DIA 255: Desconstruir a IDEIAlogia: a família não tem de ser o exemplo a seguir

quarta-feira, abril 30, 2014 0 Comments A+ a-


Comecei a julgar-me pela minha apatia em relaçao às pessoas à minha volta, porque nāo intervi quando as vi reagir ou a serem desonestas com elas proprias. Vejo agora que pouco ou nada se pode fazer pelos outros para ajuda-los a nāo ser eu manter-me estável em mim e agir em mim, sem ser influenciada pelo que os outros dizem ou fazem. Até agora sempre houve uma tendência para me deixar afectar pelo que os outros dizem ou fazem e para querer "salva-los" das suas proprias mentes mas é impossivel salvar uma pessoa de si própria. Realmente, cada um de nós é o seu próprio inimigo.


Desde que estou em Portugal que me apercebo-me da tendência de culpar os outros pelo que quer que seja - ou sao os emigrantes que sao os culpados pela violencia no país, ou é a mulher que nāo levantou a mesa, ou é o filho que nao sabe onde pôs nāo-sei-o-quê; As pessoas gritam em vez de falarem e quem grita mais alto é rei; O apego mental aos bens materiais é possessivo e emocionalmente destrutivo; a falta de planeamento cria stress; A necessidade de se controlar o que os outros dizem ou fazem é desgastante; O vício da justificaçāo impede ver-se que é possível mudar e fazer as coisas de maneira diferente.


No meio de tantas relaçōes e dinâmicas sociais no âmbito familiar, o grande desafio é manter-me estável a cada momento, ao mesmo tempo que ajudo a trazer o ponto para mim própria e ver o que posso mudar em mim e na minha atitude para a próxima vez enfrentar o mesmo ponto em plena estabilidade. No proximos dias irei investigar os julgamentos que surgem porque ainda acredito que a familia tem de ser um exemplo a seguir, o que nao deixa de ser uma ideia e uma forma de impor o meu interesse-proprio. Começo entao a ver que esta ideia é mais um mecanismo para culpar os outros sobre aquilo que eu nao estou a mudar em mim e que ainda me estou a distrair da minha responsabilidade propria de ser honesta comigo mesma e me dar direçao, onde quer que esteja e com quem esteja.


Eu perdoo-me por me permitir e aceitar distrair-me de mim propria quando vejo alguem a fazer alguma coisa que eu julgo como nao sendo normal ou como sendo deshonesta consigo proprio.

Eu perdoo-me por me permitir e aceitar pensar que as pessoas mais velhas da familia estao com problemas mentais e preocupar-me com isso, quando afinal eu estou a criar esta preocupacao para mim propria com base na minha ideia do certo ou errado.

Eu perdoo-me por me estar a permitir alimentar o padrao de julgar os outros quando estou a observar o que as pessoas fazem.

Apercebo-me que esta necessidade de controlar o que o outro esta a fazer é a mim que me está a prejudicar e sou eu que estou a criar esta experiencia de desespero para mim propria.

Eu perdoo-me por me estar a permitir e aceitar ficar zangada com as pessoas porque estas ja nao agem como um exemplo para mim e, por isso, eu perdoo-me por me estara permitir e aceitar alimentar o meu interesse-proprio ao querer que os outros mudem e que sejam como eu quero que eles sejam.




Eu ajudo-me a identificar aquilo que eu quero que as pessoas sejam e ajudo-me a investigar em mim o que é que eu nao estou a dar a mim propria.

Quando e assim que eu me vejo a distrair-me com as acoes dos outros e a julga-las como normais ou paranoicas, eu paro e respiro. Eu foco-me em parar o julgamento e a reacao e a nao participar nesta ideia de que eu tenho de dizer alguma coisa para que o outro eventualmente mude.

Eu apercebo-me que eu nao vou mudar as outras pessoas e que a unica coisa que eu posso fazer por mim e pelos outros é manter-me estavel como o meu proprio exemplo de seguranca, de mudanca e de estabilidade.

Eu apercebo-me que nesta sociedade e com todos os problemas economicos as pessoas nao dao tempo a si proprias para investigarem os pontos e se perdoarem pelo que estao a fazer a si proprias. Por isso, em  vez de eu despender o meu tempo a querer mudar os outros ou a inventar desculpas, eu dedico-me a escrever, a mudar a maneira como eu ocupo o meu tempo e a dar-me esta oportunidade para me conhecer e corrigir.

Quando e assim que eu me vejo a reagir com as pessoas da minha familia porque eu julgo que perdem tempo em coisas desnecessarias, eu paro e respiro. Eu comprometo-me a parar de julgar a forma como as outras pessoas gerem ou fazem com o tempo que têm. Em vez disso, eu ajudo-me a gerir o meu tempo de maneira pratica e a garantir que faço o melhor que posso com o tempo que tenho e que vivo o meu processo de auto-conhecimento e de auto-correcao para me realizar como Vida que, potencialmente, sou.