DIA 256: Como Parar de Estar Acelerada na Mente e no meu Dia-a-dia

sábado, agosto 30, 2014 0 Comments A+ a-




Esta noite sonhei que conduzia na estrada e, ao tentar virar uma curva, tinha saído do viaduto e voado às cambalhotas pelo campo ao lado da estrada, até o jipe parar. Nesse momento, com medo de ver as consequências dos ferimentos, desejei andar para trás no tempo e conduzir mais devagar e não fazer a curva daquela maneira para evitar o acidente.

Ao investigar este sonho, perguntei-me o que é que eu via para além da imagem do acidente. Vejo-me a mim, acelerada na minha mente, a querer fazer muitas coisas ao mesmo tempo e a desprezar o tempo que as coisas realmente levam a fazer. Vejo também como desejo lidar com o tempo de maneira diferente: desejo ter tempo para não chegar atrasada e para dedicar mais tempo a outras coisas durante o meu dia. Finalmente, vejo o arrependimento de andar acelerada quando o meu corpo começa a dar sinais de stress e de cansaço por participar na energia da mente, dos pensamentos e imaginação.

Esta minha relação com o tempo é, portanto, uma relação de separação, como se o tempo fosse algo separado de mim que eu uso e abuso, embora afinal de contas não seja separado de mim porque o meu corpo está também dependente do tempo - ou seja, o tempo passa e reflecte-se na fome que o meu estômago começa a sentir, na necessidade de descansar, na ansiedade física quando corro para não chegar atrasada e no stress muscular quando passo demasiado tempo focada na minha mente de ideias, imagens e imaginação.

Estar acelerada dentro de mim é um estado mental que requer a minha correção, porque traz consequências para mim e para os outros. Ao andar acelerada na minha mente, a minha noção de tempo é manipulada para corresponder à velocidade quântica da mente, em que as imagens se ultrapassam umas às outras, sem qualquer referência ao tempo real e físico. Por isso, neste processo de correção, eu ajudo-me a alinhar-me ao tempo físico e real, de modo a estar sempre ciente do meu corpo e a garantir que as minha acções são geridas de acordo com o tempo real a cada respiração. Ajudo-me também a usar a mente como um guia para conhecer os meus medos, a minha maneira de funcionar e os meus padrões de pensamento e comportamento. Assim, ao ver o padrão de criar acidentes na minha imaginação eu ajudo-me a parar e a perceber que se estou na mente então não estou ciente do meu corpo/realidade física e por isso estou a colocar-me numa situação propícia a um acidente proveniente de uma distração.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que o tempo quântico da mente é real.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido usar o tempo quântico da mente como uma referência para a realidade e por isso participar na frustração de que as coisas na realidade demoram demasiado tempo a serem feitas.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido criar stress físico no meu corpo ao tentar fazer as coisas de acordo com a imagem do tempo quântico da mente.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido subestimar o tempo real que as coisas levam e por isso não considerar cada passo e prevenir as consequências de andar acelerada.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido culpar o meu corpo/a mim própria por ser lenta e alimentar o julgamento próprio, quando na realidade eu estou entretida na minha mente de ideias e no tempo quântico em vez de estar totalmente dedicada a viver no tempo real e a fazer as coisas de acordo com a leis físicas, quer seja a conduzir, a andar, a fazer, a crescer, a perceber, a aprender e a mudar.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar no arrependimento da mente e de desejar voltar atrás no tempo - o que não é possível e não é real. Apercebo-me que a única maneira de corrigir esta tendência é em mudar a minha relação com o tempo e ajudar-me a estar ciente de cada momento para que cada ação minha seja absoluta, em plena certeza e a ser/fazer o melhor que eu posso. Desta maneira, ao estar ciente de mim e ao estar ciente do tempo real e das leis físicas eu vou evitar criar consequências físicas e não irei participar no arrependimento e no desejo inútil de mudar o passado.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que as consequências físicas (acidentes) são uma punição de Deus e assim evitar ver como eu crio as consequências para mim própria.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que o passar do tempo que vejo nos filmes (e na minha mente) é real e que é possível ser transposto para esta realidade física sem criar consequências. Eu apercebo-me que eu sou responsável por viver em tempo real e em prevenir consequências de stress e acidentes na minha realidade.

Por isso,

Quando e assim que eu me vejo a imaginar eventos na minha mente, eu páro e respiro. Eu ajudo-me a ver que o tempo quântico da mente não é real e que estou a criar uma realidade paralela e fictícia que me disTRAI desta realidade física no mundo. Por isso, eu comprometo-me a parar de criar e participar em realidades paralelas na minha mente e assim ajudar-me a estar sempre ciente de mim e das minhas ações nesta realidade física.
Quando e assim que eu me vejo a criar uma imagem de mim a fazer qualquer coisa, eu páro a imaginação e respiro. Eu comprometo-me a usar o tempo físico como referência e a fazer as coisas do meu dia-a-dia de forma prática e eficaz de modo a fazer o máximo que posso com o tempo que tenho. Apercebo-me também que ao estar totalmente ciente de mim e das minhas ações, serei capaz de criar soluções para mim própria e assim permito-me fazer mais e melhor do que quando me limito com as ideias e padrões da mente.
Quando e assim que eu me vejo a criar a ideia de acidentes na minha mente, eu páro e respiro. Em vez de ficar "presa" emocionalmente a esta imagem, eu ajudo-me a ver e a investigar o que eu estou a mostrar a mim própria e dedico-me a criar a correção e a mudança na minha relação comigo e com o mundo.
Eu apercebo-me que o constante estado de alerta e de stress é evitável se eu estiver ciente de como a minha mente funciona, ciente do meu corpo e desta realidade física. Por isso, quando e assim que eu me apercebo que estou num estado de ansiedade, eu páro e respiro. Eu uso esta manifestação como um indicador de que estou separada de mim/do meu corpo/da realidade física e ajudo-me a parar de participar na mente e, com a ajuda da respiração, eu volto para mim, para o meu corpo, para a Vida Aqui, ciente de cada respiração e da minha ação.

Fotografia de João Maria Alves

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