sobre mim própria e que constituem a minha ideologia de vida praticada até agora. Eu apercebo-me como uma ideia, quando justificada nas nossas próprias mentes com razões que nós próprios criámos, pode condicionar toda a ação ou qualquer tentativa de se mudar de atitude. O problema e a solução começa dentro de nós próprios. Por isso, eu apercebo-me que a desculpa de "estar frio" para não sair da cama é mais uma ideia que eu aceitei como válida na minha mente. Se para uns é o frio, para o outros é a desculpa da ressaca, outros é o conforto, ou ainda a resistência para se enfrentar o dia. Independentemente da justificação, estamos todos a condicionar o nosso dia a partir do momento em que acordamos e damos ouvidos à voz constante da mente, dos desejos, dos medos, das ideias e das emoções. Partilho agora o meu Perdão-Próprio específico para esta resistência para me levantar da cama quando está frio:

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido imaginar a sensação de frio e a minha reação ao frio que possa sentir quando saio da cama ou quando saio de casa.

Eu perdoo-me por me permitir e aceitar justificar a minha decisão de não sair da cama ou de não sair de casa com base na ideia de ir ter frio, sem ver que é a mim que eu estou a limitar a minha ação e expressão com um pensamento.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ficar a imaginar o momento seguinte em vez de viver a decisão de me levantar e de sair da cama sem permitir que as ideias me congelem a ação.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desejar ir para uma cidade mais quente para evitar enfrentar a minha relação com o frio; no entanto, como eu já percebi, este é um padrão que existe em mim e que se manifesta noutras situações. Logo, eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir e limitar pelas ideias que eu criei sobre quem eu sou e por acreditar que esta ideologia é quem/como eu devo agir.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que não sou capaz de andar descalça ou de apanhar frio sem reagir com medo de ficar constipada ou com energia de choque, quando na realidade eu não preciso de participar nesta ideia que eu criei e alimentei para mim própria.

Eu comprometo-me a estabilizar o meu corpo através do perdão próprio em momentos em que eu vou lidar com o ponto do medo de sentir frio. Eu apercebo-me que o frio é uma sensação física que não requer o apego mental ao medo ou à ideia de que o frio vai ser penoso ou que irei ficar doente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido entreter a minha mente com a antecipação do frio e com a ideia de desconforto em vez de me focar na ação de me vestir rapidamente sem julgar o frio como mau, mas simplesmente sentir a temperatura e agasalhar-me até já não ter frio.

Vejo agora que a solução é clara quando se está fora do "estado mental" de resistência para FINALMENTE dar direção a mim própria:

Quando e assim que eu me vejo a imaginar o momento em que eu saio da cama e a ter frio, eu páro e respiro. O pensamento não é real e portanto não tenho de participar nele; posso e devo tomar a decisão de vestir uma roupa quente e começar o dia com plena força de vontade, sem estar presa a qualquer ideia.

Quando e assim que eu me vejo a pensar "só mais 2 minutos" em snooze, eu páro e respiro. Eu relembro-me que foi a minha decisão na noite anterior de acordar aquela hora e, por isso, eu comprometo-me a respeitar os horários que eu vejo serem o melhor para mim.

Quando e assim que eu me vejo a condicionar a minha expressão corporal por medo de ficar constipada, eu páro e respiro. Vejo pela primeira vez que mesmo antes de apanhar frio já estou a pensar na possibilidade de apanhar um resfriado, em vez de me focar em soluções práticas para me agasalhar, para criar o meu conforto incondicionalmente, fora e dentro da cama, e estar estável dentro de mim para prevenir qualquer fraqueza do meu sistema imunitário.

Eu comprometo-me a ajudar-me a parar os pensamentos/ideias que ditam aquilo que eu devo fazer, comprometo-me a estar presente nas minha ações e a fazer aquilo que é simples senso-comum: viver a decisão de me levantar (e vestir mais qualquer coisa caso esteja frio). Eu abraço a minha responsabilidade de criar a minha realidade e de ser/criar a solução para mim própria - neste caso, de garantir que me dou o conforto físico mas sem participar na paranóia nem limitações da mente.